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LITERATURA DE CORDEL EM SALA DE AULA: DA TEORIA À PRÁTICA

Por:   •  5/3/2020  •  Artigo  •  1.386 Palavras (6 Páginas)  •  206 Visualizações

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LITERATURA DE CORDEL EM SALA DE AULA:

DA TEORIA À PRÁTICA

Isabela Cristina Carneiro Caldas[1] 

Thaís Pereira Gomes[2]

Antônia Selmária de Sousa Silva[3] 

Genilda Alves de Sousa[4]

Francisco Ferreira de Sousa [5]

RESUMO

A literatura de cordel, nascida em terras nordestinas, traz através de estórias rimadas e personagens valentes, uma forte crítica social. Com isso, pensando na importância cultural do cordel, o presente trabalho objetivou levar para a sala de aula a imensa riqueza dessa literatura, pois observamos nos livros didáticos, da coleção Novas Palavras, de Emília Amaral e et al. utilizados na escola observada, que o gênero cordel não é abordado. Diante disso, foi ministrado uma oficina, que começou em uma turma de 3° ano. Dessa forma, a oficina foi dividida em dois momentos: primeiro levamos o contexto histórico com uma breve discussão sobre a consolidação dos cordéis no Brasil, utilizando como aporte teórico os estudos de Márcia Abreu (1999); trechos de cordéis que serviram de inspiração para a estória “O auto da compadecida”, de Ariano Suassuna; e xilogravuras do cordelista e xilógrafo, J. Borges, a fim de mostrar a confecção das capas de cordéis. No segundo momento trabalhamos a estrutura dos folhetos através da prática de produção, na qual ensinamos a estrutura poética dos cordéis e aplicamos a confecção de xilogravuras utilizando a técnica de carimbo. Portanto, levamos a oficina para o III Fórum de Letras para demonstrar na prática como desenvolvemos esse trabalho incrível, que foi uma atividade do PIBID, e que envolveu, não só a turma de 3° ano, como também boa parte das turmas da escola Lions Club, alunos da escola Regina Pacis e a turma de ensino médio integrado do curso técnico de Química do IFCE- Campus Crateús.

Palavras Chave: Literatura de cordel; Xilogravura; Produção textual.

  1. INTRODUÇÃO

        A oficina de literatura de cordel aplicada no III Fórum de Letras, no evento Universo IFCE, foi uma demonstração da oficina aplicada, inicialmente, na E.E.M.I Lions Club, através de uma atividade do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), dessa forma, a oficina no evento teve como objetivo focar, principalmente, na técnica de xilogravuras, trazendo as escolas de xilogravuras de J. Borges e a escola de Juazeiro do Norte, para apresentar, não só aos nossos colegas, assim como nós futuros docentes, como aplicar essa técnica em sala de aula, como também mostrar que a oficina é um método incrível para trabalhar principalmente o “planejamento”, “escrita” e “reescrita”, pois se trata de uma oficina que traz, além da exposição de conteúdo, a confecção completa de um cordel, pois até mesmo o fato de dobrar a folha colorida duas vezes é uma tradição na literatura de cordel. Com isso, assim como na escola Lions Club, iniciamos a oficina com a exposição do conteúdo a respeito da literatura de cordel, na qual expomos trechos dos cordéis que serviram de inspiração para o autor Ariano Suassuna na hora da escrita de sua famosa peça “O auto da compadecida”, dessa forma, juntamente com os trechos nós assistimos cenas do filme que remetia ao trecho do cordel, visto que é um filme querido por boa parte das pessoas e deixaria a aula mais descontraída. Porém, é importante frisar que os trechos dos cordéis não foram escolhidos aleatoriamente, os cordéis que serviram de inspiração a Suassuna são dos grandes nomes da literatura brasileira: Leandro Gomes de Barros, responsável por trazer a versão impressa dos cordéis; Silvino de Pirauá, o cordelista que trouxe as sextilhas aos cordéis da época;  e João Martins de Athayde, o responsável por tornar o personagem europeu “João Ratão” um dos personagens mais famosos no país, conhecido como “João Grilo”.

        

  1. METODOLOGIA

        Na oficina, inicialmente, apresentamos os aspetos históricos e teóricos da Literatura de Cordel utilizando trechos de cordéis dos autores Leandro Gomes de Barros, Silvino de Pirauá e João Martins de Athayde, visto que eles foram cordelistas muito importante para a literatura de cordel brasileira. Com isso, iniciamos uma discussão para sabermos o que os alunos conheciam sobre o conteúdo exposto. Posteriormente, após a explicação da estrutura do cordel, pedimos que produzissem seus próprios cordéis com temas livres, pois facilitaria na hora da produção. Diante disso, nesse segundo momento, ensinamos a técnica de Xilogravura utilizando E.V.A, tinta de carimbo e rolo de pintura para a confecção das capas, através da técnica de carimbo.

  1. RESULTADOS

        A oficina de literatura de cordel é algo incrível de se aplicar, pois além de estudar uma literatura completamente nossa, os alunos têm, também, a chance de produzir esse folheto, que mesmo simples, é cheio de significados. Além disso, é incrível como a parte prática consegue envolver até aqueles alunos mais relutantes em participar, por exemplo, uma dupla de estudantes da turma de 3° ano, do Lions Club, não se sentiam a vontade em escrever alguns versos para o cordel, pois não sabiam sobre o que iriam escrever, porém ao sondarmos eles descobrimos que os dois gostavam de jogar um jogo muito famoso entre os jovens atualmente, “Free Fire”, pensamos, antes de ver a produção dos dois, que o cordel iria conter somente conteúdos que remetesse ao jogo, porém os alunos falaram até mesmo sobre a polêmica que gira em torno de jogos de tiros, com isso mostraremos um bom exemplo dos cordéis produzidos:

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