Livro- PORTUGUÊS PARA CONVENCER ( Cap. 1 E 6)
Trabalho Universitário: Livro- PORTUGUÊS PARA CONVENCER ( Cap. 1 E 6). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AN321RO12 • 14/5/2014 • 1.928 Palavras (8 Páginas) • 1.942 Visualizações
Capítulo 1
COMO NÃO SE DEVE ESCREVER
Para o advogado tudo é linguagem
É natural que cada profissão desenvolva uma linguagem própria, com caracteristics inconfundíveis, que todos os membros terminam naturalmente por adotar.
Esse vocábulo técnico, exaustivamente definido dentro do âmbito de cada profissão, é importantíssimo para evitar as ambiguidades tão comuns da linguagem usual, além de servir para deixar mais rápida e eficiente a comunicação entre os interlocutores especializados.
A linguagem do advogado
A relação do advogado com a linguagem, no entanto, é muito mas complexa do que a dos outros profissionais.
Para o advogado, entretanto, tudo é linguagem: é esse o único instrumento de que ele dispõe para tentar convence, refutar, atacar ou defender-se.
Organização e clareza
Além de dominar o indispensável vocabulário especializado, ele precisa conhecer todos os recurso expressivos do idioma, as sutilezas semânticas, as ramificações etimológicas que as palavras mantem entre si e a variada gama de estruturas sintáticas que a língua desenvolveu para caracterizar ênfases, ressalvas e atenuações.
O advogado deve escrever de maneira organizada, clara e precisa, tanto para se fazer entender como para evitar que o interpretem mal.
Para atingir seu objetivo fundamental, que é convencer o leitor, o profissional do Direito deve ser capaz de escrever bem – e não seria exagero afirmar que não existe alguém que escreva mal e seja um bom advogado.
O advogado tem a obrigação de escrever bem
Apesar da preocupação natural que ele desenvolve com a correção e a exatidão da linguagem que usa – e que leva a frequentar diariamente o dicionário e a consultar a gramatica a menor duvida que tenha -, apesar da necessidade profissional de ser claro e persuasivo, é exatamente ele o profissional liberal que produz os textos mais obscuros e pomposos.
O vocabulário técnico
O advogado deve e precisa usar os vocábulos do Direito – assim como os médicos e os economistas usam os termos específicos na Medicina e da Economia.
A linguagem do advogado deve ser idêntica a de qualquer outra pessoa culta e articulada de nossa sociedade.
O advogado deve se comunicar com clareza e eficiência, usando a linguagem técnica somente quando for necessário e jamais utilizando o juridiquês.
Capítulo 6
A QUALIDADE DO BOM TEXTO
Podemos afirmar que nossa capacidade de realizar uma boa comunicação de ideias, de recriar os fatos com consistência e credibilidade e de apontar relações de causa e efeito entre estes e as leis formarão um cenário decisivo para o sucesso que queremos ter no mundo jurídico.
O resultado do trabalho dependera, consequentemente, de atender uma demanda muito simples, mas decisiva: a necessidade de que a redação atinja o leitor, que o persuada e o influencie e que de fato o convença. Para alcançar esse resultado é indispensável que o texto seja preciso e acessível e que transmita ao leitor exatamente o que se quer dizer. Em outras palavras, o texto precisa ser lido e entendido.
No mundo do Direito não apenas é impossível esquematizar previamente a linguagem, como também é indesejável que todos escrevam de maneira virtualmente idêntica. Você é (ou em breve será) um advogado, um profissional das letras jurídicas, alguém que ganha o sustento argumentando e usando da palavra.
Escrever corretamente e com clareza, transmitir informações e defender os interesses do cliente são atributos essenciais do advogado. Há princípios que devem ser seguidos, como o cuidado com o leitor, a administração da tensão retorica, a persuasão e o convencimento pela palavra, mas não existe uma formula para obter tal resultado. O trabalho do advogado jamais será uma equação matemática, nem poderá ser aferido por formulas ou esquemas padronizados.
O texto eficaz
O principal fator para a eficácia é a legibilidade, isto é, a rapidez com que o texto pode ser lido e a facilidade com que pode ser compreendido e memorizado.
A diferença entre mau e um bom texto esta na facilidade de leitura e compreensão. A redação ideal tem de ser, sobretudo, perfeitamente legível.
A tentativa de criar um método seguro para a produção de textos fáceis de ler levou ao desenvolvimento, entre as duas grandes guerras, de varias fórmulas para medir e quantificar a legibilidade de um texto.
Os métodos para a produção de textos simples avaliam a linguagem a partir do tamanho das palavras e das frases usadas. Segundo esses estudos, quanto menor o tamanho médio das frases, mais fácil será a leitura.
Alguns conselhos duvidosos
Por um raciocínio simplista e equivocado, esses parâmetros de legibilidade passaram a ser considerados, em muitos manuais de redação, fundamentais para a produção de textos mais compreensíveis e eficazes.
CONSELHOS (DISCUTÍVEIS) PARA ESCREVER BEM
1- Use apenas frases curtas.
2- Use apenas a voz ativa; evite a passiva.
3- Não fale na primeira pessoa.
4- Não use sujeitos indeterminados ou vagos.
5- Troque os substantivos abstratos pelos verbos correspondentes.
6- Corte os adjetivos e advérbios; eles são supérfluos.
7- Prefira sempre os verbos de ação aos verbos de ligação.
8- Corte as palavras vazias (“fato”, “aspecto”, “elemento”, etc.)
Servem muito bem para quem escreve textos meramente expositivos, destinados a um publico muito amplo e não-especializado, mas não podem ser levados a sério pelo pesquisador ou o profissional que vai passar a vida escrevendo com a preocupação de argumentar e persuadir, dirigindo-se a leitores tão ou mais qualificados por ele.
Discutindo os princípios da legibilidade
1. Usar apenas frases curtas?
Em qualquer texto jurídico haverá frases e parágrafos
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