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A VIOLÊNCIA E SUA INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE

Por:   •  6/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.222 Palavras (13 Páginas)  •  619 Visualizações

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A VIOLÊNCIA E SUA INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE

 

Por

Reginaldo Santos

Monografia final apresentada

em cumprimento às exigências

da  matéria  metodologia  da pesquisa, do curso de Psica-

nálise Clínica,   ministrada

pela FASTE.

FACULDADE TRANS-AMERICANA DE TEOLOGIA - FASTE

ANO 2015

ÍNDICE

INTRODUÇÃO..............................................01

DISSERTAÇÃO.............................................03

CONCLUSÃO...............................................13

BIBLIOGRAFIA............................................14

INTRODUÇÃO

A violência, em maiores ou menores proporções, é um problema característico da sociedade contemporânea. Uma vez desencadeada não deixa de influenciar negativamente indivíduos e grupos de indivíduos de forma endêmica e também epidêmica. A violência agride, fere, invade a vida e o espaço das pessoas causando dor e sofrimento.

Mas o que leva o homem moderno, cuja acessibilidade ao conhecimento é tão ampla e cujos preceitos morais e éticos são tão criteriosamente desenvolvidos, ser violento?  

Buscando responder a esta pergunta desenvolveu-se o presente estudo, que trata da violência e sua influência na sociedade. Para tanto se realizou pesquisa bibliográfica com a consulta a autores que abordam temas no campo da psicanálise relacionados a esta produção acadêmica.

O objetivo principal do estudo é discorrer sobre as verdadeiras causas da violência protagonizada pelo homem, estreitamente relacionando-a com a sociedade. E os objetivos específicos foram estabelecidos com o intuito de apontar elementos psíquicos e inconscientes como inerentes ao desabrochar da violência e suas consequências.

Justifica-se a validade deste trabalho visto a contemporaneidade e importância do tema, uma vez que a violência grassa não somente nas grandes cidades, mas também em pequenos lugarejos. Apesar de sempre existir, acompanhando o caminhar do homem neste planeta, nos dias atuais mostra-se particularmente preocupante por não ser o desconhecimento que a origina e move, mas sim fatores subjetivos do ser humano, como o vazio existencial.

Nesta produção textual em primeira instância abordou-se o vazio existencial e a incessante busca por possuir algo ou alguém como um dos principais responsáveis pelo surgimento de um ser violento. E, prosseguindo o estudo, debateu-se sobre narcisismo doentio, a violência direcionada da sociedade para o cidadão e do cidadão para a sociedade, a castração da vontade própria pelos ditames sociais, a importância do conhecimento do inconsciente para o gerenciamento e controle da violência e da psicanálise como um todo para a identificação e preenchimento de vazios existenciais, o que favorece no manejo da violência por parte das pessoas.

Assim, propôs-se a elaboração do presente estudo que ora inicia.

DISSERTAÇÃO

Na atualidade é cada vez mais preocupante a questão da violência em seus múltiplos aspectos, destacando-se dentre eles a sua influência na sociedade contemporânea. Ponderando sobre este aspecto citamos May (2012) ao afirmar que:

“[...] o problema fundamental do homem, em meados do século XX, é o vazio. Com isso quero dizer não só que muita gente ignora o que quer, mas também que frequentemente não tem uma ideia nítida do que sente. Quando falam sobre falta de autonomia, ou lamentam sua incapacidade para tomar uma decisão – dificuldades presentes em todas as épocas - torna-se logo evidente que seu verdadeiro problema é não ter uma experiência definida de seus próprios desejos e necessidades. Oscilam desse modo para aqui e para ali, sentindo-se dolorosamente impotentes porque ocas, vazias”.

Concordamos com o autor quando aponta o vazio existencial como um dos maiores problemas do homem contemporâneo: era assim no início do século XX e assim continua sendo nos dias atuais. O vazio interior se caracteriza pela profunda angústia que o homem tem por ser incapaz de sentir plenamente, nem dor nem alívio, nem tristeza nem alegria.

O homem vazio busca continuamente: traça planos e não poupa esforços para ter o que deseja, como por exemplo, casar e ter filhos, conseguir um bom emprego, ficar rico, ser reconhecido na sociedade, etc. Enquanto não concretiza um sonho, um desejo, aflige-se mais e mais nesta busca. Todavia, ao conseguir aquilo que tanto almejava, vê estupefato que não era isso o que queria e logo se desinteressa. Então se decepciona, enche-se de angústia, amargura e, no intuito de sufocar o crescente vazio que lhe toma o espírito, passa a traçar novos planos em busca de um novo alvo com o qual crê que enfim encontrará a felicidade. E este círculo vicioso se repete infinitamente enquanto esta pessoa não encontrar, compreender e sanar as causas que a levam a agir desta maneira.

Kernberg (1979) afirma que a busca incessante do homem contemporâneo é uma tendência narcisista não de auto amor, mas sim de auto ódio: o desejo do narcisista doentio vive correndo atrás de si mesmo e jamais se encontra. Isto é, ao contrário de se amar, o narcisista patológico na verdade se odeia, mas procura o seu reflexo naquilo que pensa ser a sua imagem, como um bom carro, uma família de classe alta, uma linda mulher... Contudo, ao obter a posse do seu objeto de desejo percebe que este reflete o que ele realmente é (uma pessoa fraca, com baixa autoestima, repleto de defeitos, longe de ser perfeito) e, desiludido, parte em busca de novos lagos onde possa se mirar. Em outras palavras: na mente do narcisista patológico só uma pessoa ou objeto tão vazios quanto ele próprio poderiam aceitar serem por ele possuídos, por isso lhe fascina o inalcançável, pois este, ao virar-lhe as costas, prova ser melhor do que ele.

Entendemos que esta busca exacerbada pela tão sonhada felicidade que crê ser capaz de preencher a sua existência, findando com o vazio interior, pode levar o homem a praticar diversas formas de violência contra si mesmo, outra pessoa ou pessoas em particular, bem como à sociedade como um todo. Isto se dá principalmente quando o homem se sente frustrado em seus intentos, quando algo o impede de ser amado pela pessoa desejada, alcançar um bem material ou concretizar outra ambição qualquer. Uma vez que sua mente patológica crê que somente com a conquista de sua meta poderá aplacar o vazio de sua existência, lançará mão de todos os meios para sair-se com êxito da empreitada.

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