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O Movimento Conhecido Como Cabanagem

Por:   •  24/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.035 Palavras (5 Páginas)  •  606 Visualizações

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  O movimento conhecido como Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará, atual Estado do Pará. Dado esse nome pela grande parte dos grupos de revoltosos, formados por pessoas pobres que moravam em cabanas na beira dos rios da região, chamados de cabanos.

   No início do PERÍODO REGENCIAL, a situação da população do Grão-Pará era péssima e vivendo de miséria total. Os cabanos sofriam constantemente pelas margens dos rios. E isso levou um sentimento de abandono com relação ao governo central, provocando grande revolta. Além disso, os fazendeiros e comerciantes da região também estavam descontentes, pois estava sendo encaminhado ao governo um presidente que não agradava a elite.

 Com isso, criou-se uma parceria entre os cabanos e os integrantes da elite local. Embora as causas sejam totalmente diferentes, eles se uniram nessa revolta contra o governo regencial, e seu principal objetivo era a conquista da independência da província do Grão-Pará. Os cabanos queriam melhores condições de vida como trabalho, moradia e emprego. Já os fazendeiros e comerciantes, que lideravam a revolta, pretendiam ter maior participação em decisões políticas e administrativas da província.

 A revolta teve inicio em 1835. A Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e as tropas do governo central. As estimativas levantadas davam conta de que, em média 30 mil pessoas morreram durante 5 anos de revolta. Nesse mesmo ano, os cabanos ocuparam a cidade de Belém, capital da província, e puseram a sua frente o presidente Félix Malcher.

Em seguida, o presidente Félix Malcher realizou acordos com o próprio governo regencial, traindo a confiança dos que faziam o movimento. Com isso, os revoltosos perseguiram e assassinaram o Malcher, colocando em seu lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim). Com o apoio das tropas de mercenários europeus, o governo central brasileiro usou toda a sua força para reprimir a revolta que estava constantemente ganhando espaço. Contudo, o objetivo de manter o governo estabilizado foi frustrado por desentendimentos entre os líderes do movimento e traições. E em abril de 1836, com o ataque militar, o poder se reestabeleceu.

 Após mais quatro anos de longas batalhas dos cabanos e ainda sem muito sucesso, muito deles tinham sido mortos ou presos por volta de 1840. até serem finalmente derrotados sem alcançar seus objetivos. O resultado de todos esses conflitos gerou grandes consequências à cidade de Belém, que ficou bastante deteriorada e teve grande parte de sua população local dizimada, sofrendo uma redução drástica no número de habitantes.

Memorial da Cabanagem

 O memorial da Cabanagem foi inaugurado em 07 de Janeiro de 1985 na cidade de Belém do Pará, marcando comemorações dos 150 anos do movimento que ocorreu na então província do Estado, durante a época imperial no Brasil. O monumento, projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer e executado pela Secretaria de Estado da Viação e Obras Públicas, tendo a frente o engenheiro Manoel Acácio. Foi feito em estrutura de concreto armado, em um período de quatro meses. O orçamento inicial era de cerca de R$ 800 milhões, mas a obra teve o custo final de R$ 950 milhões, devido a uma mudança do projeto original para a inclusão de um lago.

Na opinião do arquiteto Oscar Niemeyer, existe uma representação mais que histórica na obra. “O monumento representava a luta heroica da Cabanagem aniquilada pelas forças de reação, mas ainda de pé na memória de nosso povo”, conta ele. O arquiteto ainda conferiu detalhes à obra, ainda na época: “A bela lâmina de concreto representa a Cabanagem, acompanhando o caminho da história para o infinito. A grande fissura existente significa o momento de ruptura dessa mesma história, quando a Revolução foi esmagada, porém, como continua viva na memória do povo do Pará, também continua seguindo o caminho da história para o infinito.”, contou.

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