Resumo - Evangelização
Por: Alan B. Silva • 3/7/2015 • Trabalho acadêmico • 4.380 Palavras (18 Páginas) • 1.445 Visualizações
Capítulo 06
A Espiritualidade na cidade e reflexões sobre a mesma.
As cidades estão por toda parte, para conceituarmos o mundo moderno, precisamos passar pela cidade.
Como Reage o Cidadão Moderno Na Cidade?
As pessoas tendem a se refugiar em pequenos grupos de interesses afins. A separação na sociedade perpassa o “shopping Center”, os clubes, as escolas particulares, e reflete-se, da mesma maneira, nas igrejas.
Nos meios religiosos, a tendência é relacionar a cidade como pecado, sabemos pouco sobre a espiritualidade na cidade.
Quando a bíblia fala da cidade, via de regra, usa conceito de valor e revela uma postura em relação à mesma.
No meio religioso, principalmente evangélico, carecemos de uma reflexão séria e bíblica a respeito da vida cristã na cidade. Metade da população do mundo vive nos centros urbanos.
Podemos aprender lições importantes com Jesus e o apostolo Paulo, que desenvolveram ministério nas cidades de sua época.
Recordamos que Jesus atuava em povoados e vilas do interior da Palestina e costumava frequentar lugares pouco ou nada habitados.
O primeiro passo da mudança de contexto aconteceu quando a evangelização fixou residência em Jerusalém com a primeira comunidade cristã.
Jesus percebeu que precisava alcançar o indivíduo em sua realidade existencial. As vezes a igreja tem dificuldades em fazer essa leitura na comunidade onde esta inserida.
A cidade de certa obriga o individuo a assumir sua própria identidade, a igreja neste aspecto, pode exercer papel importante, despertando em seus membros o “orgulho de seguir a Jesus” o “orgulho de não fazer parte do sistema”. Com isso estará instilando os valores do evangelho na vida de seus seguidores.
O Evangelho nas Cidades Gregas e Romanas.
A certa altura a mensagem do evangelho transpôs os limites interioranos da Palestina e se espalhou pelo mundo urbano antigo. Menos de vinte anos após a ressureição de Cristo havia pequenos comunidades cristãs por todo o mundo urbano mediterrâneo e até além dele.
Nos relacionamentos e na comunhão com Deus dentro do contexto urbano, como desenvolver a espiritualidade em uma cidade onde a pessoa gasta boa parte do seu tempo no transito, trabalha de 12 a 14 horas por dia para sobreviver, os salários são baixos e as condições precárias?
Somos regidos pelo tempo, onde tudo tem hora e lugar marcado, onde o descartável faz parte do cotidiano, e tempo e dinheiro.
Como buscar ao Senhor? Será que existem forma e horário padronizado? Será que devemos busca-lo? Podemos orar no ônibus enquanto vamos para o trabalho? A liderança da igreja precisa conversar sobre esses assuntos com seus membros e este, por sua vez, devem buscar alternativas para desenvolver sua espiritualidade.
Mesmo o cidadão cristão, temente a Deus disposto a desobedecer a seu Senhor, tem seus dilemas, crises familiares e existenciais, particulares ao ser humano.
Como podemos ver, na sociedade moderna, quem tem informação detém o poder, pois é ela que nos põe a par do que acontece nos lugares mais distantes deste nosso mundo.
Durante um bom tempo pensava-se que para sermos religiosos e espirituais deveríamos nos mudar para um sítio, ou uma fazenda, esquecemos as atividades da cidade, e termos uma vida bucólica.
A vida urbana é cruel, discrimina com veemência o negro, o pobre, o índio, o analfabeto, a mãe solteira, o mendigo, o idoso etc...
É necessária uma liderança capaz, informada e treinada sobre a vida na cidade, para poder alcançar e fazer diferença entre as classes desfavorecidas.
Surge uma pergunta: quantos templos evangélicos existem nessa cidade? Qual a utilização desses patrimônios dados por Deus? Durante a semana, são usadas poucas horas para praticas religiosas? Porque não podemos montar nas igrejas pousadas, cozinhas, clínica de saúde etc...?
Como desenvolver uma proposta a respeito da espiritualidade num contexto em que os pobres não sabem ler, não tem bíblias, e não fazem parte de nenhuma comunidade cristã?
A igreja precisa enfrenta a pobreza agindo como Jesus agiu em sua época, indo em busca do necessitado, aflito e desamparado. Pensar sobre isso deve provocar certo incomodo a respeito da espiritualidade e do trabalho propostos pela igreja contemporânea.
Os intelectuais sustentam a “Religião do Saber” e os cléricos a “Religião do Poder”, sustentado pelo pobre que contribui. Como o cidadão que mora na favela, trabalha a uma distância de três horas de viagem, pode ter uma vida de contemplação?
Existem uma estranha associação entre o desenvolvimento e a pobreza. O desenvolvimento pode trazer o distanciamento de Deus. O cidadão urbano, enganado, está vacinado contra a religião. Como aquela pobre senhora que vendeu a sua propriedade para dar o dinheiro a igreja e ficou na miséria, sem casa e esperança e totalmente incrédula quanto as questões relacionados a Deus
A Igreja Precisa Fazer a Diferença.
Cabe aos lideres e a comunidades religiosas apresentarem alternativas de busca, comunhão com Deus e com seu próximo.
Ao olhar o testemunho de algumas igrejas locais percebe-se a falta de integração das mesmas a vida da cidade.
Alguns ainda se lembram daquelas igrejas que, ao realizarem suas reuniões, $colocavam um alto-falante em um local estratégico. Eles pensavam que desta $forma
estavam gerando nos cidadãos antipatia, o correto era fazer um levantamento sobre as necessidades dos seus habitantes da cidade e oferecer propostas que solucionar os problemas.
O ser humano tem necessidades espirituais, precisas pensar sobre Deus. A cidade não o estimula ao encontro com Jesus, ao contrario ela visa a produção, o dinheiro, o poder do forte sobre o fraco.
A comunidade cristã deve ter em sua resposta, vencer o preconceito e alcançar o cidadão em mais profundas necessidades.
A igreja precisa destoar, não pode se vender. Cada comunidade tem uma forma de ser. Precisamos identificar suas tendências, perceber suas necessidades nos diferentes campos.
Se o corpo de Cristo conseguir reunir em torno de si as diferentes categorias que existem na cidade, terá dado um grande passo no que diz respeito a espiritualidade. O exercício do evangelho na cidadania não se concretiza no isolamento em relação ao urbano, mas no esforço organizado, comunitário.
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