O LÚDICO COMO PROPOSTA PEDAGÓGICA INOVADORA E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Por: luanabara • 10/2/2016 • Artigo • 2.148 Palavras (9 Páginas) • 1.089 Visualizações
RESUMO
Adotar a pedagogia do brincar implica em proclamar uma revolução lúdica, onde a relação entre brincar e aprender se estabelece quando se conciliam os objetivos pedagógicos da escola e do professor com as características essenciais das atividades lúdicas e os desejos e necessidade dos alunos. Assim, as brincadeiras ou jogos em que as crianças, sozinhas ou em grupos, se desenvolvem e no âmbito educacional, possibilita a construção do conhecimento de forma prazerosa e significativa, proporcionando-lhes experiências e convivências no processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, por meio de jogos ou brincadeiras, o professor pode de maneira contextualizada, propiciar atividades lúdicas que levem aos educandos a desenvolver seus níveis mais elevados de desenvolvimento afetivo, físico, social, moral e cognitivo.
Palavras-chaves: ensino/aprendizagem, escola, lúdico, aluno, professor.
INTRODUÇÃO
Diante de uma pedagogia de trabalho totalmente tradicional pelo qual muitos estudantes passaram, onde o aluno era visto como aquele que nada sabia e o professor como detentor do saber. E que o ensino acontecia de maneira cansativa, fazendo que o aluno perdesse o interesse por aprender. Surge então um novo modelo de ensino que insere o lúdico como uma proposta inovadora, criativa e interativa, despertando no aluno o desejo de aprender.
Nesse sentido, o brincar passa a dá um novo sentido em sala de aula. E o aprendizado acontece de forma contextualizada e espontânea, levando-a construção do conhecimento, sem que as perceba. Por essa razão faz-se necessário a formação ou capacitação continuada dos professores, para que fique cientes da importância de incorporar o lúdico no seu projeto pedagógico, propondo assim jogos e brincadeiras que contribuam para uma aprendizagem significativa.
Portanto, observa-se que a brincadeira é muito importante na vida das crianças e que essa realidade precisa ser aproveitada no âmbito escolar, de forma que venha mudar a realidade de alunos desmotivados e desinteressados, pois o índice de estudantes com dificuldade de aprendizagem é enorme. Assim sendo, é preciso que haja também uma conscientização por parte de gestores e diretores no que se refere a estrutura escolar, levando em conta a importância do espaço escolar para que a aprendizagem aconteça; pois sabe-se que a brincadeira é um espaço privilegiado da aprendizagem.
Como diz Vygotsky (apud DAVIS; OLIVEIRA,1993, p.56), “o ambiente é fator fundamental para o desenvolvimento, podendo estimulá-lo ou reprimi-lo, pois o ser humano só cresce e aprende em um espaço que possibilita interações, e que desperte a curiosidade”. Assim, os espaços da educação devem ser alegres, aconchegantes e acolhedores, de forma a apoiar os movimentos e as relações sociais das crianças, incentivando a sua autoria e autonomia na formação de grupos e construção de suas brincadeiras.
O LÚDICO COMO PROPOSTA PEDAGOGICA INOVADORA
A brincadeira é considerada um dos principais elementos da educação, pois por intermédios de conceitos aplicados de forma lúdica e recreativa possibilita à criança a construção do conhecimento mediante ao contexto social que vive, levando em conta os saberes que as possuem.
Assim, as brincadeiras fazem a diferença na experiência presente e futura, contribuindo de forma única para a formação integral das crianças, onde as ações prazerosas expressam situações imaginárias, criativas, livres, com sentimentos e valores conhecendo a si mesmo, os outros e o mundo em que vive. Pois, a esse respeito, Winnicott (1975) ao longo de toda sua obra, destaca o brincar como uma forma de experimentar vivências, de conhecer o mundo. Ele afirma que “a característica principal do brincar é a de uma experiência criativa, uma experiência na continuidade, uma forma básica de viver” (WINNICOTT, 1975, p.75)
Contudo, a criança não está simplesmente incorporando conteúdos mas ampliando suas experiências e se apropriando formas de pensar, conhecer e de agir sobre o mundo. Assim ao contextualizar a ludicidade com a educação é um grande desafio, tanto nos aspectos teóricos como pedagógicos e pessoais. O lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. Ele facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural.
Assim, cabe aos educadores conhecer suas crianças, antecipar suas reações e escolher atividades que sejam interessantes á faixa-etária e aquele grupo em particular. É necessário também utilizar materiais que provoquem reações na criança, que sejam interessantes e desafiadoras.
Melhado, (2001) diz que é fundamental que o profissional, ao propor brincadeiras, considera a criança como um ser integral em desenvolvimento e oferece-se para oferecer amplas e diversificadas oportunidades para que esse processo ocorra. Diante disso, faz-se necessário que se elabore propostas pedagógicas que ofereçam atividades adequadas a faixa-etária de cada criança.
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM
O uso dos jogos como proposta pedagógica nas escolas é muito importante no processo ensino/aprendizagem, pois possibilita a criança a aprender brincando, além de desenvolver na mesma o processo cognitivo, afetivo e físico.
Segundo Piaget (1967), o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório motor e pré operatório, agindo sobre os objetos, as crianças, espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando a representação, e finalmente á lógica.
As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois se esforçam para jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais, além de possibilitar um aprendizado que permita aos educandos compartilhar, respeitar e integrar as diferenças; conhecer pontos fortes e fracos; ter coragem pra correr riscos e lidar com os sucessos e fracassos; ser solidários e cooperativos e estabelecer objetivos comuns e ir atrás deles.
Vale ressaltar que quando os jogos são usados apenas de forma competitiva, podem incentivar nas crianças sentimentos e comportamentos negativos, tais como: a discriminação, a violência, o medo de arriscar e fracassar; o sentimento de jogar por obrigação; o controle e repressão de sentimentos e emoções; o egoísmo, o individualismo
...