O Problema Metafísico

O Problema Metafísico

José Ricardo Turini Vicente O.A.R.

Franca – SP/ 17-05-2014

1. Qual é o significado etimológico do termo ‘metafísico’? Por quem foi introduzido?

R: Andrônio subdividiu-os em obras lógicas, físicas e metafísicas, morais e poéticas. Depois de ter organizado as obras de física, deparou-se com uma série de livros sem nome, decidindo então chamá-los “os livros que vêm depois da física” (metà tà physicà). O nome, originado de maneira tão casual, correspondia realmente à substância: estes tratavam da realidade, qualidade, perfeição, seres, que não se encontram ou não se restringem ao mundo físico, mas vão além, isto é, são “metafísicos”.  

1. Como Aristóteles, Kant e Heidegger definem a metafísica?

R: ( Aristóteles); como “ciência que investiga as causas primeiras e os primeiros princípios” ( Aristóteles); como “ ciência dos princípios primeiros da natureza e da moral” ( Kant); como “imersão da própria existência nas possibilidades fundamentais do ser considerado em sua totalidade” ( Heidegger); como “ reflexão sobre os princípios primeiros”.  

1. Qual é o objeto, o fim, o método da metafísica?

R: O objeto formal da metafísica é o ser enquanto ser. O ente material não é o seu objeto formal, mas apenas o seu ponto de partida. Somente o ser do ente ( ente considerado em sua qualidade de ser, ente enquanto é, ente considerado do ponto de vista do ser) constitui o objeto formal da metafísica.

1. Por que muitos filósofos colocaram e colocam ainda em dúvida a possibilidade da metafísica?

R: Primeiro pelos céticos, em virtude de sua desconfiança nas capacidades cognoscitivas do homem; depois pelos empiristas, em virtude da redução que fazem da consciência humana à experiência sensitiva; mais tarde pelos positivistas, materialistas e marxistas, em virtude de sua redução de toda realidade à ordem material; por fim, pelos analistas da linguagem, em razão da redução que fazem todos os problemas, inclusive os filosóficos, a meros problemas linguísticos.

1. Por que se diz que Parmênides é o “pai da metafísica”?

R: Com Parmênides a metafísica deixa de ser uma simples aspiração, e torna-se uma autêntica realidade. De fato, indicado o ser como princípio único e supremo de todas as coisas, introduz a metafísica no âmbito que lhe é próprio e que permanecerá para sempre como tal.

1. Quais são os pontos nos quais a metafísica de Aristóteles se diferencia da metafísica de Platão, a de Tomás de Aquino da de Agostinho, a de Spinoza da de Descartes, e a de Marx da de Hegel?

R: Aristóteles define o problema metafísico como “estudo do ser enquanto ser e das propriedades que o acompanham necessariamente”. Esse estudo é identificado por ele com o das quatro causas: material, formal, eficiente, final. Aristóteles, como Platão, considera necessário postular a existência de uma realidade espiritual: Deus.

     

1. O que se entende por “criação”, “emanação”, “evolução”, “participação”?

       R:  Criação - de forma genérica, é a indicação de qualquer causalidade produtiva: do artíficie, do artista ou de Deus.

Emanação -  uma forma de causação com as seguintes características: necessidade do efeito em relação da causa ou força que o produz; continuidade entre causa e efeito; inferioridade do valor do efeito em relação à causa; eternidade da relação entre causa emanente e efeito emanado.

Evolução – desenvolvimento progressivo de algo ou alguém através do tempo.

Participação – relação entre coisas sensíveis e as ideias em alguma ação.

1. O que se entende por “substância” e “acidente”, “matéria” e “forma”, “ato” e “potência”, “essência” e “existência”?

R: Substância – o que é e existe necessariamente.

Acidente – uma determinação ou qualidade qualquer de um sujeito, que pertença ou não à sua essência necessária.

Matéria – um dos princípios que constituem a realidade natural, isto é, os corpos.

Forma – aquilo que determina como a matéria é.

Ato – aquilo que o ser é no presente, uma potência sendo.

Potência – aquilo que pode ou não se tornar ato.