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DIFICULDADES E ACEITAÇÃO DA PATERNIDADE ESPIRITUAL

Por:   •  23/10/2018  •  Artigo  •  5.341 Palavras (22 Páginas)  •  619 Visualizações

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ESCOLA VIDEIRA DE MINISTÉRIO

CURSO DE LIDERANÇA PASTORAL

AGUINALDO SILVA SANTOS

DIFICULDADES E ACEITAÇÃO DA PATERNIDADE ESPIRITUAL

SÍNTESE

BELO HORIZONTE

2016

AGUINALDO SILVA SANTOS

DIFICULDADES E ACEITAÇÃO DA PATERNIDADE ESPIRITUAL

SÍNTESE

Síntese apresentada à Faculdade Kurios – FAK, do estado do Ceará, para obtenção do título de Bacharel em Teologia, sob orientação do Prof. Pastor Juliano Ferraz

BELO HORIZONTE

2016


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        003

1. COBERTURA ESPIRITUAL        008

2. ORIGEM DOS PROBLEMAS FAMILIARES        011

3. JUSTIFICATIVA        013

4. OBJETIVO GERAL        014

5. COMO DEVE SER NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS        017

CONSIDERAÇÕES FINAIS        018

REFERÊNCIAS        020


INTRODUÇÃO

Paternidade Espiritual é um princípio divino, que tem sido esquecido, mas Deus está novamente chamando a atenção da Sua Igreja para a importância deste princípio. A Bíblia nos mostra que sempre a bênçãos passaram de pai para filho. No Reino de Deus as coisas também funcionam assim: De Pai para filho. Nosso pai nos presta credibilidade, prova nossa linhagem, nossos direitos hereditários, mas sua paternidade nos passa características.

A paternidade, por si só, já é algo de suma importância. Os problemas que enfrentamos hoje na sociedade como gravidez na adolescência, drogas, ausência de estabilidade emocional, vícios etc., se deve a grande ausência dos pais. A ausência de Pais Espirituais tem causado grandes problemas para o Reino de Deus. Esta ausência gera cristãos imaturos, acorrentados por vícios e escravos do pecado. São como bebês que nascem, mas não têm ninguém para cuidar. O profeta Malaquias fala disso quando diz: “para converter o coração dos pais aos filhos” (Ml 4:6) [1]. Existe hoje um clamor ecoando por Pais Espirituais. A intenção de Deus é levantar Pais e Mães Espirituais para ajudar no crescimento desses filhos, para que eles causem um impacto nas famílias, na igreja e na sociedade. Essa restauração da harmonia entre pais e filhos, tanto naturais como espirituais, fará que possa ser transmitida a herança para as próximas gerações.

Durante grande parte de minha vida, sempre fiz algumas perguntas, que posteriormente percebi que de uma forma ou de outra as pessoas ao meu redor, gostariam de fazer e obter as mesmas respostas, ou seja, como é o foco de Deus em relação ao ser humano, qual a ligação entre dois extremos, como poderemos consolidar um relacionamento mais profundo, porque algumas pessoas tiveram relevância no decorrer da história bíblica, e o que Deus espera de nós, percebo que conversando com várias pessoas entendi que esta necessidade de obter estas  respostas, são essências para que possamos dar sentido à vida.

Várias pessoas no curso de suas vidas, em algum momento ainda que de uma forma velada, sentiu saudade de algo, se embrenhando na busca pela realização e supressão deste sentimento, que muitas vezes podem estar atrelados a um sentimento amoroso, a um espaço geográfico, de algo que tenha impactado e transformado alguma fase de suas vidas, ou de um familiar, enfim, várias são as circunstancias que nos norteiam para algum lugar, e quando na busca de saciarmos tais desejos, se assim posso dizer, parece-nos que ainda persiste uma saudade, uma ausência temporã ainda pendente, quantas vezes olhamos para o horizonte e entoamos expressões como, “ah que saudade de algo”, onde somos questionados e a resposta que proferimos parte de uma expressão vazia “não sei”, entendo que esta é uma busca pela supressão deste desejo de preenchimento, pois o sentimento de saudade e algo que está muito próximo do sentimento de vazio, uma lacuna, as pessoas não obtendo as respostas adequadas, tendem a partirem para rumos desastrosos. Tudo nos leva a entender que todo sentimento de saudade parte da formação do ser humano ao nascerem, é algo que já está embutido em suas mentes, não tem como separar, às vezes pode se ocultar, mas nunca retirar este sentimento.

Clive Staples Lewis, mais conhecido como C.S. Lewis, debate com Freud sobre Deus, o amor, o sexo e o sentido da vida. Mas Lewis leva o seu argumento um passo mais adiante. Ele aborda não apenas o fato de o desejo por algo não ser suficiente para trazer o objeto do desejo à existência, mas afirma também que ele pode ser evidência favorável à sua existência. Na sua própria vida, Lewis periodicamente experimentava um desejo profundamente assentado que passou a chamar de joy (alegria) e acabou concluindo que era o desejo de relacionar-se com o seu Criador (NICHOLI, 2005)[2].

Lewis nota que usualmente possuímos desejos por coisas que existem. Ele afirma que as “criaturas não nascem com desejos, a não ser que a satisfação para tais desejos exista”.

Um bebê sente fome: bem existe algo chamado comida. Um pato sente o desejo de nadar: bem, existe uma coisa chamado água. O ser humano sente desejo sexual: bem, existe uma coisa chamada sexo. Ele então infere que todos nós temos desejos profundamente assentados, ou desejo por ter um relacionamento com o Criador, e uma existência além dessa vida, embora nós frequentemente confundamos isso com outra coisa. Lewis ainda escreve: “Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro mundo”. E completa:

[...] se nenhum dos meus prazeres terrenos é capaz de satisfazê-lo, isso não prova que o universo é uma fraude, provavelmente os prazeres terrenos não o têm o propósito de satisfazê-lo, mas somente de despertá-lo, de sugerir a coisa real. [3]

Pesquisas recentes de neurologistas fizeram uma revolução neste ponto. Há evidências de que o cérebro humano tenha uma estrutura geneticamente programada para a fé e para sentimentos de constante vazio [4].

Diante deste reforço entendo que todos os nossos desejos, esta vontade de supressão, de preenchimento parte desta vontade de algo que não estão contidas em coisas superficiais, mais concretas e superiores, tudo parte de uma compreensão depurada da paternidade espiritual que temos que colocar em prática em nossas vidas. Outra questão essa relacionada com a imagem como está escrito em Gn 1.27, 27: “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” [5].

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