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Pneumotorax

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Por:   •  25/11/2013  •  Artigo  •  401 Palavras (2 Páginas)  •  327 Visualizações

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Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

- Diga trinta e três.

- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...

- Respire.

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- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Principais Características Modernistas encontradas no poema:

Alma romântica, remodelada pelo existencialismo do século XX, sem sentimentalismos e sem idealizações, seus temas são a paixão pela vida, o conformismo com a morte, o amor e o erotismo, a solidão, a angústia existencial, a infância, as ações mecânicas do cotidiano. a simplicidade, a reverencia a vida, a humildade, as coisas pequenas significativas, o sentimento banal, banal, o sublime, a simplicidade da linguagem, coloquial e densa, despojada e plurissignificativa em exprimir com grande singeleza conteúdos humanos profundos.

Explicando:

Observa-se no poema um tema autobiográfico num tom coloquial e irônico a tranquilidade, o equilíbrio com que o autor relaciona-se com a morte “- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.” Refere-se a ela como algo natural às pessoas que estão vivas, apenas contrapõe a morte imanente à vida, pois permanece dentro da vida no sentido de que a vida tem seu próprio fim. O poeta uma situação perturbadora em algo cômico e calmo, demonstrando uma simplicidade na linguagem, que parte dos sintomas, passa pelo diagnóstico da doença e tem o desfecho natural onde o médico diz: “A vida inteira que podia ter sido e que não foi” quer dizer que a vida continua sendo o que é. Com efeito, a morte é algo vivenciada nas obras de Bandeira, é indissociável da sua lírica e vida. Nesse verso faz uma síntese da vida do poeta. Vemos a presença de um humor absurdo diante da morte sem remédio, poema-piada típico do modernismo, o som da tosse intensificado pela onomatopeia tosse, tosse, tosse. Na segunda parte, a linha pontilhada marca uma quebra tanto na narrativa como na respiração. Na terceira e última parte, observamos um eufemismo para desenganar o paciente. O doente se agarra a uma esperança, mas o médico acha tudo inútil e recomenda que toque um tango argentino, utilizando dos fonema “T” procurando imitar a tosse do enfermo.

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