A Teologia Moral
Por: salucas • 9/7/2017 • Resenha • 1.032 Palavras (5 Páginas) • 299 Visualizações
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FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA
ISAN DA COSTA OLIVEIRA JUNIOR
TEOLOGIA MORAL
MACAPÁ-AP
2017
ISAN DA COSTA OLIVEIRA JUNIOR
TEOLOGIA MORAL
Trabalho apresentado ao Curso de Bacharel em Teologia da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas – FATECH, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de TEOLOGIA MORAL, ministrada pelo Professor Walber Rodrigues.
MACAPÁ-AP
2017
O surgimento da modernidade e a atual fase pós-moderna nos colocaram diante de um inédito fenômeno humano e por consequência social, que é a crescente perspectiva subjetivista que por vezes promove um individualismo sem registros pretéritos equivalentes. A ciência, o conhecimento, a economia, as artes etc. estão voltadas para o indivíduo na modernidade, como resultado desses e outros fatores é crescente a relativização dos valores e da própria moral. As sociedades estão mergulhadas e distantes de padrões de solidariedade, honestidade e da própria razão da existência da vida comunitária como sendo uma estrutura social de possibilidades de vida melhor. Há quem defenda que houve uma espécie de fracasso da moral no decurso da modernidade. Contudo a ideia de que a moral é suspeita no mundo moderno e contemporâneo não é uma coisa nova. Nesse sentido a moral deixa aos poucos de ser a plataforma que sustenta a ideia da existência humana, pois esta (moral) tende a receber bruscamente os impactos da nova cultura emergente no mundo (em grande medida por conta dos avanços do neocapitalismo nos países em desenvolvimento), passando a ser mais uma espécie de área do conhecimento, pois hoje é comum ouvir: “a moral é coisa subjetiva”. Sendo assim devemos logo nos perguntar: como então é possível viver em um corpo social sem estruturas morais definidoras do comportamento humano?
No século XVIII com o surgimento e expansão do comércio, o mercado foi tomando conta do cotidiano humano e definindo padrões de comportamento em massa nas sociedades onde se instalava (revolução industrial). Já No século XIX, o sistema capitalismo desencadeia um processo pautado na acumulação de riquezas. No século XX, a racionalização torna-se uma estrutura de pensamento consolidada e plataforma de sustentação dos tempos vindouros. Foram criados novos paradigmas de “vida boa” com referências próprias de moral, busca-se na modernidade a chamada emancipação do homem. Contudo Nietzsche já alertava do fracasso da moral moderna, “condenando a sociedade a meros niilistas”. Devemos, no entanto, nos atentarmos para o seguinte, não houve de fato um fracasso moral na modernidade, mas sim o fracasso da modernidade, natural, pois a sociedade não é algo inerte e estático, pelo contrário, é uma verdadeira confluência de fatores que se misturam em um constante processo dialético. Como resultado desse declínio surgiu o utilitarismo que abriu de certa forma caminho para o consumismo, também proporcionou em alguns lugares o surgimento de ideias como o nacionalismo, individualismo e instrumentalização da razão, esta que passou a ser conhecimento técnico-científico. O mercado se consolida como detentor do poder e produtor dos padrões de comportamento.
A vida humana na modernidade revela-se em grandes contradições, pois, passa a produzir um conjunto de desejos conflitantes e que não poderão ser satisfeitos, ou seja, nesse período cresce o individualismo, mas não há condições e recursos necessários para poder sustentar essa nova “ética” imposta. A modernidade orbita em torno da ideia de soberania do ser, do individualismo como eixo, no entanto o que se observa é a total deterioração do ser humano (riquezas concentradas e mazelas sociais em profusão). Como resultado direto, observamos frustrações, desgraças, guerras etc. isso tudo em decorrência da cultura do individualismo que pregava uma ideia de desejos sem limites. A obsessão pelo poder (político, econômico, cultural etc.) em grande medida orquestrada pelos mercados acabou por instrumentalizar a ser humano, que deixa de ser o fim para tornar-se meio na obtenção dos fins individuais de pequenos grupos.
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