Idioma, texto e fala
Resenha: Idioma, texto e fala. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Docimagem • 23/2/2015 • Resenha • 293 Palavras (2 Páginas) • 224 Visualizações
Língua, texto e discurso
Antes de analisarmos as crônicas supracitadas, bem como as inferências
construídas pelos alunos após sua leitura, é fundamental que nos atenhamos
às concepções de língua, de texto e de discurso. Conhecemos a língua como
um sistema dividido em fonética/fonologia (sons da fala e o modo como se
relacionam entre si), morfologia (estrutura e formação das palavras) e sintaxe
(conjunto de regras que determinam as relações entre as palavras como partes
de uma frase).
A língua, porém, é muito mais do que isso. Trata-se de uma atividade
sociopragmática com características cognitivas, o que significa que, entre os
interlocutores e o mundo, há uma relação complexa de construção da
realidade; além de ser também uma atividade sociointerativa situada, isto é, a
construção de sentidos emerge da interação, em uma espécie de ação coletiva.
A construção de sentidos se dá através da atividade linguística, cognitiva e
interacional integradas e convergentes. Enquanto atividade, a língua é um
sistema não autônomo: tem íntima relação com as faculdades mentais; ambas
se situam no contexto da interação humana e na relação com o meio ambiente
em que os falantes se inserem. É um fenômeno cultural, histórico, social e
cognitivo que varia ao longo do tempo e de acordo com os falantes: ela se
manifesta no uso e é sensível ao uso.
A língua é variável, heterogênea e sempre situada em contextos de uso, não
podendo ser vista nem tratada simplesmente como código. É uma atividade
construtiva com a qual podemos construir sentidos; é uma atividade cognitiva
com a qual podemos expressar nossos sentimentos, ideias, ações e
representar o mundo; é uma forma de ação, pela qual podemos interagir com
nossos semelhantes. Em consequência, a língua se manifesta nos processos
discursivos, no nível da enunciação, concretizando-se nos usos textuais mais
diversos (MARCUSCHI, 1996). Isso significa que a língua só pode existir
enquanto texto, ou seja, só existe na construção de textos que se concretizam
em gêneros.
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