Alienação do trabalho e analise de Black Mirror
Por: Ester_Chilaver • 11/6/2018 • Dissertação • 1.086 Palavras (5 Páginas) • 416 Visualizações
- O que é trabalho alienado?
Nos baseando nos pensamentos de Marx, o trabalho alienado teria começado a ocorrer quando, com a expansão mercantil. O artesão que anteriormente possuía acesso às matérias-primas e as técnicas necessárias para a fabricação de um produto manufaturado, além de dominar o conhecimento técnico para fabricação do mesmo e saber os custos e tempos gastos para a fabricação, passa a deixar de ganhar uma compensação proporcional à sua capacidade produtiva, em troca de um salário, que não é proporcional as riquezas que o trabalhador produz e a maior parte das vezes tem desconhecimento desse grande valor gerado.
No trabalho alienado o trabalhador é estranho ao produto de sua atividade. A atividade produtiva deixa de ser uma manifestação do homem para se tornar algo não voluntário e determinado pela necessidade externa à ele e para satisfazê-la.
Porém, se, como foi citado antes, o produto do trabalho acaba não pertencendo ao trabalhador, então, deve ser propriedade de outro alguém, que claramente não o produziu, um outro homem que tomou do trabalhador algo que deveria lhe pertencer. Desse modo, fundam-se as bases para a exploração de um homem por outro.
Concluímos que concordamos com o pensamento de Marx, quando esse afirma ter o trabalho alienado um sentido negativo, onde ao invés de realizar o homem, escraviza-o e desumaniza-o, consequentemente, discordamos então da visão de Hegel.
- No século XX, o capitalismo aperfeiçoou permanentemente seu sistema produtivo, como demonstram o Fordismo e Toyotismo. Nesses sistemas nota-se, por exemplo, a revolução produtiva proporcionada pelo uso das máquinas. Discuta: esse avanço significou ou não a superação do trabalho alienado (O fim do trabalho alienado)?
O avanço tecnológico industrial desencadeia uma série de complicações à vida dos trabalhadores, pois não significou o fim do trabalho alienado, muito pelo contrário, significou um novo método de produção que só intensificou sua alienação, isto é, essa foi uma das principais consequências desse processo da divisão do trabalho que começou no período industrial e foi crescendo com os desenvolvimentos tecnológicos presentes no fordismo e no taylorismo. A relação clara que o operário tem com a máquina é de total submissão onde o mesmo precisa se sujeitar ao ritmo da máquina para a realização do produto a ser comercializado.
Essas mesmas Inovações Industriais foram responsáveis por um grande número de desempregos, afinal, o trabalho que outrora necessitava diretamente do homem passa a ser realizado por máquinas, diminuindo drasticamente a quantidade de mão de obra humana dentro das industrias. Todo esse cenário turbulento tem como uma das consequências a formação de um exército industrial de reserva, no qual o indivíduo se subjugava a baixos salários para não ser facilmente substituído. O dinamismo do trabalho foi cada vez mais restringido a autenticidade, diferente do trabalho artesanal, e se tornando cada vez mais repetitivo.
A seguir uma fala do filósofo Karl Marx frente à situação socioeconômica da indústria em relação dos operários.
“Partiremos de um fato econômico contemporâneo. O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. A desvalorização do mundo humano aumenta na razão direta do aumento de valor do mundo das mercadorias. O trabalho não cria apenas objetos; ele também se produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e, deveras, na mesma proporção em que produz bens.”
Manuscrito econômico-filosófico, Karl Marx.
Ele relaciona o valor do trabalhador com o valor da produção e enfatiza o fato de claramente o operário estar subordinado ao valor econômico que aquele produto tem no mercado, ou seja, visa-se o lucro exclusivo da produção perante ao despotismo entre a massa trabalhadora e o dono proprietário.
Karl Marx diz que, na luta econômica o capital é o mais forte. Isso pode ser justificado pegando o exemplo do modelo de organização que se adotou no processo do fordismo onde a vida pessoal e social do operário era totalmente vigiada e analisada para saber se o ritmo de vida que o tal levava geraria ou não lucros na empresa (objetivação do ser humano); também é possível citar o método de organização na carga horária que, não era uniforme, ou seja, trocava-se os turnos e os grupos para que não houvesse contato social para quaisquer reinvindicações estatais. No toyotismo o estilo de produção muda um pouco com as ilhas de produção, onde o trabalhador passa a ter conhecimento da montagem completa de pelo menos uma parte do produto. Porém o sentido de alienação não mudou significativamente.
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