O Calvinismo Abraham Kuyper (cap.1-3)
Por: Rodrigo Nunes • 7/4/2021 • Resenha • 1.445 Palavras (6 Páginas) • 689 Visualizações
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RODRIGO BATISTA NUNES
RESUMO DO LIVRO, “CALVINISMO”, DE ABRAHAM KUYPER
RIO DE JANEIRO
2018
RODRIGO BATISTA NUNES
RESUMO DO LIVRO, “CALVINISMO”, DE ABRAHAM KUYPER
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina Cosmovisão Calvinista para obtenção parcial de nota no curso de bacharel em Teologia, do Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton – SPS.
Professor: Carlos Antônio Lima
RIO DE JANEIRO
2018
Este trabalho apresenta o resumo das três primeiras palestras, que são os três primeiros capítulos do livro, do teólogo e filósofo Dr. Abraham Kuyper (1837 - 1920). Ele foi um calvinista de origem holandesa, envolvido nas áreas acadêmicas e políticas da Holanda.
No primeiro capítulo, Calvinismo como um sistema de vida, o autor desenvolve o termo calvinista, mostrando suas vertentes de entendimento da palavra e especificando que utilizará do conceito científico de Calvinismo. Este conceito mostra que “o Calvinismo tem uma teoria de ontologia, de ética, de felicidade social de liberdade humana, derivada totalmente de Deus”. Desta forma, Calvinismo é uma forma independente de pensar e de viver. Ainda, coloca o Calvinismo como um contraponto do Paganismo, do Islamismo e do Romanismo.
O autor apresenta o Calvinismo como um sistema de vida que pode responder de maneira peculiar às relações com Deus, o homem e o mundo. A primeira condição, o relacionamento com Deus, não é firmada no intelecto, mas no coração e transparece na oração – enquanto o Paganismo vê Deus na criatura, o Islamismo separa Deus da criatura e o Catolicismo coloca a Igreja entre Deus e a criatura – o Calvinismo mostra que Deus se comunica com a criatura. Para o Kuyper todo sistema de vida dominado pela interpretação da relação com Deus.
Já na segunda condição é tratado relacionamento com o homem mostrando que existe uma multiformidade sem fim. O autor mostra como é interpretada as relações humanas: para o Paganismo é acentua as diferenças; no Islamismo e no Catolicismo fazem o mesmo frisando as questões do paraíso e da inferioridade da mulher, ou frisando a interpretação hierárquica do relacionamento entre os seres; já no Calvinismo, os homens são iguais entre si e diante de Deus, ficando somente as diferenças impostas por Deus – ainda condena a escravidão da mulher e do pobre e dá apoio a interpretação democrática da vida, respeitando os homens como criaturas feita à imagem de Deus, busca transformar a estrutura da sociedade sem precisar usar de luta de classes, valoriza o trabalho independentemente da classe social.
Na terceira condição, a qual analisa o relacionamento com o mundo, o Paganismo coloca uma relação muito alta do mundo, enquanto que o Islamismo mantém uma muito baixa. O Catolicismo coloca a igreja e o mundo em total oposição, sendo o primeiro santificado e o outro estando ainda sob a maldição; o Calvinismo, porém, ao enxergar o mundo como criação de Deus e entender a relação entre graça especial e graça comum, percebe com clareza seu papel nesta criação, servindo a Deus no mundo e louvando-O por Suas obras, enquanto que fazendo separação apenas daquilo que é pecaminoso no mundo.
O autor em sua segunda palestra, Calvinismo e religião, analisa a religião respondendo quatro questões: A religião existe por causa de Deus ou por causa do homem? Ela deve operar diretamente ou mediatamente? Ela pode manter-se parcial em suas operações ou tem de abraçar o todo de nosso ser e existência pessoal? Ela pode manter um caráter normal, ou deve revelar um caráter anormal, isto é, um caráter soteriológico?
Para o primeiro questionamento – a religião existe por causa de Deus ou por causa do homem? – é respondido “A religião do homem não deve ser egoísta e por causa do homem, mas ideal, por causa de Deus”. Enquanto a modernidade torna a religião egoísta, sempre presa a seu caráter subjetivo e sempre uma religião por causa do homem; para o Calvinismo a religião também produz uma benção para o homem, deixando claro que ela não existe por causa do homem e, sim, por causa de Deus.
Respondendo ao segundo questionamento – ela deve operar diretamente ou mediatamente? – o autor informa “Ela não deve operar mediatamente, pela intervenção humana, mas diretamente do coração”. A religião por causa de Deus exige que cada coração humano deva dar glória a Deus, de sorte que nenhum homem pode comparecer no lugar de outro, tendo cada homem que comparecer por si mesmo.
Já para a terceira pergunta – ela pode manter-se parcial em suas operações ou tem de abraçar o todo de nosso ser e existência pessoal? – é dito que “Ela não pode permanecer parcial, como correndo ao lado da vida, mas deve exercer controle sobre toda nossa existência”. Para o modernista, a religião deve se restringir, o órgão religioso não deve manifestar-se no todo do ser humano, mas limitar-se ao campo dos sentimentos ou da vontade. Como a mesma ideia de restrição, Roma acabou por enclausurar a religião nas masmorras de seus próprios santuários, e tudo que esteja a parte do estritamente consagrado, torna-se participante do lado profano da vida. No Calvinismo a religião possui caráter universal pleno, e sua completa aplicação universal. Se tudo existe por causa de Deus, então a criação toda deve dar glória a Deus e o homem, como sacerdote, deve fazer convergir para Deus toda a criação e toda vida que se desenvolve nela.
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