As Características das Racionalidade Instrumental
Por: Luiz Gustavo Sr. • 15/10/2018 • Projeto de pesquisa • 1.402 Palavras (6 Páginas) • 259 Visualizações
RESENHA
RODRIGUES, R.M. BRZEZINSKI, I. Características das Racionalidade Instrumental: Colonização do Curso de Graduação em Administração. In: RODRIGUES, R.M. BRZEZINSKI, I. Contradições Da Administração/Gestão Organizacional: Ingenuidade Teórica e Perversidade Lógica. Brasília. Líber Livro, 2013. p. 53-106.
Aline Vieira da Silva
Álvaro Rodrigo Lopes do Nascimento
Érica Larissa Pereira Nunes
Laryssa Souto barros Silva
Luiz Gustavo Silva Rocha
- ACERCA DA OBRA.
Rodrigues traz nesse trecho uma retrospectiva histórica, de forma a apresentar os efeitos da racionalização instrumental de forma geral e quais seus efeitos no curso de administração como formador de agentes do mercado. Por meio do texto apresentado Rodrigues traz uma perspectiva crítica a racionalização instrumental como modelo de formação educacional para satisfazer ao mercado, e como esse processo desumaniza o homem levando em consideração que quem dita as regras são as forças dominadoras com sua forma de sistema econômico, no nosso caso o capitalismo. Ele mostra como o capitalismo vem a ser um meio de oprimir e denegrir a finalidade última do avanço científico e tecnólogo que seria de gerar o desenvolvimento coletivo.
Através dessa retrospecção sobre a formação da racionalidade instrumental que hoje é adotado intrinsecamente na sociedade, o autor parte do princípio de que a ciência moderna acompanha o capitalismo. Acreditava-se ingenuamente que, com o avanço haveria igualdade, que o avanço social também viria de forma intrínseca, quando na verdade o efeito foi ao contrário. Com os avanços tecnológicos e científicos as possibilidades do homem “ser” se tornaram ainda mais distantes, quando há um abandono da classe trabalhadora. As intenções desenvolvimentistas trazem consigo a ingenuidade de pensar que a melhora coletiva vem com ela, quando na verdade o que temos é o egocentrismo e a concentração de riqueza nas mãos de poucos. Faz-se necessário compreender essa base histórica pois somente entendendo a racionalidade como avanço capitalista, pode-se entender sua participação na formação do administrador.
A partir do século 15 há o início do rompimento das ideologias da idade média, deixando de lado aquela dependência da religião e de suas crendices para conhecer através de cálculos a natureza e seus fenômenos. A partir daí inicia-se então a forma do utilitarismo do conhecimento, que desencadeia mudanças significativas na estrutura da sociedade em toda esfera. A partir do século 17 o racionalismo ganha ainda mais confiança e gera o então chamado mito de Progresso. Todo o processo de modernização e instauração do sentido racional se baseia e se estrutura de um mito, ou apenas mais uma crendice ingênua que com o avanço científico e tecnológico haveria uma melhora de vida quando na verdade o que temos até hoje são níveis baixíssimos de desenvolvimento humano, enquanto a tecnologia continua se inovando e se reinventando constantemente fazendo a grande massa de refém.
O autor afirma no livro que o modo de produção de uma sociedade define, impõe e determina a: ideologia, produção, organização social, concepções políticas e instituições sociais. Por tanto se pode dizer que a produção muda a forma de pensar e a até a forma de governo. O modo de produção capitalista por sua vez funciona como uma forma de exploração ao trabalhador através do capital, e essa forma de produzir também traz uma ideologia e inverte a realidade de forma que os todos componentes da sociedade fiquem alienados.
O capitalismo passa por várias adaptações, pois ele surgiu com um ritmo a ser seguido, e antes dele seu processo era outro, onde os artesãos tinham liberdade e um equilíbrio maior entre o trabalho e o consumo, eles tinham que aceitar as ideologias impostas pela a classe dominante o que fazia com que eles tivessem que se adaptar, também, ao novo modo de produção em pouco tempo para que se fosse promissor. Por tanto percebendo essa dificuldade de inserção aos mecanismos, a escola foi inserida para que pudesse criar uma mão de obra mais qualificada e hábil, pois os outros âmbitos (família, trabalho e serviço militar) não proporcionaram esse conhecimento.
O fenômeno “qualidade total” passa pelo modo de produção capitalista, pelas instituições políticas e sociais, e pela educação. Os princípios da qualidade total são passados do Japão para os EUA, lugar onde o modelo foi propagado. A variação do termo “qualidade” se abrangeu, deixando de ser somente aplicado à qualidade de vida para ser também de competitividade, criatividade e consumo.
Os norte-americanos e os europeus perceberam que havia algo diferente no modo de produção asiático, especificamente nos japoneses, pois eles consideravam a satisfação do cliente e a qualidade de serviço como prioridade. Contudo, um dos pontos negativos desse contexto quase perfeito é que a pressão que as pessoas sofrem para manter o padrão de qualidade é muito alto.
Em todos esses aspectos, destaca-se o questionamento de se o modelo de qualidade total das empresas deveria ser transportado para a escola. E nessa ideia, os privatistas afirmam que sim, pois tornaria a escola ambiente organizado e lucrativo. Dessa forma é possível observar que o objetivo esperado na implantação do modelo de qualidade é tornar o ambiente educacional um lugar de preparação para o mercado de trabalho e para a sociedade capitalista.
Voltado para o contexto educacional das escolas, a “pedagogia de qualidade total” precisaria ser moldada ou substituída pela “pedagogia de qualidade social”. Pois o sistema de excelência em si, muitas vezes induz o ser humano a agir segundo interesses externos e contraditórios, tendo assim sua capacidade e limite postos em prova a todo momento.
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