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Música E Alfabetização

Trabalho Universitário: Música E Alfabetização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/12/2014  •  2.436 Palavras (10 Páginas)  •  372 Visualizações

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1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

1.1 TÍTULO DO PPROJETO

Cantando se aprende, ao longe se vai, deixando a tristeza, barreira que cai. Qual é a música?

1.2 ESTABELECIMENTO DE ENSINO

Escola Municipal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais

1.3 ENDEREÇO

Endereço: Praça Central s/n , Vila Nsa. Sra. Luz

1.4 PARTICIPANTES

Márcia Cristina Calandreli Santos Franco

2 INTRODUÇÃO

O presente projeto visa buscar alternativas que possam solucionar os problemas de distúrbios na aprendizagem das 1ª e 2ª do ciclo I.

Tanto a escola quanto a educação tem a responsabilidade de preparar o educando de forma que ele possa interagir na sociedade a qual pertence com capacidade de construir seu próprio conhecimento por meio da intervenção pedagógica.

A realização desta aprendizagem só é possível estabelecendo a relação entre o que se pretende e a possibilidade desta realização. Portanto diante dos problemas encontrados na aprendizagem há a necessidade de um trabalho ousado que leve o aluno a ter gosto pela realização deste.

Assim podemos dizer que a música oferece elementos que auxiliam no processo da aprendizagem. Ela está presente em tudo. Todo o povo canta.

Contém em si o ritmo que é básico na organização do movimento, a rima que está ligada a sistematização do aprendizado da linguagem e a melodia que trabalha essencialmente a emoção. Numa cirandinha, por exemplo, as crianças serão trabalhadas dentro da sociabilidade, iniciativa própria, desenvolvimento físico – psíquico, culminando o aprendizado através de atividades escritas.

Pedagogicamente, temos um fato inegável: cabe sempre ao professor introduzir a música como motivação no trabalho a ser realizado, com a conscientização Dos alunos nas séries iniciais. A educação pela música é uma peça mestra para o edifício do ensino – aprendizagem, permitindo assim à criança, resolver mais facilmente aquilo que é considerado dificuldade na etapa em que se encontra. Estas atividades ocuparão um lugar privilegiado em todos os conteúdos.

A educação pela música suscita na criança um grande prazer, já que se reveste de um acentuado caráter lúdico e portanto desafiador. Portanto ela seduz e torna-se assim um valioso recurso para a aprendizagem em geral.

Os modernos pedagogos musicais destacam a importância fundamental do ritmo, elemento ativo da música, para privilegiar as atividades em que a criança tem oportunidades de se expressar e criar, pois a musicalização pode auxiliar no desenvolvimento das seguintes áreas: alfabetização, inteligência, socialização, capacidade inventiva, expressividade, coordenação motora e tato fino, percepção sonora e espacial, raciocínio lógico e matemático.

O “fazer musical “, além de ser prazeroso leva ao desenvolvimento da atenção e concentração, melhorando o desempenho nos outros setores. A música é a primeira das inteligências múltiplas.

3 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista a escola como uma instituição responsável na nossa sociedade, pela prática educacional e socialização do conhecimento mais elaborado e que esta vem se empenhando neste processo, nossa prática pedagógica será organizada num trabalho eficaz, através da música, com grande desempenho, para garantir o sucesso da aprendizagem, corrigindo eventuais falhas ocorridas durante o processo.

No atual contexto que a educação se encontra, somente um trabalho diferenciado e prazeroso, poderá atingir estes objetivos atendendo estas necessidades.

Como a música está a um passo da felicidade tem a magia de causar emoção, alegria e prazer, facilita o interesse da criança pela sua memorização, levando a aprender cantando.

Pretende-se então, através da música, que este projeto traga bons resultados com atividades interessantes, que propiciem situações enriqueceras, contribuindo desta forma para o aprendizado que se espera, levando aos alunos a terem uma nova experiência escolar coerente e bem sucedida.

3.1 CARACTERÍSTICA DA REALIDADE ESCOLAR

Esta é uma escola pública, autônoma, capaz de gerenciar seu próprio trabalho, assegurando o acesso à permanência e o sucesso de uma aprendizagem competente de qualidade, não como um fim em si mesma, mas como um eficiente instrumento que resulta na formação de um aluno cidadão.

