Gêneros Textuais
Casos: Gêneros Textuais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Fbissoli33 • 12/10/2013 • 6.155 Palavras (25 Páginas) • 276 Visualizações
Gênero na sala de aula e desempenho escolar
Antigamente, os alunos eram vistos pelas suas diferenças sociais, etnia, aparência física, e muitas vezes não era discutido as diferenças marcantes existentes entre os seres humanos: o ser homem e o ser mulher. Hoje em dia, fala-se “diferença de gênero” e não diferença de sexo.
A expressão “gênero” passou a ser usada justamente para marcar que as diferenças entre os homens e as mulheres não são apenas de ordem física, biológica ou cultural. Devemos falar das relações de gênero, das características atribuídas a cada sexo pela sociedade e sua cultura. A diferença biológica é somente o ponto de partida para a construção social do que é ser homem ou mulher. Sexo masculino ou sexo feminino, enquanto gênero são uma construção da sociedade e suas relações.
É importante destacar esta distinção de conceitos (biológico e cultural), porque não se trata do ser biológico, que pode ocorrer mudanças na definição do que é ser homem ou mulher, ao longo da história e com as mudanças de ordem cultural, os gêneros podem ser transformados. E a educação desempenha um papel importante nesse sentido.
O conceito compreendido possibilita identificar os valores atribuídos a cada ser tanto o homem como a mulher. Deve ser encarada como um dos eixos que constituem as relações sociais como um todo.
Outro aspecto importante relacionado ao gênero é o da cidadania. Como se sabe, as mulheres foram por décadas excluídas de direitos, tais como estudar, votar, trabalhar, etc. A mulher na sociedade era vista somente como provedora e responsável pelos cuidados dos filhos e da casa.
Muitas mudanças ocorreram com o passar dos anos, as mulheres conseguiram seus direitos adquiridos através de muitas lutas e leis conquistadas, mas ainda sofre discriminações ao gênero. Não há cidadania plena sem o exercício do direito à diversidade. Refletindo no relacionamento familiar, nas relações de poder da vida a dois e nos aspectos afetivos.
A perspectiva de gênero também está presente nas questões mais diretamente ligadas à sexualidade humana. Essa presença se manifesta nas relações cotidianas e na vivência da sexualidade. Sua explicitação pode contribuir para a busca de formas mais criativas nos relacionamentos sexuais e amorosos.
Existe grande expectativa familiar e social quanto ao comportamento da criança em função de seu sexo. Essas expectativas orientam o caminho que a criança percorrerá até tornar-se adulta. Sendo um ponto de referência fundamental para a constituição psíquica e social do indivíduo.
Muitas vezes se atribui conotação homossexual a um comportamento ou atitude que é a expressão menos convencional de uma forma de ser homem ou mulher. Ela escapa aos estereótipos de gênero, tal como um menino mais delicado ou sensível ser chamado de "bicha" ou uma menina mais masculina ser vista como "sapatona", atitudes essas discriminatórias.
Em cada período histórico e em cada cultura, algumas expressões do masculino e do feminino são dominantes e servem como referência ou modelo, mas isto não significa que devem ser tomadas como conceito. Podemos pensar que há tantas maneiras de ser homem ou mulher o importante é o ser como indivíduo. Cada um, apesar dos estereótipos de gênero, tem o seu jeito próprio de viver e expressar sua sexualidade.
Homens e mulheres na educação brasileira
O preconceito de gênero é um problema da educação, que afeta meninos e meninas, homens e mulheres, nas salas de aula e nos espaços escolares, tendo base um sistema educacional que constitui em sua grande maioria professoras (mulheres), as estruturas de poder, de privilégios de um sexo sobre o outro em nossa sociedade.
No que se refere à adequação entre série e idade, o atraso na escolarização é menos intenso para as mulheres do que para os homens tanto entre brancos quanto entre negros e em todas as faixas de renda (ROSEMBERG, 2001).
Contudo, nos setores médios e entre famílias mais abastadas, a diferença é significativamente menor do que entre as famílias de mais baixa renda. Do ponto de vista racial, embora o conjunto dos indicadores seja pior para pessoas negras de ambos os sexos, os homens negros apresentam defasagem idade-série e mais altos índices de analfabetismo do que as mulheres negras.
Essa situação certamente é familiar, a explicação é que os meninos têm que trabalhar mais cedo do que as meninas, para ajudar na renda da casa, sendo que as meninas são criadas para cuidar da casa, dos irmãos menores, para que seus pais possam trabalhar. Elas vêem na escola, no aprendizado, uma maneira de oportunidade para melhorar de vida, ser independente.
Particularmente frente ao perigo das ruas à violência e à possibilidade de envolvimento com o tráfico de drogas, famílias se empenham em encaminhar os meninos ao trabalho podem significar um esforço para melhorar ou complementar sua educação, e não é percebido como contraditório com os estudos. Além disso, para essas famílias o trabalho seria importante para a aprendizagem do que é o mundo globalizado de hoje.
Os professores dentro do ambiente escolar podem induzir e reproduzir imagens negativas e preconceituosas, por exemplo, quando relacionam o rendimento de suas alunas ao esforço e ao bom comportamento, ou quando as tratam apenas como esforçadas e quase nunca como potencialmente brilhantes, capazes de ousadia e liderança. O mesmo ocorre com os meninos que são denominados alunos agitados, malandros, dispersivos, indisciplinados quando estes não correspondem a um modelo masculino predeterminado.
Contudo, concluímos que o fato de que a escola também pode reproduzir novos valores e atitudes, além de estereótipos e preconceitos. Com isso, a escola não só recria em seu interior preconceitos de gênero como também prepara garotas / mulheres para posições mais competitivas no mercado de trabalho, bem como estimula garotos / homens para assumir funções de provedores de tarefas.
Precisamos de educadores preocupados com a construção de iguais oportunidades de escolarização, frente às relações raciais e a pobreza, necessitando considerar as questões ligadas às masculinidades, enfrentando os problemas centrais da educação escolar brasileira que hoje só é possível se não houver um conceito apropriado do “gênero”.
Poema “Educação para a Paz”
Não importa se és menino ou menina
se és branca ou preto
se entendes
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