Línguas Indígenas No Brasil
Trabalho Escolar: Línguas Indígenas No Brasil. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Faith • 6/4/2014 • 619 Palavras (3 Páginas) • 367 Visualizações
Línguas indígenas do Brasil
No Brasil, atualmente, são faladas cerca de 180 línguas diferentes, além do português. A maioria dessas línguas é falada por etnias indígenas presentes em diversas partes do território nacional, da Amazônia ao extremo sul.
A realidade, no entando, é que estas 180 línguas indígenas, faladas por cerca de 200 povos, correm risco sério de extinção. Estatísticas recentes de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas apontam que de todo o universo de línguas indígenas, 110 dessas línguas são faladas por apenas 500 pessoas (1).
As línguas brasileiras podem ser divididas em dois grandes troncos, Tupi e Macro-Jê, e em dezenas de famílias lingüísticas não classificadas em troncos. Este tipo de classificação genealógica é o mesmo adotado para qualquer outra língua do mundo - línguas se agrupam em famílias, em que há semelhanças e conexões estreitas entre as diferentes línguas, que por sua vez se agrupam em troncos, que são a classificação mais alta. Línguas de um mesmo tronco, mas de diferentes famílias, guardam menos semelhança entre si do que línguas de uma mesma família.
O tronco Macro-Jê é formado pelas famílias lingüísticas: Bororo, Botocudo, Camacã, Carajá, Cariri, Guató, Fulniô, Jê, Masacará, Maxacali, Ofaié, Puri e Rikbaktsa. Dentre estas, a família Jê se destaca pela quantidade de línguas compreendidas: são nove ao todo, sem contar as
variações dialetais - que podem chegar a oito por língua, como é o caso do Timbira.
No tronco Tupi, destacam-se as famílias lingüísticas: Ariquém, Aueti, Juruna, Maué, Mondé, Mundurucu e Tupi-Guarani. Esta última engloba línguas como o Tupi, Apiacá, Cocama, Camaiurá, Guarani, Tenetehara e Zoé. A língua Xetá, pertencente a esta mesma família, está praticamente extinta. Estatísticas já antigas apontavam para apenas três falantes nativos.
Situações como estas não são raras no Brasil, como já apontado. O decrescimento no número de falantes de línguas indígenas pode ser notado em praticamente todos os casos, chamando a atenção à urgência em documentar e descrever tais línguas.
O estudo das línguas indígenas brasileiras é relativamente recente, tendo crescido em número e em qualidade desde a década de 1950. O principal pesquisador na área é o prof. Dr. Aryon Dall’Igna Rodrigues, cuja carreira na Unicamp e depois na Unb gerou centenas de trabalhos de relevância nacional e internacional para a área, através de pesquisa inédita, publicação de artigos e orientação de pesquisadores em nível de graduação, mestrado e doutorado.
O trabalho lingüístico do Dr. Aryon Rodrigues e de dezenas de outros pesquisadores brasileiros e estrangeiros consiste na documentação e descrição das línguas mais ameaçadas (2). A documentação consiste em coleta ampla de dados lingüísticos, preferencialmente através de
gravações de áudio e vídeo, que posteriormente são digitalizadas e transcritas. Não raramente estes materiais podem ser usados para estudos em outras áreas, como a antropologia.
A descrição lingüística consiste em submeter os dados documentados à metodologia de análise lingüística em todos os níveis de descrição - fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, pragmática e discurso. Para
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