A organização pedagógica e administrativa da escola está respaldada numa concepção progressista e exige sistematicamente organizar as diretrizes pedagógicas, que sejam compatíveis e coerentes com o momento histórico e as concepções dos componentes estruturais, determinantes do processo educacional e didático.

A comunidade a qual a escola atende formou-se com famílias carentes tanto física como socialmente.

Estas famílias são residentes nas vilas adjacentes, todas situadas na Cidade Industrial de Curitiba.

Os alunos procedem de famílias onde a situação econômica é heterogênea, classificando-se em classe baixa ou média baixa em decadência.

São na maioria formadas por 4 a 6 pessoas sendo que algumas chegam até 7 membros. Muitas delas são do tipo tradicional: pai, mãe e filhos, enquanto outras constituídas pela mãe e filhos e até as que são formadas por outros familiares das crianças.

As profissões são as mais comuns: pedreiros, domésticas, zeladores, vigias, cozinheiras, motoristas e outras. Existem ainda uma pequena porcentagem dessas famílias que trabalham nas indústrias, havendo também muitos pais desempregados.

Porém, o que se constata através das crianças é a falta de afeto, diálogo entre os familiares e incentivo, afetando assim o desenvolvimento emocional e social dos alunos.

Sendo assim, somente um trabalho comprometido, envolvendo a escola poderá despertar nesta famílias condições de melhoria de vida envolvendo os alunos.

3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação constitui-se no instrumento mais eficaz e poderoso, para a formação do cidadão consciente e transformador. A escola se propõe a essa formação, desempenhando um trabalho voltado principalmente para as necessidades da criança.

Conforme PCN: “ A prática de todo professor, mesmo de uma forma inconsciente, sempre pressupõe uma concepção de ensino e aprendizagem, que determina sua compreensão dos papeis de professor e aluno, da metodologia da função social da escola e dos conteúdos a serem trabalhados”. (PCNs, 1997 v. 1 p. 38,e 39).

A música é um alicerce significativo no processo de aprendizagem. Ela serve como um estímulo durante o processo levando a criança à concentração, pois sempre esteve presente na vida dos seres humanos, desde o seu desenvolvimento ultra-uterino.

Santa Marli diz que: “As experiências musicais, muitas vezes apenas como fundo, estimulam e permitem aumento de atenção do bebê e o deixam tranqüilos”. (SANTOS e CRUZ, 2000 p. 18).

Sendo assim muitas crianças que não conseguem se concentrar, tem dificuldades no entendimento e consequentemente na assimilação dos conteúdos.

Para Lourdes Eustáquio: “Fala-se muito que é preciso mudar os sistemas educacionais em vigor no país, mas pouco, realmente se tem feito, para apresentar soluções imediatas, principalmente quanto ao fracasso escolar de inúmeras crianças na alfabetização”. ( RIBEIRO, 1999 p. 4).

O desafio desse fracasso escolar só será vencido, se houver um trabalho que cause interesse e motivação. O trabalho com a música traduz conteúdos significativos e uma carga emocional positiva, melhorando o desempenho do aluno em todos os setores levando-o ao aprendizado, vencendo desafios, pois a musicalidade está sempre presente no seu dia-a-dia.

Segundo David Elkind: “A questão é ajudar a criança a encontrar alguma satisfação no que pode fazer, em vez de esperar que ela parta para um terreno que não lhe é familiar”. (ELKIND p. 36)

Sendo assim, as dificuldades no aprendizado podem ser resolvidas quando o aluno se interessa pelo conteúdo transmitido, pois todos gostam de cantar.

Para Vasconcellos: “O trabalho principal do professor não é fazer os alunos se debruçarem sobre os livros didáticos, mas sim debruçarem sobre a realidade, tentando entendê-la”. (VASCONCELLOS p. 35)

A música desempenha em papel fundamental na aprendizagem. Para aprender a criança precisa querer. Precisa ser algo atrativo e estimulante. Só assim ocorrerá a aprendizagem. Então ela será uma ponte ligando a criança ao aprendizado.

