A Pesquisa de Região
Por: ANA LARISSA SCHERER • 27/7/2022 • Trabalho acadêmico • 4.948 Palavras (20 Páginas) • 84 Visualizações
Introdução:
Neste trabalho, retrataremos a história de Cascavel desde seu início através da ocupação do Oeste paranaense, evidenciando os acontecimentos importantes para seu desenvolvimento atual.
Sabemos que a história de Cascavel sempre esteve aliada ao meio rural, com isso, ele e um grande influenciador para o desenvolvimento econômico da nossa cidade, sendo hoje, uma das cidades do Paraná que mais cultivam a cultura de grãos.
Esta produção sempre foi aliada a alta produtividade, graças ao Cooperativismo da região, o qual, desde 1989 realiza um dos maiores eventos de cooperativismo do mundo o Show Rural Coopavel que contribui para o desenvolvimento tecnológico agropecuário da nossa região, além de, ser um grande percursor da economia de Cascavel tanto no mundo de negócios quanto no mundo de turismo. Portanto, abordaremos a importância do agronegócio na história de Cascavel e sua ligação direta com o desenvolvimento da cidade de Cascavel.
Desenvolvimento:
1.0 História de Cascavel:
1.1 A ocupação do Oeste
O processo de ocupação da Região Oeste do Paraná possui vários momentos significativos para a nossa História. Esta região foi habitada por milhares de índios. Durante quase 100 anos viveu diversos dramas em relação aos índios, colonos espanhóis, padres jesuítas e bandeirantes paulistas. (LAZIER, 2003, p. 143)
Além disso, nesta vasta e rica terra passaram as expedições militares que estiveram na Região entre 1761 e 1780. “E entre 1881 e 1930 a Região era habitada pelos obrageros e finalmente, a partir de 1946, aconteceu a ocupação efetiva com a colonização da industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S/A(MARIPA)” (LAZIER, 2003, p.143)
Com o preço baixo da terra fez surgir, então, diversos povoados. Porém, as companhias concessionárias eram as grandes exploradoras da verde mata que cobria o rico solo do Paraná. A única preocupação que as concessionárias tinham era com o lucro imediato, também exploravam a mão de obra, sem qualquer preocupação com a lei e o social.
“Nos primeiros anos da chegada dos homens da Maripá, o objetivo não era promover a colonização e sim explorar a grande riqueza deixada em parte pelos ingleses: a madeira. De 1946 a 1949 a Maripá teve por preocupação básica a sua exploração. ”(WACHOWICZ, 1987, p.171)
"Essa situação começa a mudar na década de 1920, em especial no governo do interventor Manoel Ribas, que concedeu permissão a uma grande companhia, a Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná S. A - bem mais conhecida pela sigla MARIPÁ (NADALIN, 2001, p.84).
"Entre estas companhias, pela organização colonizadora, pelo espírito de empresa e pela importância consequente que ganhou o empreendimento, destaca-se a Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná S. A. MARIPÁ, com sede no atual municipio de Toledo".(GRAFIPAR, 1969, p. 219).
Esta colonizadora implantou o sistema de pequenas propriedades rurais, sendo estas divididas em média com 25 hectares, possibilitando ao colono uma propriedade que era suficiente para dar o sustento à família.
1.2 A migração de 1930 a 1946
Este período do processo histórico da ocupação do Oeste do Paraná, dadas suas peculiaridades, tem todas as características de um período intermediário. As políticas de governos que assumiu o poder em 1930, já se faziam sentir, mas demandavam mais tempo para o Estado produzir resultados, como agente transformador. Por outro lado, as forças produtivas, embora tivessem atingido um considerável desenvolvimento, ainda estavam, de certa forma, reprimida, isto é, não havia como, em tão pouco tempo, a mão de obra agrícola excedente abrisse nova fronteira e se integrasse ao mercado (EMER, 1991, p. 111).
Com a vitória de Vargas na Revolução de 1930, fixa se o período moderno da Reforma Agrária Brasileira, com a implantação do liberalismo no país. Além disso, o governo precisava buscar um modelo consistente de colonização, pois a crise causada pela 2ª Guerra, fez com que a nação buscasse novos projetos para a ocupação do nosso imenso território.
E como afirma o mestre, Emer (1991), surge uma:
[...] migração espontânea apenas para qualificar a migração de ocupação de terras devolutas c sem intermediários, diferentes da migração após a compra da terra das obrages pelas companhias colonizadoras e vendidas aos colonos (p. 112).
Aqui, em nosso município, destacam-se alguns nomes que contribuíram para que uma organização ocupasse o nosso espaço. Em 1922, Antônio José Elias, e em 1930, José Silvério de Oliveira. Este era comerciante em Guarapuava e conhecedor com profundidade da Região Oeste. Com a morte de Antônio José Elias, "Nhô Jeca" arrendou dos seus herdeiros a propriedade transferindo-se para Cascavel e com ele migram para cá diversas famílias.
Como Silvério de Oliveira tinha interesses comerciais, empenhou-se em atrair para a
localidade o maior número possível de famílias. Para tanto, dividiu sua propriedade em chácaras. No mesmo ano, algumas famílias de poloneses, originarias de Canoinhas, transferiram-se de Catanduvas, para junto do grupo de Silvério de Oliveira (EMER, 1991, p. 114).
Com a vinda dos poloneses do Estado de Santa Catarina, os quais ao invés de se estabelecerem em Catanduvas, procuraram terras que não fossem de difícil cultivo, pois as propriedades deixadas em sua província eram bastante quebradas.
Este segundo grupo funda um povoado no interior do município, mais especificamente, na Colônia Esperança, que hoje pertence ao distrito de São João do Oeste. O próprio nome desta localidade mostra os sonhos destes pioneiros. Sonhos que com muitas lutas tornaram se realidade. Surge uma ocupação tranquila, a solidariedade estava presente através das ações coletivas, buscavam com mutirões a solução para enfrentar os diversos problemas que surgiam na colônia. Os agricultores almejavam naquele momento a fixação na terra. Trabalhavam com afinco e atraíam o máximo de
amigos para que juntos fortalecessem a nova comunidade.
"...Os migrantes que se dirigiam à região eram em sua maioria pequenos agricultores que tinham como objetivos possuir uma propriedade maior, visando melhoria em seu padrão de vida, e/ou investindo em novas terras para seus filhos. Destarte temos uma migração do setor rural para outro setor rural." (Ramos, 2003, p.228).
1.3 Os Pioneiros
...Os colonos poloneses, provenientes de Santa Catarina, transportaram para cá importantes contribuições ao desenvolvimento da futura Cascavel, introduzindo aqui, desde a década de 20, a carpintaria, a marcenaria, a selaria, a sapataria e os primeiros instrumentos agrícolas".(SPERANÇA, 1992, p.99)
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