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A Art De Ensinar

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Por:   •  27/11/2013  •  2.154 Palavras (9 Páginas)  •  574 Visualizações

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A ARTE DE ENSINAR

Ensinar com arte significa que devemos conhecer o que pretendemos ensinar.

Conhecer, não é tão simples. Há vários graus e tipos de conhecimento e devemos observar sempre, se o conhecimento que possuímos é adequado para a tarefa de ensinar.

Conhecer é co-nascer, isto é, nascer com aquilo que se conhece, é deixar-se penetrar pelo novo conhecimento.

Preparamos nossas aulas em qualquer lugar, pois sempre estamos pensando sobre o que lemos, verificamos o que vemos e ouvimos.

Conhecer o que se pretende ensinar é a primeira condição para que se considere um professor. Não é professor aquele que não professa. Um mensageiro sem mensagem deve mudar de profissão. Um professor que não se entrega, que dá aulas com rapidez e até rispidez, louco para sair da sala de aula, não possui paixão por ensinar. Também não é professor aquele que pelo fato de saber mais que os alunos, já está ensinando muito aos pobres estudantes.

Uma segunda condição para que se seja um bom professor é conquistar e conservar o interesse dos alunos. Diante de um professor que sabe algo interessante, cultivará o silêncio e atenção de todos, deve estar presente, não com presença física, mas sim da presença de um professor cujos olhos procuram os olhos dos alunos, cujas palavras procuram os ouvidos dos alunos; um professor interessado em atrair o interesse de quem o ouve, mas nem sempre é isto que acontece.

Temos o professor materialista. É aquele que reza todos os dias a profissão de Fé, na sua matéria. Ele entra na sala de aula com alma, que não abre mão da sua matéria e a ela se agarra com todas as forças de seu espírito, não se envergonha de estar limitado, estar concentrado, de viver obcecado pela única coisa que interessa, jamais conseguirá atrair a atenção de seus alunos.

Ensinar é descobrir a necessidade de aprender tudo de novo.

A missão do docente é oferecer aulas vivas, aulas ricas, fortes, inesquecíveis.

Para fazer o aluno prestar atenção, é preciso estímulo, interesse. Para que alguém concentre sua atividade psíquica sobre o professor, consiga fixar-se em suas palavras e gestos, consiga definir, selecionar percepções, absorver conceitos e consiga elaborar seus próprios pensamentos, sentir-se agrado ou desagrado, descobrir dúvidas, e consiga formular perguntas, retificar ideias antigas, criar associações, fazer anotações - para que tal concentração aconteça, o professor precisa desdobrar-se. Só assim será possível conquistar a atenção dos alunos. O aluno tem suas limitações, mas é livre e somente ele poderá escolher a aula como objeto de sua atenção e apreciação.

Teremos maiores chances de atrair a atenção dos alunos e contar com sua real participação se formos elemento vivo dentro da sala de aula. Comportar-se com esta vivacidade significa transbordar.

Ensinar é transbordar. Os alunos percebem quando o professor está envolvido; Ensinar é espetáculo, algo que se oferece à nossa vista capaz de atrair a atenção, comover-nos, levar-nos a reflexão, por um xeque nossos preconceitos.

O espetáculo é transbordamento, o que nos leva a sair da passividade. O ensino espetáculo é agradável, rico, vivo, provoca riso, é imprevisível.

Uma aula criativa, com ritmo, com surpresa, beleza, graça, desperta mentes, aciona a criatividade, solicitas as mentes que descubram coisas importantes, valiosas, necessárias a serem eleitas como objeto de atenção.

Na antiguidade grega, os alunos ficavam sob uma árvore frondosa e ouviam histórias que o mestre contava. Ali os alunos tornavam-se plateia porque criava um espaço novo, criativo, mágico, teatral.

Devemos ser professores capazes de nos interessarmos pelos interesses dos alunos a fim de fustigar a curiosidade deles também por assuntos que não necessariamente incluídos em suas expectativas.

O bom professor não força a atenção de ninguém, não obriga ninguém a ouvi-lo. Rotina, na educação é sinônimo de doença grave e morte certa.

Deve-se ser artista para exercer a arte de ensinar.

AS VIRTUDES DO PROFESSOR CRIATIVO

O professor dever ser um ator. A obra de arte é a aula.

O professor ator é aquele que desperta dotes artísticos para a interpretação e que, dando espaço para este ator que nele existe, cria a obra de arte.

A linguagem do ator é a ação. Ação convincente, atraente. Não se trata somente do que se diz, mas sobretudo do modo como é dito o que se diz.

O professor-ator, interpretando o papel do professor, deve ultrapassar a excessiva preocupação em ensinar. Esta é a liberdade do artista que, Goethe defendia, ao denunciar o velho erro moralista de atribuir à literatura finalidades didáticas.

A verdadeira literatura, ao contrário, “não aprova nem condena”: desenvolve no seu encadeamento próprio as ações e os sentimentos e é dessa forma que esclarece e instrui.

O professor-ator busca mais do que transmitir conhecimento, e o público do professor criativo sempre aprende, sempre recebe, sempre sai recompensado por ter assistido uma aula inesquecível. O modo como cada um recebe a aula é diferente, individualizado.

ENSINAR COM COERÊNCIA

A sala de aula é o lugar de aprendizado, portanto, alunos querem um professor capaz de ensinar o que sabe, deixando à mostra sua vida intelectual, um pensamento vivo, suas dúvidas inteligentes, seus princípios norteadores e assim nos ensine a perguntar, ter certezas, a duvidar do novo, a sofrer, a sentir a alegria de estudar dentro e fora da sala de aula.

Na vida real aprendemos muitas coisas deslumbrantes, mas se na sala de aula não houver uma apresentação inteligente que valha a pena assistir, com situações inesperadas, amor, dedicação, a pergunta é uma só: para que professores e salas de aula?

O professor deve se perguntar se a teoria que adota como sua corresponde a realidade das circunstâncias concretas em que vivemos e se contribuem ou não para ornar mais humana e digna a vida dos seres humanos.

O professor precisa ler nas entrelinhas dos comentários dos alunos, pois muitas vezes ele pode ser incoerente. Imbuido do desejo e do dever de “dar matéria prevista” pode esvaziar de sentido

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