Política E Moral:
Casos: Política E Moral:. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: natiele • 30/5/2013 • 1.629 Palavras (7 Páginas) • 522 Visualizações
Política e Moral:
Maquiavel Weber
Maquiavel é segundo muitos, pai da Ciência Política, sua contribuição para separar política da moral fez nascer à cisão entre Filosofia Política e Ciência Política, o fato é que ele foi/é fundamental para o pensamento político moderno, sem ele, talvez, não houvesse uma Ciência encarregada de estudar política. Todo aquele que estuda Política deve isso a ele, Maquiavel, e sua obra O príncipe, e sua frase; “os fins justificam os meios”, atribuindo-se esta fala a Maquiavel como sendo a síntese do ato político segundo este autor, cometemos um equívoco interpretativo, pois retiramos a frase de seu contexto e, ainda por cima, nos valemos de um excerto da frase que, em seu sentido original e completo, afirma que os tais “fins” são a estabilidade do Estado. Não é deste modo, qualquer “fim”, e sim um fim específico: o governo. A ação política, portanto, é aquela que age no interesse do Estado, e não no interesse de um sujeito. A frase correta seria, portanto, os fins justificam os meios em prol do bem maior.
O realismo político expressado por Maquiavel e posteriormente alemão Max Weber, vai impactar a noção de uma política idealizada que possa produzir o bem somente pelos caminhos do bem. Para Maquiavel o bem supremo a ser preservado é o Estado, para este desiderato não é possível ser guiado por condutas éticas que limite a luta em defesa da Razão de Estado. Weber quatro séculos depois abrigará este pensamento defendendo que existe ética da convicção e a ética da responsabilidade. A primeira é estabelecida a priori, a segunda é aquela que será julgada pelos resultados produzidos pelas ações, próprias do campo político.
Política
Os homens inevitavelmente estão envolvidos pela política. Esta atividade é inerente a
Própria condição humana da convivência em sociedade. Todavia, muitos são os fatores que contribuem para a incompreensão da política enquanto uma atividade imprescindível para resolução de conflitos e um caminho para a realização do homem enquanto ser social. Destacamos entre estes, os questionamentos acerca da conduta ética dos homens no universo da política.
Moral:
A moral é já em si mesma uma prática em sentido objetivo, como conjunto de leis incondicionalmente obrigatórias, segundo as quais devemos agir, e é uma incoerência manifesta, após se ter atribuído a autoridade a este conceito de dever, querer ainda dizer que não pode cumprir. Pois então este conceito sai por si mesmo da moral (ultra posse Nemo obligatur [‘ninguém está obrigado ao que excede o seu poder] ) logo, não pode existir nenhum conflito entre política, enquanto teoria do direito aplicado,e a moral, como teoria do direito, mas teor ética (não pode, pois, haver nenhum conflito entre a prática e a teoria): deveria então entender-se pela última uma teoria geral da prudência (Klugheitslehre), isto é, uma teoria das máximas para escolher os meios mais adequados aos seus propósitos, avaliados segundo a sua vantagem, isto é, negar que existe uma moral geral.
(KANT, 2004, p. 34).
Este tema moral e Política e sociedade é a corrente que faz Maquiavel e
Max Weber, apesar das diferenças e da distância que os separam, se filiem numa conjugação de pensamentos no que trata da realpolitik e na busca de uma identificação de uma ética para a política. Ambos tem também em comum o fato do enorme interesse pela política e constantemente colocarem os questionamentos sobre a implementação de seus meios e de suas conseqüências que marcaram a história da filosofia e apontaram outro sentido para a relação entre a ética e a política.
A moral política segundo Maquiavel
Afirmar a política maquiavélica como algo que exclui a moral. De fato, se pensarmos sob o ponto de vista cristão, seria acertado dizer que o caráter político é destituído de moral. Vale salientar que, contemporaneamente a Maquiavel, vários autores escreveram diversos manuais do estilo “espelho dos príncipes”, cujo objetivo era fornecer um norteamento comportamental (ou seja, um espelho) para aquele que governa, e tais manuais se pautavam necessariamente numa moral cristã.
Maquiavel compreende que no território da política não é possível um julgamento ético a priori. Mas, com efeito, esta assertiva não pode justificar o famoso “maquiavelismo”, ou entender o pensamento do diplomata florentino como imoral. De acordo com Luciano Gruppi, Maquiavel entende a política como um composto de ações que conflitam com a moral cristã de seu tempo. Nesta perspectiva, Maquiavel desloca seu pensamento dos valores do Cristianismo, não significando, contudo, que despreze valores morais. A política terá seus Próprios valores:
O estado para Maquiavel, não tem mais a
função de assegurar a felicidade e a virtude,
segundo afirmava Aristóteles. Também
não é mais – como para os pensadores
da idade média – uma preparação dos
homens para o reino de Deus. Para Maquiavel,
o Estado passa a ter suas próprias
características, segue sua técnica e suas
próprias leis. (GRUPPI, 1986, p. 11).
Mas, com efeito, este realismo tantas vezes é confundido com imoralismo e foi desta visão que o autor de O Príncipe ganhou destaque como aquele que separou a ética da política. Luciano Gruppi concorda que esta afirmação não se justifica a partir de uma análise mais detida da obra do florentino e afirma acerca da polêmica em torno da moral na política maquiaveliana que:
Maquiavel não se ocupa da moral, ele
trata da política e estuda as leis específicas
da política, começa a fundamentar a
ciência política. Na verdade – como observou
Hegel e posteriormente, fizeram no
Sanctis e Gramsci – Maquiavel funda
uma nova moral que é a do cidadão, do
homem
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