Biografia de Darcy Ribeiro

Darcy Ribeiro (1922-1997), foi antropólogo, autor, etnólogo e educador brasileiro. Nasceu em Montes Claros, Minas Gerais e estudou até o Ensino Médio em sua cidade natal. Ingressou na faculdade de Medicina em Belo Horizonte por influência de sua família, porem acabou abandonando o curso. Graduou-se em Ciência Social com enfoque em antropologia e etnologia, na Escola de Sociologia e Política em São Paulo. Com seus conhecimentos adquiridos passou a estudar as comunidades indígenas e trabalhou no Serviço de Proteção aos Índios. Fundou o museu do Índio, e colaborou na criação do Parque indígena do Xingu. Em 1955 organizou o primeiro curso de antropologia do Brasil.

No governo de Jânio Quadros foi nomeado Ministro da Educação. No governo de João Goulart se tornou Chefe da Casa Civil. Quando Goulart foi deposto, Darcy teve seus direitos políticos cassados em 1964, se exilando no Chile e no Uruguai. Voltou para o Brasil em 1976 e se dedicou na Educação Pública. Foi vice-governador e senador do Rio de Janeiro e implementou os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), a UNB, a Universidade Fluminense e o LDB. Escreveu diversas obras, sendo seu último trabalho ‘’O Povo Brasileiro – a Formação e o Sentido do Brasil’’.

Em seu último ano de vida, dedicou-se a organização da fundação Darcy Ribeiro. Faleceu aos 74 anos, vítima de câncer.

‘’O Povo Brasileiro’’ foi uma das mais importantes obras para compreender a contribuição de diversos povos na formação étnica e cultural da sociedade Brasileira. Darcy Ribeiro defendia que era a miscigenação o fator mais predominante que caracterizava a diversidade do Brasil. E essa fusão de ideias e culturas teria começado logo que os primeiros Portugueses chegaram ao Brasil, e isso teria se estendido durante todos os períodos da história chegando até os tempos atuais. O autor utiliza do termo ‘’Ninguendade’’ para se referir as misturas de culturas.

A obra instiga o leitor a pensar sobre qual seu papel e sua função na construção da nação brasileira.

Foi publicada em 1995 e escrita em português, possuí 470 páginas que estão divididas em cinco capítulos: Novo Mundo (destaca as matrizes do início do Brasil e os primeiros povos do Brasil), Gestão Étnica (fala sobre formas de fusão de povos, Ninguendade e Miscigenação), Processo Sociocultural (disserta sobre a formação do Brasil e reconhece as forças responsáveis pela diversificação de nossa matriz étnica), Os Brasis (identifica a heterogeneidade dos povos espalhados em nosso país e a atividade econômica de cada região) e o Destino Nacional (faz uma crítica ideológica sobre o porquê o Brasil não deu certo).