Para Emília Ferreiro a aprendizagem, neste enfoque, converte-se na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem conceitual.

Com isto concluímos que a música prepara a criança para o aprendizado fazendo com que ela vença a etapa que lhe é proposta.

Segundo Poppovic “A prontidão para alfabetização significa ter um nível suficiente, sob determinados aspectos, para iniciar o processo da função simbólica, que é a leitura, e sua transposição gráfica, que é a escrita. ( ASSUNÇÃO & COELHO, 1982 p. 5).

É muito importante o trabalho com as canções, principalmente as folclóricas, para que a criança conheça a riqueza de ritmos existentes no local onde vive ou em outros lugares, valorizando assim a linguagem musical na educação.

Portanto, o educador ao trabalhar os textos musicais deve estimular a criança a produzir outras músicas.

Dando com isto condições para que o aluno aprenda bem através desta maneira prazerosa e criativa.

Verifica-se que sempre existem alunos que não acompanham o ritmo acadêmico de seus colegas em sala de aula. Os motivos são diversos, e vão desde problemas mais sérios de incapacidade intelectual, até pequenas adaptações que, quando não cuidadas se transformam em verdadeiros obstáculos para uma aprendizagem significativa. (OLIVEIRA, 1997 p. 9).

Através da música é possível conseguir uma atenção maior por parte da criança. Ela participa com alegria e interesse das atividades propostas, porque está envolvida, além de favorecer pelos gestos e movimentos, o desenvolvimento psicomotor tão essencial para a aprendizagem. As atividades em sala de aula devem ter sentido para a criança e desenvolver as capacidades das mesmas, levando-as a sentirem a necessidade de valorizar as atividades relacionadas a ela.

“Se ignoramos as necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, nunca seremos capazes de entender seu avanço de um estágio de desenvolvimento para outro, porque todo avanço está conectado com uma mudança acentuada nas motivações, tendências e incentivos”. ( VYGOTSKY, 1991 p. 105).

Sendo assim, a música é esse incentivo que falta para se tornar em aprendizado os conteúdos trabalhados.

“O mecanismo de mudança individual ao longo do desenvolvimento tem sua raiz na sociedade e na cultura”. (VYGOTSKY, 1991 p. 8).

É importante resgatar as cantigas e trazer seu valor cultural para dentro da sala de aula, levando a criança não gostar de cantar, como também aprender cantando.

O que se tem verificado é que muitas das vezes, a criança não se encontra suficientemente madura para o aprendizado.

Elisabete da Assunção fala que

Quando se fala das dificuldades de leitura e de escrita, e especificamente do processo da alfabetização, é muito importante que sejam questionados as condições da criança que o inicia, verificando se ela adquiriu suficiente desenvolvimento físico, intelectual e emocional, bem como todas as habilidades e funções necessárias para aprender. (Coelho & Assunção 1982 p. 77).

Para isso, o alfabetizador tem a responsabilidade de, através de situações do interesse da própria criança, prepará-la antes mesmo de expor a elas, as atividades escritas. A música cantada em casa ou na escola seria esse estímulo.

Por tanto, o ritmo musical é uma habilidade muito importante, pois dá a criança a noção da duração da fala, através da percepção do som. Com isso, a criança percebe também o espaçamento das palavras. A falta da habilidade rítmica, pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequada.

Sendo assim, quando a criança canta, ela lê primeiro.

Para Elisabete e Maria Tereza: “No processo da escrita, é preciso que a leitura venha antes, ou seja, a palavra deve ser ouvida, visualizada e só depois escrita”. ( COELHO e ASSUNÇÃO, 1982 p. 81 )

As atividades através da música fazem exatamente esse processo. Primeiro se lê a letra e depois se aprende a escrever.

4 OBJETIVO GERAL

Propiciar condições para a consolidação do processo ensino-aprendizagem dentro do contexto escolar atual, através de atividades musicais.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver na criança a capacidade de concentração e atenção durante a leitura de um texto musical.

Levar a criança a articular corretamente as palavras durante a canção.

Reconhecer no texto musical a idéia central.

