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O SURGIMENTO DO LÚDICO E SEU USO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  7/11/2019  •  Artigo  •  1.718 Palavras (7 Páginas)  •  229 Visualizações

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O SURGIMENTO DO LÚDICO E SEU USO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Milena dos Santos Couto Gago[1]

RESUMO: Este trabalho apresenta uma reflexão acerca das relações envolvendo o lúdico na educação infantil, que vem cada vez mais perpetuando o ambiente  escolar, desde os primórdios de seu surgimento. O mundo atual compreende os  jogos e as brincadeiras como parte do processo educacional do educando, produzindo excitações mentais  capazes de revelar desejos, medos e anseios; bem como criar conflitos e o lúdico dentro do ambiente escolar perpetua pedagogicamente papel fundamental para tal, valendo-se assim de tal situação deve-se  perpetuar o lúdico na educação.

PALAVRAS-CHAVE:Lúdico na educação; Docência; Orientação  Educacional.

A palavra lúdico vem de ludus, de origem latina, derivada de ludere, que segundo Huizinga (1993, p.41) tem sentido de “ilusão” e de “simulação”.Além disso, significa a capacidade do ser humano de dar outro sentido a uma situação, uma ação ou um objeto. Dessa forma se faz necessário , desdobrarmos  e discorremos sobre o lúdico na educação dando ênfase ao trabalho do orientador a compreender o papel dos jogos e das brincadeiras na vida da criança; cabendo ressaltar a importância dos mesmos no que se refere não só ao desenvolvimento das habilidades motoras, mas também na promoção do desenvolvimento intelectual e social, além do bem estar físico e psicológico. O orientador precisa através do lúdico repassar para a  equipe escolar a importância do mesmo, pois assim conseguirá auxiliar trabalho do educador com o educando, através de tais atividades consideradas metodológicas e de grande importância, visto o enriquecimento através das experiências sensoriais a serem estimuladoras de criatividade (HUIZINGA, 1993). A escolha por discorrer acerca do lúdico, de papel importante na educação infantil se apresenta como  assunto essencialmente importante a ser trabalhado por todos os educadores e por isso se faz necessário pleno estudo por parte dos orientadores que precisam estar cientes de como os educadores lidam dentro do ambiente escolar com seus alunos, e isso remete a necessidade de plena e constante atualização profissional que implica diretamente na formação dos orientadores que atuam na educação infantil.

Na educação infantil a criança precisa ser  envolvida em atividades que proporcionem ricas possibilidades de auto-conhecimento e livre expressão, que se motive a consagrar seu bem estar físico, moral e emocional; isso claro de forma contínua.

Ao longo da historia os jogos foram surgindo; desde os primórdios da humanidade, de forma natural, inconsciente e espontânea, através de atividades de caça, dança, pesca e lutas os seres humanos  já iniciaram  o que hoje denominamos como jogo. Também na antiguidade romana ( Sec. IV a.C), com o desenvolvimento do comércio, e o enriquecimento de uma certa camada de plebeus e o inicio  da expansão romana, surgiu à necessidade de um outro tipo de educação. Foi então que apareceram as escolas elementares de caráter particular denominadas lude magister (ludus, ludi, jogos e divertimentos; magister, mestre) que entretanto só se propagaram no século seguinte(HUIZINGA, 1993).

Na idade Média, com a consolidação do cristianismo, os jogos não evoluíram, isso se deveu em parte, ao excesso da religiosidade fanática, quase tudo era pecado; cuidar do corpo, divertir-se, etc. Durante esse período, os divertimentos para o povo limitavam-se à fiação e o bordado para mulher e caça para os homens(HUIZINGA, 1993)..

 Por sua vez no século XVI, com o Renascimento o jogo voltou a interessar aos estudiosos, os humanistas começaram a perceber o valor do educativo do lúdico. Vitorino da  Feltre,  considerado o primeiro mestre humanista, fundou a Casa Giocosa,  considerada a  “escola da alegria” mas foram os jesuítas os primeiros a colocar paulatinamente os jogos em prática. Os mesmos propuseram a assimilá-los e a introduzi-los oficialmente em seus programas e regulamentos.  Assim disciplinados os jogos e as brincadeiras foram admitidos, recomendados e considerados como bons e como meio de educação. Começava ali um crescimento que veio até os dias de hoje(HUIZINGA, 1993)..

No período contemporâneo  da história, cresce em todo mundo, o interesse pelos jogos educativos, mas foi Friedrich Wilhelm August Fröbel um pedagogo alemão com raízes na escola Pestalozzi que fundou o primeiro jardim de infância, ali o lúdico se fortaleceu na educação.

        A partir da revolução industrial, os burgueses necessitavam de um modelo de escola mais realista, que melhor se adequasse ao mundo em constante transformação. Daí a exigência de métodos ativos que dessem maior ênfase aos processos do conhecimento do que propriamente ao produto. Portanto as atividades passam a ser centradas nos alunos, nesse sentido surgiram os laboratórios e oficinas,etc. Nessa tocada, a Escola Nova tentando superar o viés intelectual  da escola tradicional, valorizou os jogos os exercícios físicos, as práticas de desenvolvimento da motricidade e percepção a fim de estimularem as mais variadas habilidades.

        O mundo atual compreende os jogos e as brincadeiras produzem uma excitação mental agradável e exercem uma influência  altamente benéfica ao ser humano, além de ser um meio pelo qual a criança poderá revelar seus medos, desejos, anseios e criar também conflitos que ela mesma precisará resolver, deixando explodir não só movimentos e emoções, mas também aprendendo a compreende-los.  Nesse sentido Antunes (2002) afirma que:

Os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explicita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento e, principalmente, despertar o desenvolvimento de habilidades sócio-integração com os demais colegas (p.46).

Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando a criança aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade e a criatividade, sem cobranças, mas com prazer. Na educação infantil, a criança necessita a todo o momento da ludicidade para desenvolver os aspectos cognitivos, coordenação motora, equilíbrio e expressão corporal. Para Luise Weiss (1997, p.25)  Brincando, a criança desenvolverá seu lado emocional e afetivo, bem como algumas áreas do mundo cognitivo, tais como a capacidade de síntese, o jogo simbólico,etc.

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