PESQUISA SOBRE OS JESUÍTAS
Por: gaievski • 21/5/2016 • Relatório de pesquisa • 1.918 Palavras (8 Páginas) • 241 Visualizações
COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO XAVIER DA SILVEIRA[pic 1]
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Pesquisa feita na Escola Estadual Antônio Lopes Júnior sobre a história da Educação Brasileira dos Jesuítas aos dias atuais.
Nos primeiros trinta anos depois da chegada de Cabral o Porto Seguro, em 1500, os portugueses estabeleceram relações de troca com as tribos do litoral do Estado do Brasil. Elas forneciam mão-de-obra e o pau-brasil em troca de quinquilharias e objetos de ferro. O padrão de troca dos portugueses foi semelhante ao adotado pelos franceses, mas o catolicismo os fazia interpretar as culturas indígenas de modo diverso dos huguenotes.
Em 1550, Nóbrega dá notícia da fundação da aldeia de Piratininga situada sertão adentro e assim várias entradas do sertão foram organizadas. Em 1549 Nóbrega já havia fundado a de Porto Seguro ao sul do rio do Frade. O resultado prático das entradas jesuíticas do século XVI foi o descimento de índios que foram catequizados e aldeados no litoral. Os padres começaram a fazer entradas para cristianizá-los e agrupá-los em missões no interior do território.
No Estado do Brasil, os colégios fundados por Nóbrega a partir de 1549 realizavam a “catequese e escola”, proposto inicialmente por ele para o colégio da Bahia. Nos colégios que fundou em Pernambuco, em Ilhéus, em Porto Seguro, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em São Vicente e em São Paulo de Piratininga, havia cursos de ler e escrever e ensinava-se “gramática” ou latim. O estudo fazia parte da educação básica de todo homem letrado.
Em 1551, a escola da Bahia foi chamada de Colégio dos Meninos de Jesus, no colégio tinha alguns escravos negros e 12 vacas presenteadas pelo rei para a sustentação dos meninos, os padres novos que chegaram em 1553, principalmente Antonio Blázquez, quiseram impor castigos corporais aos meninos índios, mas como os índios não castigavam as crianças, elas iam embora quando viam o padre usar a palmatória num colega.Também neste ano Nóbrega ordenou juridicamente o Colégio de São Vicente para que a leitura e a escrita fossem ensinadas para os meninos externos, brancos e mamelucos, filhos de portugueses.
No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica em que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituro Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas além das primeiras letras, além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Física e Naturais.
Os índios estavam à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam integrá-los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê-los ao cristianismo e aos valores europeus; os colonos interessados em usá-los como escravos. Os jesuítas então pensaram em afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as reduções ou missões.
Em 1759, os jesuítas foram expulsos das colônias em função de radicais diferenças de objetivos com os dos interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. Além disso, Lisboa passou por um terremoto que destruiu parte significativa da cidade e precisava ser reerguida. A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado. Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras.
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primários e médios. Criado em 1772 o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal.
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação.
Em 1808 coma a vinda da Família Real, para atender as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real e o Jardim Botânico. Finalmente o Brasil foi "descoberto" e a nossa História a sua iniciativa mais marcante em termos de mudança. O surgimento da imprensa permitiu que os fatos e as idéias fossem divulgados e discutidos no meio da população letrada, preparando terreno propício para as questões políticas que permearam o período seguinte da História do Brasil. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária.
Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira. O Imperador D. Pedro II, quando perguntado que profissão escolheria não fosse Imperador, afirmou que gostaria de ser "mestre-escola". Apesar de sua afeição pessoal pela tarefa educativa, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional.
A República proclamada adotou o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. A Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição brasileira.
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