As religiões doas brasileiros
Por: jufrise • 6/7/2017 • Monografia • 784 Palavras (4 Páginas) • 233 Visualizações
JEAN MARCELO PICOLÍ
O suspiro dos oprimidos
Da linguagem do amor à linguagem da cegueira. Do homem que confessa seus desejos à sociedade que reprimi e imbeciliza.
Nota-se haver uma distância entre Marx e Feuerbach, em relação à religião.Mudados os quadros teóricos, ainda que a mesma palavra usada, a sua significação, como conceito, é distinta.
Marx nega se a religião a expressão de uma essência humana.Concorda com Feuerbach estar no início da crítica da religião na compreensão de que ela é uma produção humana.
Na religião o homem não se conhece. Há um véu místico que o separa da realidade. Ela não pode conter um elemento de autoconhecimento a religião deve ser a expressão de uma essência humana.
O Homem é identificado com o mundo do homem, com estado e sociedade. Trata-se de uma identidade que, em ultima analise, abole o primeiro termo da equação. Não se pode mais falar sobre homem. Altera-se, portanto, de forma radical, o quadro epistemológico dentre do qual o fenômeno religioso deve ser compreendido.
Longe de ser expressão de uma essência humana, a religião é produzida por este mundo.
O ponto fundamental a ser notado é a religião, sendo a expressão de um mundo invertido, não contém verdade alguma a ser recuperada. Ela não fala acerca de uma realidade a ser recuperada porque ela nada mais é o resultado de um mundo a ser aniquilado contém uma verdade a ser recuperada hermeneuticamente. O que caracteriza discurso religioso é uma estranha inversa. Marx, assim. Reconhece a religião apenas como sintoma de uma enfermidade social. A crítica da religião nos leva para além da religião. Não se trata de criticar a religião para recuperar a sua verdade. Religião é efeito de uma situação que necessita de ilusões.
Existe uma clara analogia entre imagens usadas. A hermenêutica é o espelho interposto entre o homem e o seu sol religioso, de forma que ele possa contemplar-se a si mesmo. Esta distinção é de fundamental importância, a alienação religiosa é uma realidade básica, fundadora, causa de efeitos que se seguem. Uma atividade critica que se estende como um fim em si, pressupõe que, uma vez abolidas as ilusões, o mundo se transformará.
Estes manuscritos exploram detalhadamente o conceito de alienação. È necessário, entretanto, evitar o equívoco, de concluir que o uso da mesma palavra que aparece implica no mesmo conceito.
A alienação não é um processo mental, è uma forma de existência, caracterizada pela autonomia objetiva dos produtos em relação ao criador. Daí uma critica puramente moral do capitalismo é totalmente vazia, pois ela pressupõe que o problema encontra se no nível de consciência.
Alienação, portanto não é um conceito seja do discurso filosófico, seja do discurso da indignação moral. Trata-se de um conceito que tem um equivalente econômico expressivo.
A única resposta possível ao nível de análise. Ma, assim conduz a relação é circular, o trabalho alienado cria o capital e a propriedade privada. Não pode ser de outra forma.
O conceito de alienação, assim, conduz a uma divisão radical e a propriedade privada. Não pode ser de outra forma. Se o trabalho não fosse alienado o valor por ele produzido não poderia ser expropriado por outrem.
Os problemas da alienação e da ideologia praticamente desaparecem em O capital. Os escritos nessa fase revelarão imediatamente a dimensão dolorosa do problema e a sua própria dor frente ao sofrimento.
Até agora só consideramos o aspecto genético do problema. Mas a descrição da gênese das representações religiosas não explica a forma como funcionam dentro do sistema de relações econômicas. Mas se a realidade não é transformada por idéias ou pela vontade, pois ela se move segundo a dinâmica de suas leis objetivas e imanentes, é esta própria realidade inconsciente que contém as sementes de sua própria transformação. A sociedade não pode ser transformada magicamente, seja pela crítica das ideologias, seja pelo estabelecimento de modelos perfeitos de uma ordem futura.
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