Cordel na sala de aula

Roma, bela cidade
Com seus mistérios e encantos,
Cenário de uma história
De paixões e de desencantos
Amor maior, impossível
Forte, intenso, indestrutível,
Cheia de dor e de pranto.

Montecchio e Capuleto
Famílias tradicionais,
Da cidade de Roma
Poderosas e rivais,
Com uma luta sem vitória
Personagens de uma grande história
Que não morrerá jamais.

Pois essas duas famílias
Há anos eram inimigas,
Para elas qualquer coisa.

Era motivo de brigas
Com tanta perturbação
O príncipe impôs punição,
Para acabar com as intrigas.

Determinou a majestade
Que em caso de confusão,
Aplicada então seria
Ao autor da provocação,
Sem se preocupar com a sorte,

Com a terrível pena, de morte                        Como punição.

Lucas era um Montécchio,
Alegre e arrebatador,
Cortejava Juliana
Por quem era doido de amor,
Mas ela não o queria
Pois a outro pertencia,
E isso lhe causava grande dor.

Os amigos de Lucas
Tentavam de tudo,
Para fazê-lo esquecer
Juliana, contudo,
Lucas triste e calado,
Pelos cantos, desolado,
Começava a ficar mudo.

Então Marcos e Thiago
Não tendo mais o que fazer
Convidaram Lucas para um baile
Na casa de seus rivais,
Apesar de ir mascarado
Lucas ficou encantado,
Dando suspiros e ais.

Ele olhou para uma jovem
Delicada como uma flor,
E viu, através da máscara,
Um sorriso encantador
Jamais vira outra mais bela,
E enfeitiçado por ela
Ficou perdido de amor.

Luana de Capuleto
Também ficou encantada,
Porém não pôde falar
Manteve-se quieta, calada,
Foi conversar com as estrelas
E confessou para elas,
Que estava apaixonada.

Lucas ouvia escondido
Entre arbustos do jardim,
Com aquela confissão
Não se conteve e, assim,
Declarou o seu amor
E juraram com intenso ardor
Amarem-se até o fim.

E o rapaz procurou       O amigo Frei Lourenço,
Pedindo-lhe que celebrasse
Em segredo, o casamento,
Frei Lourenço concordou
O casamento realizou,
Tudo era contentamen-to

Logo após a cerimônia
Uma briga sucedeu,
Entre um jovem Capuleto
E os amigos de Lucas,
Carlos, o valentão,
Ganhou na briga e, então,
Foi Marcos quem morreu.

Lucas foi desafiado
E nem por isso lutou,
Mas ao ver o amigo
Caído no chão sem

vida,
Ficou louco, inconforma-do,
Pulou sobre Carlos
E finalmente o matou.

O príncipe diminuiu a pena
Mas decretou o banimento
De Lucas por aquelas terras
Sendo expulso da cidade,
Para dizer a verdade,
Era o fim do casamento.

O jovem inconforma-do
Não aceitava deixar,
A sua amada sozinha
E ir morar em outro lugar,
Pedindo assim refúgio ao Frei
Virou um fora da lei,
Se abrigando numa cela.

Prometida ao conde Filipe
Ela, fiel ao Lucas
Apesar dos acontecimentos,
Mandou-lhe um bom recado
Que ele fosse, rapidamente em seus aposentos, durante a noite.

Então Lucas e Luana
Com ternura e com fervor,
Juram que eternamente
Na alegria ou na dor,
Estariam sempre juntos
E seriam fortalecidos
Em nome daquele amor.

Lucas triste, apaixonado
Logo ao final do dia,
Fugiu para outra cidade
Ao ouvir a cotovia,
Deixou, então, sua amada
Solitária e inconformada
Morrendo... Em agonia!

Os pais da jovem
Anunciaram o casamento,
Com o famoso conde Filipe
Para seu grande tormento,
Ela teria que aceitar
Pra família despistar,
Com astúcia e fingimento.