Levar a criança a ampliar progressivamente seu vocabulário.

Propiciar na criança a compreensão das diferentes funções da escrita usadas na linguagem.

Levar a criança ao entendimento do uso das letras para representar os sons da fala.

Levar a criança a ampliar seu universo musical.

5 ENCAMINHAMENTO METODOLOGICO

O trabalho será desenvolvido através de textos musicais, do interesse da criança que os levem ao prazer de contar, ler e escrever. Estes textos serão: músicas infantis, popular brasileira, cantigas folclóricas e outras.

As atividades serão desenvolvidas através de:

- Cânticos

- Paródias

- Leitura das letras das musicas

- Interpretação

- Vocabulário

- Escrita com alfabeto móvel

- Confecções de cartazes com letras das músicas e aspectos culturais de cada região

- Brincadeiras do “Qual é a música ?”

- Contagem

- Operações fundamentais

- Situações – problema

- Localização regional no mapa

Durante o desenvolvimento deste trabalho os alunos irão cantar músicas previamente escolhidas, observando o ritmo, entonação e a letra das mesmas confeccionadas em cartazes.

Em seguida serão efetuadas as leituras apontadas, destacando as palavras a serem trabalhadas, trabalhando oralmente as rimas e a contextualização.

Na parte escrita, o trabalho será feito com o alfabeto móvel das palavras destacadas e a interpretação.

Na área da matemática serão trabalhadas situações – problemas e as 4 operações, medida de tempo.

Para provocar mais interesse e dinamismo a brincadeira “Qual é a música ?”, será feita através de adivinhações, completar frases, descobrir o nome da música através dos sons, mímicas, gestos, combinação de partes de palavras, com registros e ampliação do vocabulário.

As letras das músicas regionais serão trabalhadas através de mapas, vídeos e outras atividades escritas.

6 CRONOGRAMA

Conteúdos jul ago set out nov dez

Apresentação do projeto aos alunos X

Cânticos X X X X X X

Leitura e interpretação X X X X X X

Paródias X X

Contextualização X X X

Vocabulário X X X X X X

Escrita com o alfabeto móvel. X X X X X X

Rimas X X X

Confecção de cartazes com as letras das músicas. X X X X X X

Confecção de cartazes com aspectos culturais de cada região X X

Uso de mapas regionais X

Contagem e situações problemas X X X X

Localização regional X X X

Brincadeira do “qual é a música? “ X X X

Entrega do relatório final X

7 RECURSOS

Humanos: Comunidade escolar

Físicos: Todos os disponíveis na escola

Materiais: som, vídeos, CDs, letras de músicas, mapas, folha xerocadas ou mimeografadas, alfabeto móvel, papel bobina e etc.

8 META

Alunos da 1ª e 2ª etapas do Ciclo I que apresentam dificuldades de aprendizagem, necessitando de trabalho diferenciado para assimilar os conteúdos.

RESUMO

Através do que foi estudado podemos comprovar que a música faz parte da construção do saber, de forma ativa e contínua, pois a aprendizagem através desta integra a prática e reflexão, além de propiciar o trabalho com os elementos estruturais dos diversos tipos de linguagens.

Este projeto possui os objetivos e atividades necessárias para que venham auxiliar na aprendizagem, levando os alunos a concluírem o aprendizado nos conteúdos propostos que ficaram pendentes no decorrer do processo em curso.

Portanto suprir os distúrbios da aprendizagem dos alunos é a tarefa deste projeto para que não predomine o desinteresse pelos conteúdos apresentados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Parâmetros curriculares nacional, v. 6 , Brasília: MEC/SEF,1997

COELHO, Maria Teresa José & ASSUNÇÃO Elizabeth. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1982.

FERREIRO, Emília. Os Filhos do Analfabetismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990

OLIVEIRA Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Ed.Vozes, 1997.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 4ª ed, São Paulo: Martins Fontes, 1991

RIBEIRO, Lourdes Eustáquio Pinto. Para casa ou para sala. Didática Paulista, 1999)

SANTOS, Santa Marli Pires dos & CRUZ, Dulce Regina Mesquita da. Brinquedo e infância. Vozes, 2000.

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