Afinal, Diversão Ou Maldição ?

Afinal, diversão ou maldição?

Numa quarta-feira de manha, estávamos no aeroporto. Finalmente nossas férias chegaram, tempo de rever papai e conhecer sua nova mulher.

Na pista de pouso, dentro do avião, já podíamos avistá-los.

- Nossa! Que mulher é aquela? Papai só podia estar doido, mulher gorda, cabelos alvoroçados, olha a roupa dela, falava Aninha.

- Essas férias não parecem ser das boas, disse Luizinho com sua irmã Aninha.

Aproximando-se do casal, pode-se notar tamanha alegria do pai, mas total indiferença da madrasta. A caminho de casa, nenhuma palavra foi dada.

A madrasta Gerusa não demonstrou nenhuma simpatia com os meninos. Eis que surge a hora do jantar, momento em que Gerusa dará boas vindas aos enteados. A mesa posta, porém o que se via lhes parecia assustador, despertando a desconfiança dos enteados.

Na mesa, uma enorme travessa, aquela seria o prato principal, jiló com língua de boi, do lado um prato recheado com osso de sururu. Nada que encheriam os olhos das crianças.

- O que vamos fazer? Vamos ficar com fome? Perguntou Aninha.

- Justo momento em que a refeição é “sagrada”, ela apronta essa asneira com nois, dizia Aninha.

- Tenho certeza que ela fez isso porque papai está trabalhando, será que todas as jantas serão assim ? Perguntou Luizinho.

Prontos para dormir, Luizinho se contorcia de tanta fome, e com isso podia temer o que estava por vir, com fome e nervosos dormiram.

Na manha seguinte, um lindo dia , desta vez as crianças se deliciaram, posta a mesa tinha bata frita, bife, arroz e feijão, isso bastava para agradá-los.

A tarde chegou, sentados na varanda vendo o sol se pôr, sinal que a hora da janta estava se aproximando, ansiosos para ver o que a madrasta Gerusa preparava de novo. A hora da janta chegou.

- Luizinho vamos jantar, ver o que a bruxa preparou, dizia Aninha.

Desta vez a janta prometia, as travessas estavam tampadas, sinal de surpresa aos meninos. Luizinho o mais curioso, foi destampando a maior travessa, nela havia uma cabeça de ovelha ensopada. Nada satisfeitos, somente olharam com indiferença e subiram para o quarto. Quero até ver quando esses “pirralhos” irão ficar aqui em casa, falou Gerusa.

Os dias iam passando, e todas as noites se repetiam o mesmo cardápio espantoso de Gerusa, até que certo dia Aninha teve uma idéia.

- Que tal comprarmos lanche todas as noites? Mas nada de falar com a lambisgóia e nem com o papai, falou Aninha.

Gerusa insistia, insistia, mas isso já não espantavam as crianças, que por sua vez estavam alimentados todas as noites.

Chega o dia de partir, Gerusa não se agüenta de tanta felicidade, e as crianças morriam de ódio.

Um caldeirão estava preparado com todas ás delicias feitas durante as férias. Sua hora havia chegado...

Componentes: Aline Passos e Dyon Lenon