Projeto de pesquisa sobre o Espiritismo Kardecista
Por: Matheus Dantas • 11/4/2017 • Projeto de pesquisa • 3.365 Palavras (14 Páginas) • 455 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA
CENTRO DAS HUMANIDADES
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES
MATHEUS DANTAS DA SILVA
O ESPIRITISMO KARDECISTA NA CIDADE DE CRISTOPÓLIS E SEUS ADEPTOS OCULTOS[a]
Barreiras
2017
MATHEUS DANTAS DA SILVA
O ESPIRITISMO KARDECISTA NA CIDADE DE CRISTOPÓLIS E SEUS ADEPTOS OCULTOS
Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial para avaliação no componente curricular "Oficina de Leitura e Produção de Textos Acadêmicos".
Orientador: Prof. Me. Fábio de Sousa Fernandes
Barreiras
2017
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a diversidade religiosa é rica e cheia de elementos culturais vindos de toda parte do mundo. Apesar de ser tão diversa, é notável a hegemonia das religiões cristãs, principalmente do catolicismo diante das demais.[b] O Espiritismo Kardecista, doutrina que tem a maior parte dos seus adeptos localizados no Brasil.[c] Porém, mesmo sendo considerada por muitos como uma religião que segue os fundamentos do cristianismo, ainda sofre nos dias de hoje com a intolerânciacristãos seguidores de outras denominações de muitos cristãos.[d] Kardecistas somam 3% do total de denúncias. No entanto, esse número é bastante auto se levar em consideração, que os Espíritas Kardecistas representam apenas 3% da população brasileira (segundo o censo do IBGE de 2010) e a grande maioria dos casos não são denunciados. Diante dessa realidade, seus praticantes se veem obrigados a manter em sigilo no meio social, o fato de frequentar Centros Espíritas, como acontece na cidade de Cristópolis, local que será o foco desta pesquisa.
1.1 Hipótese
Iremos trabalhar com a hipótese inicial de que essa reclusão dos Espíritas no âmbito social se dá pelo fato das Igrejas Católicas e Evangélicas dominarem o cenário religioso no Local. Seus fiéis são constantemente incentivados a manter toda distância possível de outras práticas religiosas, que são equiparadas ao Satanismo, Ocultismo, Bruxaria, entre outros adjetivos pejorativos. Com isso, acaba se estabelecendo dogmas e esses fiéis se tornam cada vez mais absolutamente convencidos de tais verdades. Tal fator acaba proporcionando a impossibilidade de diálogo entre diferentes doutrinas e religiões. Isso provoca na sociedade um monopólio religioso, que semeia entre seus seguidores atitudes de intolerância contra determinadas práticas religiosas.
1.2 Perguntas[e]
Neste contexto, será iniciado uma busca para encontrar as respostas das seguintes indagações: Quem são essas pessoas que preferem manter em sigilo no meio social, o ato de frequentar Centros Espíritas ou o fato de ser adepto dessa doutrina? Levando em consideração, que mais de 90% dos habitantes de Cristópolis são cristãos (segundo o censo do IBGE de 2010), quem são esses grupos ou indivíduos que manifestam preconceito contra praticantes do Espiritismo Kardecista?
E de que maneira essa intolerância é manifestada?
Para poder compreender melhor esse fenômeno, serão feitas entrevistas com dois grupos opostos. Um deles será composto por adeptos/simpatizantes do Espiritismo Kardecista, e desse grupo tentaremos obter a resposta para a seguinte questão: Quais atitudes, tomam os Espíritas para não sofrer críticas ou perseguição de adeptos de outras religiões? O outro grupo será composto por pessoas católicas e evangélicas, que aceitaram participar das entrevistas e têm discordâncias da doutrina espírita, no entanto, não se consideram intolerantes.
De acordo com o Inciso VI do Artigo 5 da Constituição Federal de 1988, é inviolável a liberdade de consciência e de crença no Brasil. Porém, por que há tamanha dificuldade deindivíduos que seguem religiões ou doutrinas com os mesmos princípios morais,, conseguirem dialogar de modo respeitoso sobre suas práticas religiosas e suas diferenças?
Ao final das entrevistas, ambos os grupos serão convidados à responderem a seguinte pergunta: Quais são os possíveis caminhos para que os adeptos do Espiritismo possam manifestar sua crença sem sofrer perseguição de fiéis de outras denominações cristãs? Dessa forma, buscaremos se aprofundar no problema, para assim, melhor compreender suas causas e particularidades.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
- Compreender o porquê de muitos adeptos do espiritismo terem receio em expressar sua religiosidade − conforme lhes é garantido como direito constitucional − em meio a sociedade[f], que no caso é a cidade de Cristópolis na Bahia. Será buscado entender com base na história da intolerância religiosa e em relatos pessoais de frequentadores do Centro Espírita local porque isso acontece e se possível, apontar caminhos para solucionar o impasse.
2.2 Objetivos Específicos
- Buscar na história da intolerância religiosa explicações para o preconceito contra a doutrina Espírita Kardecista
- Analisar por meio de entrevistas a atual dificuldade que os Espíritas enfrentam para expressar sua crença nessa cidade
- Comparar os argumentos de pessoas que afirmam sofrer preconceito por praticar ou ter simpatia pela Doutrina Espírita, com os de pessoas que não conseguem tolerar a expressão dessa crença no meio social
- Entender quais fatores proporcionam a existência da intolerância religiosa na cidade de Cristópolis
- Absorver o máximo de informações possível nas entrevistas para depois analisá-las e então confirmar ou rejeitar a hipótese inicial
- Encontrar e apontar caminhos que possibilitem que adeptos da Doutrina Espírita possam se expressar no meio social sem temer a intolerância de outros religiosos
3 JUSTIFICATIVA
As motivações para a realização desse projeto de pesquisa, partem da necessidade de expor o problema da intolerância religiosa sofrida pelos adeptos da Doutrina Espírita Kardecista. Na cidade de Cristópolis, há uma hegemonia no meio social, cultural e religioso das Igrejas Católicas e das variadas denominações e vertentes do Protestantismo. Adeptos de outras religiões, como por exemplo a Espírita − que será o objeto desse estudo – se sentem socialmente encurralados e então optam por não expressar sua crença. Alguns Espíritas se mantêm muitas vezes ligados a essas igrejas e têm que ser ainda mais cuidadosos para não serem excluídos desse grupo religioso.
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