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O Segundo Concílio Ecumênico de Nicéia

Por:   •  24/5/2018  •  Seminário  •  2.003 Palavras (9 Páginas)  •  315 Visualizações

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Fundação Santa Teresinha de Mossoró - FUNDASTEM

Faculdade Diocesana de Mossoró - FDM

Curso de Teologia – 2º período

Disciplina: Patrologia

Docente: Augusto Lívio Nogueira de Morais

Discentes: Francisco Edilson de Macedo

                   Marcos Maciel de Souza Araújo

                   

Seminário sobre o segundo Concílio Ecumênico de Nicéia (787)

Mossoró / RN – Setembro de 2017

  1. INTRODUÇÃO

O Segundo Concílio Ecumênico de Nicéia, foi o sétimo concílio ecumênico do cristianismo, reuniu-se de 24 de setembro à 23 de outubro de 787, em Nicéia, local do primeiro concílio ecumênico. Ele foi convocado por Irene, a imperatriz regente. As principais discussões giravam em torno do culto às imagens e a questão iconoclasta, que havia ganhado força no império bizantino a partir do imperador Leão III com o edito iconoclástico, em 726.

  1. CONTEXTO

Para se entender bem a história que levou até a realização desse sétimo concílio ecumênico é necessário antes entender o contexto da época, que é marcado principalmente pelo Império Bizantino e pelo movimento Iconoclasta, vamos explica-los melhor a seguir.

O Império Bizantino se constituiu da divisão do Império Romano, no ano de 395, em duas partes: Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla (antiga colônia grega de Bizâncio) e Império Romano do Ocidente, com capital em Milão. A forma de governo era o cesaropapismo, onde a figura do imperador era ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe religioso, portanto o imperador era considerado o principal chefe da Igreja. O cristianismo predominou no Império Bizantino. Neste império surgiram duas grandes heresias que foram a dos monofisistas, que nega a natureza humana de Cristo, e dos iconoclastas, que desprezavam as imagens.

Essa segunda heresia é de fundamental importância para a realização do concílio de Nicéia II. O Movimento Iconoclasta (ou a Controvérsia Iconoclasta) se refere a um grande movimento político-religioso que ia contra a veneração de imagens religiosas durante o Império Bizantino, que teve início no começo do século VIII, perdurando até o século IX. Do grego, a palavra Iconoclasta surge da união dos termos “eikon” (imagem) e “klastein” (quebrar) que significa “quebrador de imagem”, ou seja, os iconoclastas se opõem as crenças baseadas nas imagens do Cristo, da Virgem Maria, dos santos, dos anjos, dentre outros, pois para eles as imagens sacras eram ídolos e, consequentemente, a veneração e o culto desses ícones seria idolatria. A associação com o judaísmo e o Islã foi um dos grandes motivos para o surgimento desse movimento. Os imperadores bizantinos queriam destruir um dos principais obstáculos para a aproximação cristã com os judeus e muçulmanos, e isso facilitaria a subordinação dos povos do império dessas religiões.

 

  1. HISTÓRIA

Agora que compreendemos o contexto da época, podemos entender com mais facilidade a história e os conflitos políticos, religiosos e teológicos que levaram até a necessidade de realizar o concílio de Nicéia II e os seus desdobramentos em torno da veneração das imagens.

Para começar vamos até o início do cristianismo, onde nota-se que os primeiros cristãos já usavam as imagens nos lugares de culto e nas catacumbas. As primeiras imagens e ícones eram mais inspiradas em textos e cenas bíblicas (Cordeiro, Bom Pastor, Moisés...), porém nos dois primeiros séculos existia uma quantidade pequena de estátuas e esculturas, pois tinham custo alto e eram difíceis de confeccionar. Já no século III, entretanto, muitas imagens passaram a ser produzidas e usadas pelos fiéis. Desde o início da arquitetura sacra as igrejas foram feitas com imagem não só a nível de ornamentação, mas também a nível de instrumento de conversão e instrução para amplas populações que não conheciam o mundo letrado, portanto a utilização de ícones era bastante comum na divulgação das narrativas e valores fundamentais do cristianismo. Portanto o culto das imagens foi se ampliando, principalmente no oriente.

Porém no início do século VIII iniciou a controvérsia sobre as imagens e ícones. No ano de 730, Leão III, o Isáurio, imperador, determinou através de um edito iconoclasta que seria proibida a veneração de ícones, de forma que milhares de imagens foram destruídas pelos iconoclastas e ainda levaram a tortura, perseguição e exílio dos iconófilos, ou seja, aqueles que cultuam as estátuas e imagens de santos, anjos e seres iluminados, por exemplo, os monges. Provavelmente as razoes que motivaram o imperador, foram, além da influência de judeus e muçulmanos, a sua própria personalidade. Este queria reorganizar o império promovendo a unidade religiosa, condição da unidade política, no reino. Já que as imagens eram um ponto de discórdia entre judeus e maometanos, de um lado, e cristãos, do outro lado, por um fim a esse obstáculo entre eles facilitaria a subordinação dos povos do império dessas religiões. O patriarca Germano, de Constantinopla, se declarou abertamente contra as iniciativas do imperador de tentar mudar alguma coisa em relação as imagens. O Imperador escreveu ao papa Gregório II uma carta de conteúdo dogmático e que ameaçava depô-lo do cargo, caso apoiasse o uso das imagens. O papa reagiu respondendo e condenando a postura do imperador, dizendo que a questão era de competência dos bispos e declarou que não mais reconhecia Leão III como imperador, porém, não chegou a nomear outro imperador, para não trazer o exército Bizantino para Roma. Em 730, Leão III depôs o Patriarca Germano, de Constantinopla, e conseguiu a eleição de Anastásio, iconoclasta. Gregório III, papa desde 731 e sucessor de Gregório II, não alterou a política deste e convocou um sínodo em Roma que puniu com excomunhão que combatesse as imagens. Leão III temendo que o papa Gregório III separasse a Itália da autoridade bizantina lançou uma operação militar contra Roma, mas uma tempestade em 732 destruiu a frota bizantina no mar Adriático. Em 732/733 o imperador destacou os Balcãs e o sul da Itália da jurisdição eclesial romana, ligando-as a jurisdição eclesial constantinopolitana.  Leão III, criando uma espécie de Igreja nacional, reforçou a coesão do império e afastou todos aqueles que contestavam, assim o iconoclastismo foi imposto a todo império.  

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