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Como os Escribas Influenciaram a Teologia

Por:   •  31/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.356 Palavras (14 Páginas)  •  292 Visualizações

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FACULDADE URIEL DE ALMEIDA LEITÃO – MG

CURSO: TEOLOGIA – 2º E 3°PERIODOS

DISCIPLINA: NOVO TESTAMENTO: EVANG., ATOS E CARTAS JOANINAS

DOCENTE: PROF. JAELSON DE OLIVEIRA GOMES

DISCENTES: ARLENE DE OLIVEIRA SOARES BARROS, ELIANA SILVEIRA C. OLIVEIRA, MAURICIO BENTO, WESLEY RODRIGUES DA SILVA

COMO OS ESCRIBAS DOS FARISEUS E DOS SADUCEUS INFLUENCIARAM A TEOLOGIA NOS TEMPOS DE JESUS?

        

CARATINGA/MG

2019

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FACULDADE URIEL DE ALMEIDA LEITÃO – MG

TEOLOGIA – 2º E 3° PERIODOS

Trabalho elaborado sob a coordenação do Prof. Pr. Jaelson Gomes da disciplina Novo Testamento: Evangelhos, Atos e Cartas Joaninas, do curso de Bacharelado em Teologia, para fins avaliativos e obtenção de nota complementar na primeira etapa do terceiro e quarto períodos (em junção) do referido curso.

CARATINGA/MG

2019

INTRODUÇÃO

O ministério terreno de Jesus foi cercado por movimentos de grupos filosóficos, políticos e religiosos que exerciam forte influência na vida do povo. Quando examinamos as páginas das Escrituras, mais especificamente os evangelhos, deparamo-nos com vários grupos religiosos. Alguns são bem conhecidos, como escribas, fariseus, sacerdotes e saduceus.

Nesta pesquisa, procuramos descrever o papel histórico e teológico dos escribas dos dois principais grupos religiosos dos tempos de Jesus, sendo os Fariseus e Saduceus.

A pesquisa num primeiro momento abordará os conceitos, significados e principais funções de cada um desses grupos religiosos, bem como o papel e influência exercidos por seus escribas. Num segundo momento apresentaremos de que forma esses escribas fariseus e saduceus conseguiram influenciar a teologia nos tempos de Jesus, obstante ao contraste entre as doutrinas apregoadas pelos mesmos e a verdade ensinada por Jesus.

Após essa descrição, dar-se-á finalmente o posicionamento de Jesus diante das práticas e ensinamentos desses dois grupos religiosos, o qual entrava em choque com os mesmos e condenava seu modo de vida, suas “pregações” e seus escritos doutrinários.

Por fim desta obra apresentaremos as principais diferenças doutrinárias entre os escribas fariseus e saduceus, e curiosidades sobre alguns escribas que ficaram famosos nas Escrituras.

O QUE SIGNIFICA ESCRIBA NA BÍBLIA? E QUAL ERA A FUNÇÃO DELES?

Possivelmente, você já dever ter lido em muitas passagens bíblicas a menção da palavra escriba. Destacamos dois textos dos muitos onde ela aparece: “Esta é a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras, dos mandamentos e dos estatutos do SENHOR sobre Israel…” (Esdras 7. 11)[1]. Aqui temos mais um texto interessante: “Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores” (Mateus 8. 19)[2].

Na antiguidade e também no Antigo Testamento os escribas eram pessoas contratadas para transcrever informações diversas (informações legais, dados militares, documentos públicos, correspondência pessoal, etc). Era muito comum que reis tivesses esses profissionais para servi-los e também religiões mantinham essas pessoas para o registro e cópias de diversos tipos de dados.

Na Bíblia, o escriba era um especialista na Lei (No Antigo Testamento, principalmente na Lei de Moisés). Suas principais funções eram interpretar a Lei de Moisés, trazendo soluções para as questões difíceis, e fazer cópias exatas da Lei para o uso nas sinagogas. Ele era referência quando o assunto era a Lei de Deus. Era uma espécie de teólogo, de mestre, de professor, de doutor da Lei.

Com o passar dos anos, na época de Jesus, os escribas, com suas interpretações da Lei, já haviam montado uma espécie de “tradição” que andava paralela ao que dizia a Palavra de Deus. Ela é mencionada na Bíblia como “tradição dos Anciãos”. Eles fizeram uma espécie de “lei” paralela que eles mesmos escreveram e que a atribuíam como sendo a vontade de Deus e da qual eram doutores. Veja um exemplo: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem” (Mateus 15. 2)[3]. Lavar as mãos antes das refeições foi uma “lei” incorporada na religião e na cultura pelos escribas por “tradição”. Não há nenhuma lei na Bíblia mencionando essa obrigatoriedade.

Diversas “tradições” desse tipo foram sendo incorporadas na religião judaica e na cultura, o que fez com que Jesus se dirigisse aos escribas de forma dura, pois eles haviam se desviado da sua verdadeira função: “Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus (…) Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los” (Mateus 23. 2, 4)[4].

Por fim, tiveram papel fundamental, junto com os fariseus, no martírio de Jesus Cristo, tramando planos para matá-lo devido a não concordarem com sua autoridade: “Dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam” (Marcos 14:1).

O grupo de escribas, com essas funções “Doutores da Lei”, surgiu no tempo do exílio de Israel na Babilônia, no século VI Antes de Cristo. Antes dos escribas assumirem esse papel, suas tarefas cabiam aos sacerdotes. Mas durante o exílio, como a classe sacerdotal entrou em declínio, surgiu um vazio, pois era preciso ter pessoas para ensinar e interpretar os mandamentos, bem como fazer cópia dos livros da Bíblia. Aí surgiram os escribas.

Quando parte do povo de Israel retornou à Palestina, conforme o relato dos livros de Esdras e Neemias, os escribas já estavam em evidência. Tanto assim, que Esdras, um dos líderes do movimento de retorno, era escriba (capítulo 7, versículos 6, 11 e 21). No livro de Neemias (capítulo 8, versículos 1 a 8), Esdras aparece ensinando a Lei para o povo de Israel.

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