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Memória da educação escolar no Brasil contemporâneo

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Por:   •  16/3/2014  •  Seminário  •  2.466 Palavras (10 Páginas)  •  352 Visualizações

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“Memória da educação escolar no Brasil contemporâneo”

De inicio, podemos admitir que o homem seja um ser histórico, já que suas ações e pensamentos mudam no tempo, á medida que enfrenta os problemas não só da vida coletiva, como também da experiência pessoal.

A história é a interpretação da ação transformadora do homem no tempo. A pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural.

O trabalho que seria a ação transformadora do homem sobre a natureza, modifica também a maneira de pensar, agir e sentir, de modo que nunca permanecemos os mesmos ao fim de uma atividade, qualquer que ela seja. É nesse sentido que dizemos que, pelo trabalho, o homem se autoproduz, ao mesmo tempo que produz sua própria cultura.

Se o homem é o resultado por esse processo pelo qual constrói a cultura e a si próprio, é impossível pensar em uma natureza humana com características universais e eternas. Na realidade, não há um conceito de “homem universal” que sirva de modelo para os educadores. Melhor seria referirmo-nos a uma condição humana, resultante do conjunto das relações sociais, que se transformam no decorrer do tempo. Ou seja, não compreendemos o homem fora de sua prática social, porque esta, por sua vez, se encontra mergulhada em um contexto histórico-social concreto. Portanto, vimos que através do trabalho, o homem atua sobre o mundo transformando-o. Cada geração assimila a herança cultural dos antepassados, ao mesmo tempo em que estabelece projetos de mudança. Ou seja, o homem se insere no tempo: o presente humano não se esgota na ação que realiza, mas adquire sentido pelo passado e pelo futuro.

Pensar o passado não deve ser visto como exercício de saudosismo, mera curiosidade ou erudição. O passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do presente. É compreendendo o passado que podemos dar sentido ao presente e projetar o futuro. Contudo, queremos dizer que, de certa forma o homem ’‘reconstrói” a história a partir do seu presente, e cada novo fato o faz reinterpretar a experiência passada.

O tema EDUCAÇÃO é de importância fundamental em qualquer país, mas no Brasil ele adquire um caráter crucial, obtido não só à grave questão dos milhões de analfabetos, como principalmente a falta de perspectivas, devido ás inúmeras deficiências e distorções do sistema educacional.

A escola, segundo os ensinamentos de Arnaldo Niskier, em “Filosofia da Educação”, tem dois objetivo essenciais: primeiro, educar o cidadão para o convívio social, o que justifica o ensino de moral e cívica, de política, de ética, e mesmo, de religião; e segundo, educar o indivíduo no campo técnico e da ciência, com o sentido de prepará-lo para o exercício da atividade econômica, com maior eficiência e criatividade.

O problema da educação no Brasil, deteriorou-se a partir do exagerado crescimento das grandes cidades, como Rio de janeiro, São Paulo, Belo horizonte, Salvador, Recife e, mais tarde, Brasília. O êxodo das populações do norte, nordeste e do interior para os grandes centros urbanos produziu uma inusitada oferta de estudantes frente a uma crônica escassez de escolas e de professores. A massificação do ensino, inclusive do ensino superior, foi um fenômeno significativo, principalmente a partir de 1960, aumentando substancialmente o número de estudantes nas salas de aulas, em prejuízo da qualidade de ensino. Todos se lembram dos chamados excedentes e das fórmulas enganosas de abrigá-los no curso superior. Ao lado da massificação do ensino, ocorreu também, nos anos 60, a politização da classe estudantil, como consequência e também instrumento de um movimento político de nítido caráter socialista.

A cultura europeia, derivada da filosofia greco-romana, se baseava fundamentalmente na teologia e na metafísica. Foi somente a partir do século XVI, sob a influência de Galileu, que o conhecimento e o método científico substituíram a escolástica e a prevalência do ensino religioso.

Foram os jesuítas os primeiros educadores sistemáticos, no Brasil. Eles aqui chegaram com o governador Tomé de Souza, em 1549, e formaram núcleos religiosos e de ensino em vários pontos das capitanias hereditárias, espalhando-se pelo interior do Brasil.

Sem embargo dos grandes benefícios proporcionados pelos jesuítas, não se pode negar o fato de que eles representavam o velho sistema cultural escolástico que já estava superado na Europa. Mas, justiça seja feita, a forma de colonização implantada pelos portugueses também contribuía para que assim fosse, constituindo verdadeiro obstáculo para que não se implantasse e desenvolvesse um sistema educacional entre nós, até a Proclamação da República.

Quando o primeiro governador-geral , Tomé de Souza, chega ao Brasil em 1549; vem acompanhado por diversos jesuítas encabeçados por Manuel da Nóbrega. Apenas 15 dias depois, os missionários já fazem funcionar, na recém-fundada cidade de Salvador, uma escola “de ler e escrever”. É o inicio do processo de criação de escolas elementares, secundárias, seminários e missões, espalhados pelo Brasil até o ano de 1759, quando os jesuítas são expulsos pelo marquês de Pombal.

Nesse período de 210 anos, eles promovem uma ação maciça na catequese dos índios, educação dos filhos dos colonos, formação de novos sacerdotes e da elite intelectual, além do controle da fé e da moral dos habitantes da nova terra.

É difícil a empreitada de instalar um sistema de educação em terra estranha e povo tribal. De um lado, os indígenas de língua e costumes desconhecidos, e de outro os colonizadores portugueses, que para cá vieram sem suas mulheres e familiares, muito rudes e aventureiros, com hábitos criticados pelos religiosos.

Embora os jesuítas recebessem formação rigorosa e orientação segura do Ratio Studiorum (método pedagógico utilizado por eles) ainda assim, enfrentam sérios desafios para se adaptar as exigências locais. É bom lembrar quanto lhes valia, nesses casos, a sua tão conhecida flexibilidade.

Ao se deslocar da Bahia para o sul, criaram o colégio de são Vicente, no litoral, depois transferido para Piratininga, no planalto. Aí, em 1554 fundam o Colégio de são Paulo, então surgindo a cidade de mesmo nome.

As primeiras escolas reúnem os filhos dos índios e dos colonos, mas a tendência da educação jesuítica e separar os “catequizados” e os “instruídos”. A ação sobre os índios se resume na cristianização e na pacificação, tornando-os dóceis para o trabalho. Com os filhos dos colonos, porém, a educação tende a ser mais ampla, estendendo-se além da escola elementar de

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