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Lingua, Linguagem E Linguistica

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Por:   •  12/2/2014  •  1.595 Palavras (7 Páginas)  •  568 Visualizações

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Antes de adentrarmos o campo linguístico, vamos conhecer um dos precursores do ESTRUTURALISMO; corrente de pensamentos que entende a língua como um sistema a ser analisado por suas ligações com os demais elementos, como numa estrutura. O termo estruturalismo tem origem no Cours de Linguistique Générale de Ferdinand de Saussure (1916).

Saussure (1857 – 1913) foi um linguista e filósofo suíço. Suas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística como ciência, o que desencadeou o surgimento do estruturalismo. Ele entendia a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, que ele propôs que fosse chamada de Semiologia. Seus conceitos serviram de base para o desenvolvimento do estruturalismo no século XX.

No Cours de Linguistique Générale [Curso de Linguística Geral] Saussure propôs um estudo onde a língua é considerada um sistema composto por elementos que se relacionam entre si, seja em concordância ou em discordância. O nome veio do fato de essa relação organizar-se como numa estrutura.

Basicamente, busca desvendar a origem da significância cultural contida em determinada linguagem, explorando seu processo de formação e evolução. Essa “significância” tem mais a ver com o que levou ao surgimento de determinada produção linguística do que com o objetivo de quem a produziu.

No Dicionário Aurélio é possível encontrar as seguintes definições de ESTRUTURALISMO:

1. Nas ciências humanas, designação genérica das diversas correntes que se baseiam no conceito teórico de estrutura, e no pressuposto metodológico de que a análise das estruturas é mais importante do que a descrição ou interpretação dos fenômenos, em termos funcionais.

2. Posição inovadora dos estudos linguísticos da primeira metade do século XX, que consideravam a língua como um sistema estruturado por relações formais e não evidentes para a consciência do falante, e que, metodologicamente, preconizavam a observação do maior número de fatos, de modo a fundamentar proposições que, pela generalização rigorosa, viabilizassem a descoberta da estrutura.

Saussure é famoso por desenvolver dicotomias como a de Língua e Fala. Para Saussure, a língua é um sistema de valores que se opõem uns aos outros e que está depositado como produto social na mente de cada falante de uma comunidade, possui homogeneidade e por isto é o objeto da linguística propriamente dita. Diferente da fala, que é um ato individual e está sujeito a fatores externos.

• LÍNGUA é um código de comunicação adquirido no convívio social, produto do “coletivo”. Por sua homogeneidade, trata-se do objeto de estudo primordial da linguística.

• LINGUAGEM é o modo como cada um faz uso da língua, embora mantenha padrões característicos da vida comum. É heterogênea, passível de alterações a serem realizadas pelo indivíduo que a emprega.

LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA

(autora: Margarida Petter)

A complexidade do fenômeno Lingüística vem há muito desafiando a compreensão dos estudiosos. Retraçaremos, inicialmente, a história dessa busca para entender como o objeto de estudo - linguagem, língua - foi aos poucos se delineando e assumindo as configurações que hoje possui nos estudos Lingüísticos.

O QUE É A LINGUAGEM?

Está implícito na formulação dessa pergunta o reconhecimento de que as línguas naturais, notadamente diversas, são manifestações de algo mais geral, a linguagem. Tal constatação fica mais patente se pensarmos em traduzi-la para o inglês, que possui um único termo - language - para os dois conceitos - língua e linguagem. É necessário, então, que se procure distinguir essas duas noções.

O desenvolvimento dos estudos lingüísticos levou muitos estudiosos a proporem definições da linguagem, próximas em muitos pontos e diversas na ênfase atribuída a diferentes aspectos considerados centrais pelo seu autor. Neste capítulo introdutório serão apresentadas duas propostas, a de Saussure e a de Chomsky, que pressupõem uma teoria geral da linguagem e da análise Lingüística.

Saussure considerou a linguagem "heteróclita e multifacetada", pois abrange vários domínios; é ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica; pertence ao domínio individual e social; "não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade" (1969: 17). A linguagem envolve uma complexidade e uma diversidade de problemas que suscitam a análise de outras ciências, como a psicologia, a antropologia etc., além da investigação Lingüística, não se prestando, portanto, para objeto de estudo dessa ciência. Para esse fim, Saussure separa uma parte do todo linguagem, a língua - um objeto unificado e suscetível de classificação. A língua é uma parte essencial da linguagem; "é um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos" (1969: 17).

A língua é para Saussure "um sistema de signos" - um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo. É "a parte social da linguagem", exterior ao indivíduo; não pode ser modificada pelo falante e obedece às leis do contrato social estabelecido pelos membros da comunidade. O conjunto linguagem-língua contém ainda um outro elemento, conforme Saussure, a fala. A fala é um ato individual; resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua; expressa-se pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessários à produção dessas combinações. A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da Lingüística para Saussure. Dela decorre a divisão do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua e outra que analisa a fala. As duas partes são inseparáveis, visto que são interdependentes: a língua é condição para se produzir a fala, mas não há língua sem o exercício da fala. Há necessidade, portanto, de duas Lingüísticas: a Lingüística da língua e a Lingüística da fala. Saussure focalizou em seu trabalho a Lingüística da língua, "produto social depositado no cérebro de cada um", sistema supraindividual que a sociedade impõe ao falante.

Para o mestre genebrino, "a Lingüística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma, e por si mesma". Os seguidores dos princípios saussureanos esforçaram-se por explicar a língua

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