O Turismo e Gastronomia na América Central
Por: c.fka • 30/6/2019 • Resenha • 3.301 Palavras (14 Páginas) • 298 Visualizações
Turismo e Gastronomia na América Central
Contexto Histórico e Geográfico do Continente
A América Central era essencialmente povoada por grupos aborígenes, tendo como o mais importante e desenvolvido a civilização Maia. Os grupos pré-colombianos exercem grande influência no povoamento da região, no turismo histórico, nas influencias culturais e folclóricas, além da domesticação e consumo de importantes matérias-primas para a alimentação humana, como o chocolate, o milho, a batata e as pimentas e pimentões. Os Maias são a principal referencia na cultura mesoamericana pré-colombiana, notáveis por sua língua escrita, o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo, e também por sua arte, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos.
Inicialmente estabelecidas durante o período pré-clássico (1000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo, mantendo hoje sua relevância para o conhecimento e estudo da região.
Os exploradores europeus chegaram à América Central no século XVI. Os conquistadores espanhóis logo detiveram o controle da região. A população ameríndia, enfraquecida pelas novas doenças trazidas pelos europeus e pelos conflitos que se seguiram ao novo povoamento, diminuiu rapidamente.
Os espanhóis governaram quase toda a parte continental da América Central, administrando-a na forma de províncias do Reino da Guatemala. Essa colônia também incluía partes do sul do atual México. Várias ilhas também foram colônias espanholas e depois conquistadas por suecos, dinamarqueses, holandeses, franceses e ingleses.
Os britânicos tomaram Belize no século XVIII, e o território recebeu o nome de Honduras Britânicas. Essa foi a única colônia continental dos britânicos na América Central. Antígua e Barbuda e a Jamaica foram algumas das outras colônias britânicas na região. Os franceses também colonizaram algumas ilhas, como Guadalupe e Martinica, que ainda são território francês, e o Haiti, hoje independente. Os holandeses colonizaram um território composto por várias ilhas, que se chamava Antilhas Holandesas e que ainda constitui território holandês.
O Haiti foi o primeiro país da América Central a se tornar independente, em 1804. A América Central continental se tornou independente dos espanhóis em 1821. Por um curto período, Guatemala, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Nicarágua se juntaram ao México. Em 1823, a independência foi declarada novamente, e eles formaram as Províncias Unidas da América Central. A cidade da Guatemala era sua capital. Mas, por volta de 1840, cada um dos países se tornou independente dos outros. Belize só recebeu independência do Reino Unido em 1981.
Em 1902, a República Dominicana e Cuba também já eram países independentes. A maioria das outras ilhas alcançou a independência na segunda metade do século XX.
Os novos países, em sua maioria, enfrentaram profundos problemas políticos e econômicos para a estabilidade dos estados desde as independências. Os países da parte continental não chegavam a um acordo sobre suas fronteiras. Guerras civis estouraram por toda a região. Muitos estados ditatoriais e militares se instalaram na região, marcando o século XX por profundas crises na região (a Costa Rica foi uma exceção durante a maior parte do século XX, como país democrático e sem exército). Os Estados Unidos enviaram tropas para o continente diversas vezes. No final do século XX, governos democráticos começaram a surgir pelo amadurecimento dos Estados da região.
A América Central é formada por duas partes, uma ístmica e outra insular, sendo a primeira a parte continental que liga as Américas do sul e do norte, e onde estão os sete países a seguir: Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. A parte Insular corresponde a um grupo de ilhas localizadas no Mar das Antilhas conhecido como Mar do Caribe, que é ramificado em Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas e Bahamas. Na primeira Antilha estão presentes as nações mais importantes econômica e politicamente do Caribe, como Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico. Ao todo, 20 países compõem o continente, sendo boa parte deles possuidores de pequenas dimensões territoriais.
Geograficamente, a América Central é ocupada por montanhas, periodicamente afetada por atividades vulcânicas e terremotos, sendo as áreas que apresentam planícies se restringindo à costa do Atlântico e do Pacífico. Ademais, encontra-se situada praticamente em sua totalidade na zona intertropical, não impedindo de desenvolver outros tipos de climas provenientes das altitudes, e a partir disso é possível identificar três domínios climáticos: terras quentes, onde se localizam planícies e baixos planaltos, com temperaturas médias de 25ºC, sendo clima tropical úmido e equatorial; terras temperadas, que se localizam em áreas entre as planícies e as montanhas, predominando temperaturas médias de 20ºC e desenvolvendo o clima tropical de altitude; e terras frias, correspondentes a lugares que são constituídos por montanhas elevadas e que, por isso, ocasionam temperaturas semelhantes de clima frio. Também pode-se citar o relevo das Ilhas do Caribe, que é constituído por montanhas formadas por eventos vulcânicos, sendo grande parte delas vulcões, muitos ativos como o Pelée localizado em Martinica.
A biodiversidade da América Central é riquíssima, pois existem florestas tropicais com grande quantidade de espécies animais e vegetais. Assim, a fauna da região é uma composição das faunas sul-americana (neotropical) e norte-americanas (neo-ártica). É interessante notar que os répteis apresentam uma distribuição complexa, que inclui espécies e gêneros do norte e do sul, assim como os mamíferos, os quais podem contar com espécies corriqueiras em todo o território americano.
No que diz respeito à flora, notamos que nas extensões montanhosas mais elevadas, predomina uma vegetação herbácea gigante, enquanto nas zonas mais baixas, a floresta subtropical dominará com suas formações arbóreas. Já nas regiões de transição entre a floresta tropical e a subtropical, desenvolvem vegetações de ambos os tipos. Por outro lado, nos planaltos áridos predominam os arbustos esquálidos, plantas xerófitas e cactos; as palmáceas irão surgir nas áreas localizadas abaixo de 600 m. Por fim, a vegetação compreende densas florestas que já foram desmatadas em quase 50% devido à exploração da madeira de Lei.
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