O Fichamento Agostinho
Por: Turma do Zezão • 13/10/2019 • Resenha • 2.511 Palavras (11 Páginas) • 370 Visualizações
PLEA - Fichamento Detalhado
Vinícius Ricci Martins - 10765152
AGOSTINHO, Bispo de Hipona; Santo. Livro XI. In:_________ Confissões. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 302-315.
1ª Parte: Porque confessar a Deus (§1)
Agostinho inicia o texto inserindo questionamentos feitos ao Senhor, mas que têm intenção de atingir o leitor, não a Deus, tendo em vista sua onisciência, que já sabe dos fatos narrados. A partir disto, explica o porquê de estar escrevendo, ou seja, um dos objetivos do texto, que é despertar o afeto pelo Senhor em si e naqueles que leem.
O autor ainda discorre acerca da dádiva de confessar, ato feito por afeto e que objetiva que Deus liberte aquele que confessa. Comenta sobre suas próprias confissões, afirmando que Deus queria que confessasse pois é bom e misericordioso. Em vários momentos, Agostinho complementa suas frases ou aplica de forma direta citações bíblicas, para sustentar o que diz.
2ª Parte: O desejo de meditar a lei divina (§2)
Neste trecho, o Santo por esse ser um termo mais geral, é preferível usar “Agostinho” ou “o autor” realiza um questionamento acerca da pregação da Palavra divina, dispondo uma relação com o tempo, ao refletir quando será capaz de pregar a palavra e quanto tempo isto irá custá-lo. O autor afirma que deseja muito meditar a lei de Deus, conceito que utiliza para se referir a seus ensinamentos, ou seja, estudá-la, e ainda confessar tudo que aprender, buscando se fortalecer. O texto se fundamenta nesta ação. Complementa alegando que deseja fazê-lo em todo o tempo em que não estiver dormindo ou trabalhando.
3ª Parte: Iluminação do Pensamento (§3)
O autor inicia esta parte fazendo um pedido, que Deus atenda a seu desejo exposto na parte anterior. Justifica porque o Senhor deveria atender tal prece, afirmando ser uma que deseja o bem ao próximo, e que o Senhor sabe disso. Além disso, jura a servidão buscando a providência.
Este trecho tem aparência de um louvor, ao passo que efetivamente conversa com Deus solicitando que o livre da mentira, para que não se engane nem engane outras pessoas, com sentido de prece e clamor. Solicita que ilumine seus pensamentos e que não recuse suas dúvidas. Escrevendo livre da mentira e com a benção divina, seu escrito tem mais credibilidade. Prega a própria confissão ao passo que objetiva seguir o caminho divino do início, abordando o conceito de Princípio, ou seja, a criação do céu e da terra, ao fim (a morte, o perpétuo Reino dos Céus).
4ª Parte: Desejo pela Verdade (§4)
Neste trecho, Agostinho argumenta que seus desejos não se voltam para a luxúria, mas podem ser vistos na lei do Senhor e, por isso, são parte de um tipo de desejo que deve ser aprovado. O autor concebe Jesus Cristo como um mediador entre Deus e os humanos, classificando o Filho como aquele que provê, que salvou mesmo que não houvesse sido solicitado, que cuida dos seus fiéis e os dá os saberes da Palavra. Jurando por Cristo, implora e busca a Sabedoria, a Verdade.
5ª Parte: A criação do céu e da terra como ponto de partida (§5)
O autor retoma a noção do Princípio abordada na terceira parte como um ponto de partida para uma discussão acerca da Sabedoria divina. Faz uma citação a Moisés, ao qual diz que no princípio fizeste o céu e a terra, mas afirma que Moisés não se encontra mais presente para explicá-lo isto. Sendo Deus que concedeu a ele tais palavras, estas devem ser a Verdade, assim, precisa entender tal concepção, justificando a razão para se partir dela.
Assim como Deus concedeu a Moisés compreender o Princípio, Agostinho também quer compreender, e de tal forma, insere a questão do Princípio e da criação e a discutirá. A criação é o tema do texto, que o autor discorre com uma perspectiva temporal. Será que a criação é o tema central? Parece que o tema central é “o que é o tempo” e, ao observar tal tema da perspectiva que considera o divino, ele remete à criação a fim de buscar entender o fazer e o tempo de Deus. Objetiva dar sentido ao apontamento feito por Moisés.
6ª Parte: Porque o céu e a terra foram feitos pelo Senhor (§6)
O filósofo inicia a discussão acerca de como se dá a criação divina. Apresenta a tese de que o céu e a terra foram feitos e que não fizeram a si mesmos, através de declarações de pessoas não identificadas, que podem ser compreendidas como os críticos e questionadores do cristianismo. Esta tese, é inserida como se fosse uma tese alternativa à do autor, mas ele usará para sustentar a sua própria.
Agostinho argumenta que não se fazem o céu e terra, essa construção está ambígua pois para que sejam feitos por si, precisam antes ser, conceito que usa para designar a existência, e não antes sendo, devem ter sido feitos. Afirma que foi o Senhor que os criou, sustentando isto por uma relação de semelhança entre o criador e a criação: o céu e terra são belos, assim como o Senhor, mas não tanto quanto este, pois tudo que se compara com Deus é inferior, desde o bom e o belo, até o ser e saber. O céu e a terra são tomados como princípios o uso de termos que são conceitos no texto pode causar certa confusão da discussão, que busca entender a criação de todas as coisas.
7ª Parte: Como o Senhor fez o céu e a terra (§7)
Agostinho aborda um questionamento acerca essa palavra tem sido muito repetida, uma dica é buscar sinônimos de que máquina teria utilizado o Senhor para criar o céu e a terra, conceito que se refere a coisas que são construídas a partir de um corpo, transformando em outro. Assim, contrapõe esta concepção, argumentando que não é assim que Deus o fez, não é da mesma forma que humanos criam as coisas, aplicando uma diferenciação entre Deus e o ser humano, ao passo que foi este que deu ao homem a capacidade de criar. Quando o autor realiza esta oposição, tem como objetivo evidenciar que o mundo dos homens é diferente do de Deus, e que nossas concepções do mundo terreno não se aplicarão a este outro mundo. Muito bom!! Além disso, ele diferencia o fazer humano do divino.
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