GÉGONAN – ESTÁ CONSUMADO
Por: Mario Fukue • 28/6/2016 • Ensaio • 1.672 Palavras (7 Páginas) • 286 Visualizações
GÉGONAN – ESTÁ CONSUMADO
INTRODUÇÃO
Por que nos casamos?
Giovani, por que você se casou com a Fran? E vc, dona Margarida, por que se casou com o Sr. Kentian?
Geralmente, quem não nasceu com o dom do celibato, busca o casamento porque reconhece sua incompletude em inúmeros sentidos. Casamos porque desejamos preencher espaços vazios de nossa vida. Como é gostoso chegar em casa e “trocar ideia” com @ espos@! Todos concordam em dizer que um casamento saudável é aquele em que marido e esposa se completam.
É essa ideia de completude que a Bíblia usa quando compara o casamento com relacionamento entre Deus e seu povo. Em Apocalipse 21.1-9, o apóstolo João descreve a união perfeita e completa entre Cristo, o noivo, com seu povo, a noiva. E, nessa completude tão desejada, o próprio Deus Triúno habitará com sua noiva, isto é, nós, os que creem em Cristo.
A VIDA INCOMPLETA – MAR DE DÚVIDAS E INCOMPLETUDE
Por causa do pecado e da falta de amor que reinou e reina entre os seres humanos, nossa vida é incompleta, cheia de vazios. E, quanto mais o tempo passa, essa incompletude cresce e, como uma sombra terrível, procura nos jogar nas trevas da solidão. Não é assim que nos sentimos quando choramos, quando estamos doentes ou quando sepultamos um ente amado? O choro, a morte, o luto e a dor nos oprimem com suas trevas e sofrimento e revelam o quão incompleta é nossa vida.
João chama essa vida incompleta de “primeiras coisas”. Os antigos comparavam essas “primeiras coisas” com o “mar terrível”, pois acreditavam que o mar era a casa de monstros horríveis como Leviatã e o Kraken. Tentando fugir das “primeiras coisas desse mar”, os antigos adotavam o lema “Carpe Diem - aproveite o dia, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos todos”. Comer e beber não acabavam com o vazio da vida, mas anestesiava os sentidos.
Mais de 2000 mil primaveras se sucederam e tudo continua muito parecido. Tentamos fugir do mar terrível com muita “comida e bebida”. A diferença é que temos mais opões para fingir que o vazio em nossa vida não existe. A Internet, redes sociais, baladas, festas, televisão, futebol e fofoca são fugas comuns para nossa geração. No entanto, a sombra da solidão, aliada ao pecado, é implacável! Mais dia, menos dia, choramos, ficamos doentes e sepultamos nossos mortos. Não há como fugir desse “mar”. Ele vem atrás de nós como num tsunami.
Que paradoxo! Que mistério! O vazio é uma presença que enche nossa vida! Psiu! Silêncio! Façam silêncio e escutem o vazio que existe em nossas vidas.
Nós enchemos nossa vida de ativismo porque não queremos olhar para o abismo e o vazio que há em nossas vidas. Pois sabemos que o filósofo Nietzsche e o herói Batman estavam certos: “quando você encara o abismo, ele olha de volta para você!” (NIETZSCHE, Além do bem e do mal. BATMAN, A Queda do Morcego). Jacques Lacan diz que o vazio de nossas vidas é revelado pelo costume de reclamar. Somos pessoas da “angústia”. A vida moderna se resume na tentativa desenfreada de preencher os vazios e aplacar a angústia. Se você se sente assim, bem-vindo ao século atual. Se você ainda não vive assim, pode ter certeza de que muitos ao seu redor estão vivendo assim nesse exato momento. Inclusive o pregador que fala hoje.
TETÉLESTA E GÉGONAN!
“GÉGONAN! GÉGONAN!”
Um dia esse silêncio torturador do vazio será vencido de uma vez por todas por esse grito: “Gégonan! Gégonan”! O que ele significa? Ele tem relação com outra palavrinha que aprendemos mês passado: lembram do “tetélestai” de Páscoa? O que ele significa?
[deixar que falem]
Exatamente. Tetélestai significa ‘está consumado’. Com o grito de “Tetélestai” na cruz, Cristo proclamava ao universo todo que “tudo estava consumado”, todos os pecados “estão pagos” por Cristo. Com sua morte na cruz, Jesus preencheu o vazio de nossas vidas com seu amor e perdão. A sombra da solidão e o tsunami da incompletude são vencidos pela luz de Cristo e sua presença poderosa em nosso favor.
A palavra “Gégonan” também significa “está consumado”, mas com outra nuance.
“GÉGONAN! GÉGONAN!”
É assim que os antigos anunciavam a felicidade de um casamento consumado pela noite nupcial – gritando “Gégonan”, que também significa “está consumado”.
Na manhã seguinte à noite de núpcias, o noivo tomava o lençol branco com a marca de sangue mostrando que a noiva era virgem e gritava “Gégonan”, indicando que casamento estava consumado.
Ao ver o Dia da vitória e da volta de Cristo, João anunciou esse “Gégonan” em Apocalipse 21.2; 6-7:
“E vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu. Ela vinha de Deus, enfeitada e preparada, vestida como uma noiva que vai se encontrar com o noivo.
“E continuou: — GÉGONAN! Tudo está feito! Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tem sede darei água para beber, de graça, da fonte da água da vida.
Aqueles que conseguirem a vitória receberão de mim este presente: eu serei o Deus deles, e eles serão meus filhos.”
No último dia, na volta de Cristo, escutaremos o GÉGONAN final! O apóstolo João compara a vida eterna com um casamento entre nós e Jesus. Nós somos a noiva e Jesus, o noivo. No dia da consumação final desse casamento, o vazio de nossas vidas será finalmente “completado”. Seremos unidos a Cristo nessa vitória e beberemos da água da vida.
GÉGONAN: NOSSO SANGUE OU SANGUE DE JESUS
Linda história, né? Mas, há um pequeno detalhe: não somos uma noiva pura, virgem. Como vimos antes, na tentativa de preencher o vazio da vida, enchemos nossa existência de erros, egoísmo e pecado. Somos infiéis! Não merecemos a honra de estar com o noivo Jesus. Nenhum de nós mesmo. Quem nunca desejou e nunca reclamou que levante agora ou cale-se para sempre.
O “Gégonan” final não depende de nossos méritos. Qualquer esforço humano para comprar ou merecer o Gégonan, a Salvação, é inútil. [jogar sangue falso (sangue do diabo) no lençol]. Nossos esforços não perduram, somem com o tempo [sangue falso deverá ter se evapodado]. Somos incapazes de merecer o casamento com o noivo Jesus.
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