Pedagogia
Por: lupismaurie • 29/10/2015 • Dissertação • 816 Palavras (4 Páginas) • 153 Visualizações
ASPECTOS PEDAGÓGICOS – 1º E SEGUNDO SEGMENTOS.
O Brasil do ano de 1945 entrava num momento de redemocratização precisando de uma restruturação em todos os âmbitos, quando recém havia terminado a segunda guerra mundial. No nosso país emergiam vozes de todos os lados clamando por um chega de estagnação e partir para o desenvolvimento da grandeza do tamanho físico da nossa nação, e sempre que se pensar em desenvolvimento de qualquer natureza, necessariamente deve-se começar pela educação.
O país então passou a adotar meios de educar nossos jovens e adultos totalmente fora dessa reestruturação com uma forte campanha para que este público voltasse aos bancos escolares. Através dos supletivos e coordenados nacionalmente pelo Professor Lourenço filho, alcançou-se resultados significativos no início, evoluindo para o ensino de capacitação de jovens e adultos, com cursos mais técnicos. Nos anos 50, porém sem inovações o curso foi perdendo força principalmente pela evasão nas áreas rurais e se extinguiu.
Por volta dos anos 60, após políticas de concessão de gastos e enxugo de verbas por parte do governo, meios de educação que ainda funcionavam para a educação de professores para o ensino de jovens e adultos passaram a não funcionar de modo algum, principalmente pelas críticas da superficialidade com que eram desenvolvidos. Eis que surge Paulo Freire concretizando de fato a alfabetização de jovens e adultos de uma maneira simples, direcionada para a realidade dos alunos e as possibilidades de crescimento que o meio onde viviam necessitava.
Com o grande sucesso alcançado pela metodologia de Freire, em 1964 foi criado o Plano Nacional de Alfabetização, recheado de ideias simples, mas com alcances profundos, o que logo identificado pelos militares e visto como “perigoso”, foi interrompido e Paulo Freire acabou exilado no Chile. Mesmo em outro país não abandonou a sua função e produziu naquele lugar grandes obras de fins de alfabetização, paralelamente apoiado por educadores brasileiros que seguiam o grande mestre.
Identificados os seguidores de Freire, o governo militar criou o Mobral em 1969, com a função de alfabetizar apenas os jovens e adultos de comunidades distantes dos grandes centros, rurais e que não oferecessem “perigo” algum ao governo. O Mobral era apenas de caráter informativo sem grande alcance a não ser o de não serem essas pessoas ensinadas pelos seguidores de Paulo Freire.
Os anos 80 com a criação da Fundação Educar, passaram a ser desenvolvidas cartilhas para cada região do país no intuito de que os aprendizes pudessem contextualizar os ensinamentos recebidos para a sua realidade regional, método realizado a partir do pensamento da linguística aplicada a regionalidade de cada aluno e não ao contexto geral do país. Nos anos 90 os desafios passaram a serem outros, apesar das dificuldades serem as mesmas sempre, governos novos, fim de tudo que havia sido construído e começar do zero novamente. No período dos anos noventa, foram talvez os piores com relação à estagnação de meios com relação a políticas nacionais, as poucas ações que haviam eram por iniciativas de governos estaduais e municipais.
Somente no ano de 2002 o governo nacional desenvolveu a Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos de 5ª a 8ª séries, com uma visão ampla e bem estudada com caráter e fim de desenvolvimento integral de alunos em todas as suas necessidades. O EJA em sua essência é de grande dificuldade para os educadores, pelo fato do grande número de diversidade de idades, gêneros e complexidades de conhecimentos.
Uma luz, enfim, para os educadores de todas as áreas, principalmente a da língua portuguesa, esta proposta curricular, aponta meios e procedimentos imprescindíveis para a construção do conhecimento de jovens e adultos desde a alfabetização até o seu desenvolvimento intelectual pensador, crítico e técnico, baseado a princípio na sua própria cultura, sua própria linguística e consciência. Com a proposta do EJA, alunos constroem conhecimento a partir do seu, visto da sua realidade para o conhecimento dos conteúdos pragmáticos curriculares.
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