O Marx e a Religião
Por: Daniel Santos • 16/6/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 3.834 Palavras (16 Páginas) • 176 Visualizações
FACULDADE SÃO BASÍLIO MAGNO
DANIEL FERREIRA DOS SANTOS JÚNIOR
KARL MARX E A RELIGIÃO
CURITIBA
2021
DANIEL FERREIRA DOS SANTOS JÚNIOR
KARL MARX E A RELIGIÃO
Trabalho apresentado à disciplina da Filosofia Da Religião do curso de Bacharelado em Filosofia da Faculdade São Basílio Magno, como critério de avaliação bimestral, sob orientação do Prof. Dr. Rogério Miranda de Almeida.
CURITIBA
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2. O JOVEM KARL MARX E A REALIGIÃO 4
3 MARX E A FUNDAMENTAÇÃO E A CRÍTICA RELIGIOSA 6
3.1 MARX DESENVOLVIMENTO E A CONCLUSÃO SOBRE A RELIGIÃO 6
4 CONCLUSÃO 10
REFERÊNCIAS 11
1.Introdução
Ao retratar a questão sobre a relação entre o pensamento de Karl Marx e a religião carece de um cuidado minucioso. Isso porque a obra de Marx, entendida aqui como o conjunto de seus escritos, não compreende uma totalidade rigorosa sistematizada e concatenada sobre seu pensamento construído em um tempo e história à medida que Marx vai entendendo e interagindo em diferentes realidades tanto as questões práticas como nas teóricas, um processo de querelas intelectivas, questões pessoais, a forma que se deu o seu engajamento político até mesmo a construção religiosa de sua família. Ou seja, a questão religiosa para Marx vai sofrer um processo de amadurecimento mediante que ele também amadurece no decorrer de sua vida, um Marx jovem no início terá um posicionamento sobre a religião e também em outras esferas como sua posição a filosofia de Hegel e sua oposição ao neo-hegelianismo. Mais adiante um Marx mais revolucionário e com ideias e posições em seu exilio na França, depois um Marx mais analítico estruturado e maduro. A medida do processo de sua condição histórica, será sentida e entendida em suas obras.
A religião e suas questão tem uma atenção em seus escritos, não se trata de questões dogmáticas ou de cunho ideológicos, mas sim a partir de todas as subjetividades religiosas e seus processos simbólicos ao sobrepassar os muros da igreja e permeando nas estruturas sociais e políticas e que no final arrisco algumas conclusões temporárias afim de suscitar uma conversa reflexiva, longe de posições ou afirmações de cunho dogmático e teológico.
- O jovem Karl Marx e a Religião
Diante de um contexto pessoal dentro de tempo e história, Karl Marx abarca de forma clara seu envolvimento com a religião. Tendo como início durante sua estadia na Universidade de Berlin onde atravessa por dificuldades, abdicando a faculdade de direito logo assumindo a filosofia e a história com mais afinco durante toda sua vida até ficar gravemente enfermo. Em 1871, os Estados alemães se uniram com a criação do Império Alemão, sob liderança prussiana. Em novembro de 1918, as monarquias foram abolidas e a nobreza perdeu seu poder político. A Prússia foi efetivamente abolida em 1932, e oficialmente em 1947.
O pensamento intelectual dominante no tempo de Marx tanto na Universidade de Berlin e no Estado Prussiano era norteado pelas obras e ideias do filosofo germânico Hegel (1770 – 1831). O “hegelianismo” não apresentava exclusivamente como uma corrente filosófica, mas também na forma de uma legitimadora ideologia do Estado Prussiano. Assim como forma de protesto pensadores e jovens rebelam-se com um pensamento hegeliano radical “hegelianos de esquerda” dando uma perspectiva crítica e reparando sob a ideia do Estado como regulador ideológicos e morais junto as manifestações universais da razão nas esferas de vida social.
Para Hegel em sua ideia o Estado a religião e a filosofia embasa as supremas exteriorizações de Deus, sendo entendido como absoluto ao que tange a religião assim sendo como uma completa elevação da razão enquanto espírito universal. É necessário aclarar que tal pensamento especifico a religião cristã sobretudo ao luteranismo, religião oficial do estado prussiano (adequa-se também a Igreja Católica em geral).
Tendo este pressuposto inicial, sendo necessário para melhor compreensão no processo de desenvolvimento do significado da religião no pensamento de Marx, assim podemos afirmar que a tematização da religião se dará inicialmente, no contexto da crítica ao postulado hegeliano que se traduz também na serventia a oposição ao governo prussiano, o qual resultara numa desilusão que foi sentida no âmbito filosófico dos “jovens hegelianos” e dentre eles Marx, que acabaram por se constituir no que poderíamos dizer grupo reacionário, vítimas de perseguição. Logo a religião é um tema paras controversas políticas, sendo ponto central da crítica hegeliana.
Marx afirma que a crítica da religião é o princípio de toda crítica logo ao iniciar a introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel, dizendo “a crítica da teologia converte na crítica da política” (Marx, 2005). Fato comprovado pela escolha da religião pelos jovens hegelianos como cerne de toda questão e cada qual não em sua particularidade buscando pontos a fim de minar com críticas inapeláveis as bases fundamentais do sistema hegeliano.
Junto a Marx destaca-se Feuerbach, que exercera um papel importante de liderança, incluindo no jovem Marx. A religião como crítica ao sistema hegeliano na política prussiana além das perseguições e censuras por parte do Governo já não há mais espaço para publicar suas produções, logo então passara a publicar no exilio. Existia um canal de difusão e compartilhamento de produções políticas e filosóficas os anais Franco-Alemães onde Marx também publicara dois trabalhos importantes para a compreensão do tema da religião – Introdução a uma crítica a filosofia do direito de Hegel e a questão Judaica, ambos em 1844.
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