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Movimento Pentecostal Brasileiro

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Por:   •  30/7/2014  •  9.907 Palavras (40 Páginas)  •  399 Visualizações

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INTRODUÇÃO

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A educação, na contemporaneidade, tem sido problematizada nos diversos contextos, tanto em escolas seculares, quanto em organizações não governamentais, no plenário brasileiro, nas comunidades e nas igrejas. Essa temática tem atraído os olhares dos diversos atores sociais, pelo fato de a Educação ser um direito público subjetivo a todo cidadão brasileiro. Ou seja, todos têm direito a uma educação de qualidade e igualitária.

É nesse cenário que a igreja está inserida, e como a educação tem passado por constantes mutações, ela deve estar atenta a esta realidade concreta. Nesse sentido, várias inquietações devem permear as igrejas evangélicas na sociedade hodierna, entre elas, podemos refletir sobre algumas: Que tipo de educação cristã as igrejas têm ofertado aos seus membros? Como se tem planejado o ensino nessas instituições? Como a formação dos educadores tem acontecido nas escolas bíblicas? Esses educadores têm seguido o exemplo de Cristo ao ensinar seus alunos? Como se dá a relação entre educador e alunos em sala de aula? Qual o nível de seriedade com que as escolas bíblicas são tratadas nas igrejas? Tais inquietações se configuraram em constantes reflexões, que ocasionaram na construção deste trabalho de conclusão de curso de Teologia, por entendermos que muitas das igrejas não têm dado o devido valor e importância ao ensino eclesiástico, assim como Cristo o fez, a ponto de, demasiadamente, ser chamado pelos seus discípulos de MESTRE.

Portanto, o presente trabalho está dividido em quatro momentos: o primeiro traz uma breve discussão sobre os caminhos que a educação cristã deve percorrer; o segundo faz uma abordagem sobre a definição e os objetivos da educação nas igrejas, retratando os fundamentos teológicos da educação cristã, fundamentada na visão cristocêntrica, por ser esta um fundamento na prática do magistério do educador nas comunidades eclesiásticas; no terceiro momento, procede-se a uma discussão sobre o papel do educador como agente de transformação, o que implica a comunicabilidade com os alunos, o planejamento e sua capacitação para o exercício do ministério/magistério nas igrejas.

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Este preâmbulo visa descrever sinteticamente a intencionalidade do presente trabalho. Portanto, fica o desejo de que este material traga contribuições substanciais para as escolas bíblicas, acarretando em crescimento saudável, tanto nos aspectos quantitativos (com maior quantidade de membros assíduos nas escolas bíblicas) quanto nos aspectos qualitativos (membros maduros na comunidade, que saibam responder quanto à razão da vossa fé, desejosos em servir e amar uns aos outros). A educação cristã deve ser pensada considerando-se todas as implicações que decorrem dela, para que os alunos pratiquem o conteúdo ensinado na Escola Bíblica. Nisso, os educadores devem ser capacitados para desenvolver suas funções com competência pedagógica, dentro ou fora da igreja.

1. OS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

Uma das tarefas mais nobres é o ensino. Contudo, é comum entendermos o processo de aprendizagem numa igreja através dos princípios e padrões do sistema escolar tradicional de educação que, geralmente, é orientado pelo conteúdo e pelo saber, tendo o intelecto como um fim em si mesmo. Assim, o ensino na igreja passa, muitas vezes, a se resumir na transmissão de conhecimentos abstratos e conceituais sem imediata aplicação para a vida cotidiana. Mas, a educação cristã, por essa sua característica, não se preocupa apenas com o saber, mas também com o ser, o sentir, o conviver, o fazer e o ter. Preocupa-se, enfim, com a integridade da pessoa.

Na educação secular tradicional, temos as técnicas para a transmissão do conhecimento, enquanto que a preocupação da educação cristã não está apenas na informação precisa de conteúdos, mas também na formação do caráter e na transformação do que precisa ser redimido. Ao escolher doze pessoas para estarem com Ele - ―Então designou doze para estarem com Ele e para enviá-los a pregar‖ 8 - Jesus deixou-nos o ponto de partida, pois, enquanto a educação secular leva o aluno a SABER o que o educador sabe, a educação cristã procura levar as pessoas a SABEREM e SEREM o que o seu Mestre é.

8 Marcos 3:14

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Nas muitas experiências da vida real do relacionamento interpessoal entre mestre e aluno, há um processo de aprendizagem mais profundo e compromissado, que leva o educando a ser como o Supremo mestre, Cristo. O apóstolo Paulo, ao escrever aos gálatas, fala, com precisão, quanto ao objetivo do ensino cristão: ―Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós‖ 9. Para que isso se potencialize, é preciso haver transmissão de vida entre educador e educando, em que é necessário que o educador reparta o seu modo de viver, que deve ser semelhante ao de Cristo, para que o aluno, tendo-o como modelo concreto, alcance o concreto modelo de Cristo, em doutrina, atitudes, valores éticos, emocionais etc. Isso requer um modelo, um exemplo, um padrão, uma referência a seguir. Em uma das bibliografias sobre o ministério e a pessoa de Cristo, o autor João, ao escrever o quarto Evangelho, expôs, com clareza, as afirmações do próprio Mestre, sobre ele ser o modelo e exemplo perfeito a ser seguido. ―Ora, se eu, sendo o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo para que, como eu fiz, façais vós também‖ 10.

Esse é o motivo pelo qual Cristo pode dizer aos seus alunos: ―Siga-me‖11. As atitudes, o conhecimento e os valores do Mestre hão de se encarnar na personalidade de seus alunos. Portanto, temos uma educação vivencial entre o Mestre e os educandos. Não tem como negar a importância de tendências ou técnicas adotadas para o ensino na Escola Bíblica, mas não são suficientes para o ensino na igreja, já que, na igreja, o processo educacional na educação cristã é mais laborioso e demorado, pois o que está em jogo é mais do que um conjunto de informações, mas transformações de vidas. Sendo assim, não existem soluções mágicas e em curto prazo para os dilemas da educação nas igrejas. Não é difícil programar uma estrutura de ensino, posto que a educação moderna tem muitos instrumentos para isso, o difícil é entender que a vontade das pessoas não é programável, uma vez que a

9 Gálatas 4:19

10 João 13:14-15

11 Mateus 9:9

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