Como Nasce um Líder?
Por: GuilhermeCg • 4/12/2020 • Projeto de pesquisa • 9.220 Palavras (37 Páginas) • 223 Visualizações
RESUMO – LIDERANÇA 1: Gestão Pessoal
Capítulo 1 – Como Nasce um Líder?
Após a separação de Paulo e Barnabé, Silas passou a ser o principal companheiro de viagem de Paulo. Quando chegaram em Listra, tiveram conhecimento de um jovem por nome Timóteo no qual apresentava características promissoras de um líder vocacionado. O jovem tinha potencial, faltava apenas uma oportunidade de alguém que enxergasse isso nele e desse a ele espaço para que seus dons e talentos fossem desenvolvidos e aperfeiçoados.
O Texto de Atos 16 apresenta detalhes importantes que indicam as características de Timóteo que fizeram dele alguém que valesse a pena investir. A exemplo disso, lemos que “sua mãe era judia convertida”. Os judeus eram disciplinados conhecedores dos textos sagrados, levavam a sério o compromisso de reproduzir para sua posteridade seus conhecimentos religiosos. Dessa forma, Timóteo já estava muito familiarizado com os textos bíblicos. Era um jovem que tinha o aprendizado como um estilo de vida desde o berço.
Ainda neste capítulo, lemos que “os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele”. Além da formação espiritual do jovem, ele também possuía um bom testemunho vindo daqueles que o conheciam. É muito comum conhecermos profundos intelectuais que não possuam um bom caráter. Timóteo não era desse tipo. Sua fama era de integridade. As pessoas tinham boas coisas a dizer quando se referiam a ele. Era um jovem que apesar da pouca idade, tinha uma reputação consolidada no imaginário dos que conviviam com ele.
A outra característica do Jovem, era de sua notável participação na comunidade local. Era conhecido por Paulo como “um discípulo chamado Timóteo”. Uma descrição que tinha muito a dizer sobre ele. Transmitindo que o jovem era integrado e envolvido na comunidade local, participativo e engajado na comunhão com outros discípulos que ali se encontravam. Uma característica que pode passar desapercebida pelo leitor desatento, mas que não pode deixar de ser destacada. Sem convívio em comunidade não é possível haver um real desenvolvimento de habilidades de liderança. Os líderes natos surgem da espontaneidade do convívio em comunidade. O isolamento não destaca qualidade de liderança.
Quando Paulo percebeu o potencial vocacional do jovem quis leva-lo em sua próxima viagem. Mas logo identificou que o jovem não era circuncidado. O que seria um grande problema de aceitação por parte do público judeu. No tempo antigo não havia uma medicina avançada com anestesia e remédios para dormir, as cirurgias já eram complicadas quando o assunto é dor se feitas na fase infantil, a idade de Timóteo nesse caso foi um agravante.
Mesmo assim, o jovem demonstrou estar disposto a abrir mão de seus direitos para servir a causa maior. Aceitou o processo de dor da circuncisão na fase adulta, para que não fosse pedra de tropeço para o público judeu a qual iria pregar sua mensagem. Ele apresentou desapego e capacidade de abrir mão do que lhe é conveniente se sacrificando pela causa a qual acredita.
MENTOREAMENTO
Bons líderes acima de tudo, são aqueles que possuem a humildade de também serem liderados. Timóteo passou a ser treinado por seu mestre Paulo enquanto também caminhava no ministério. Mentor é aquele que mantemos um relacionamento de confiança durante o treinamento. Alguém mais experiente, de olhar espiritual amadurecido e treinado, capaz de enxergar o que não conseguimos por nós mesmos. Alguém que pode observar nossos pontos cegos, nossos pormenores e trejeitos e apontar com maturidade o melhor caminho para amadurecermos.
Aqueles que aceitam serem mentoreados demonstram uma grande capacidade de aprendizagem. Não tem medo de dizer que não sabe, de reconhecer que precisa de ajuda, e de aprender com a voz da experiência.
O método da mentoria paulina era o contato próximo e direto com o jovem. Timóteo teria a oportunidade de observar passo a passo a maneira do Apóstolo de conduzir o ministério, pregação, planejar uma viagem, aprender da depender de Deus e sobre seus princípios e valores. Se Paulo tivesse algo a esconder, uma vida dupla, nesse momento sua imagem desabaria perante o jovem, só pessoas transparentes e íntegras podem lançar mão desse método de discipulado e treinamento. Desse modo, o jovem observou e aprendeu da vida do apóstolo tudo que o mesmo tinha a transmitir pelo seu próprio exemplo.
A forma de mentoria aplicada pelo Apóstolo foi a do compartilhamento de vidas, tratando o jovem como um irmão semelhante e dividindo o fardo com ele. Paulo não usou de um discipulado a distância, mas acompanhou o jovem na rotina diária.
Com esse acompanhamento diário o jovem aprendia que além do sacrifício, dos princípios e valores, um obreiro aprovado deve ser apaixonado pela igreja. Sem esse ardor, o líder corre o risco de encarar sua vocação como um mero trabalho merecedor de recompensas terrenas. O que ocasionará sequências intermináveis de frustrações, em virtude deste trabalho não ser valorizado pelos olhos humanos na maioria das vezes. Já o obreiro que tem sua causa como uma paixão acima de tudo estará dispostos e terá uma inteligência emocional treinada para lidar com o não reconhecimento, com as dores e as amarguras que poderão ocorrer a ele e a seu trabalho.
Dessa forma a visão de igreja e de ministério que o apóstolo tinha fora inteiramente absorvida pelo jovem. Para Paulo o comprometimento com a igreja não era um setor da vida, uma parte isolada da rotina, mas sim o pulsar da própria vida. Sua vida inteira era vivida em função do compromisso e da responsabilidade sobre o rebanho de Deus. Seu planejamento, sua programação e suas prioridades, orbitavam em torno da sua vocação.
INTERDEPENDÊNCIA
Ainda analisando Atos 16, lemos mais adiante que o Espírito os impediu de entrar na Bitínia e na mesma noite o mesmo, concedeu a Paulo uma visão para que fosse até Macedônia cumprir a missão que lhes estava sendo entregue. A interdependência, é uma das principais características do líder cristão.
Os cristãos primitivos eram orientados por Deus através das seguintes formas: As Escrituras, Visões e profecias, Conselhos, Circunstâncias e comunicação direta. As experiências divinas poderiam ser tanto individuais como também comunitárias. É o caso de ouvir a Deus junto a alguém. Acontece quando através da ajuda de uma pessoa, no caso o mentor, o discípulo é capaz de entender, perceber e aplicar a vontade de Deus para sua vida e decisão naquela determinada circunstância.
Como no texto em questão, a região escolhida pelos homens para ser a primeira na lista de evangelização não fora a primeira que Deus havia escolhido. Isso não quer dizer que eles não precisavam de ouvir a mensagem. Significa apenas que não era o tempo de Deus para que eles a recebessem naquele tempo. É preciso ouvidos espirituais atentos para compreender qual a vontade de Deus e qual decisão tomar.
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