Questões Sobre o Auto da Compadecida
Por: Alisson Silva • 29/8/2016 • Resenha • 1.147 Palavras (5 Páginas) • 17.072 Visualizações
1)Quais características do Humanismo são encontradas no filme? Cite-as e contextualize com o filme.
O antropocentrismo é a característica que mais se destaca no contexto do filme, Em uma das cenas o Bispo fala ‘Que audácia João Grilo, jogando a Igreja, contra Antônio Moraes (Major)’
Em diversas cenas o Bispo e o Padre se vendem, pensando somente em dinheiro e esquecendo a castidade.
A farsa também se destaca no contexto do filme, pois faz uma dura critica a Igreja Católica, um bom exemplo disso, eram o Padre e o Bispo, que eram extremamente corruptos e não seguiam a doutrina da Igreja.
João Grilo era
Amor cortes destaca se pelo fato dos homens povoado, ficavam cortejando a Rosinha, tentando conquistá-la.
2) Porque a obra recebeu o título Auto da Compadecida?
A obra Auto da Compadecida recebeu esse nome pois, o filme inteiro é tratado por cenas e histórias de pecadores, infiéis, pederastas, caloteiros, entre outras.
Sendo então que todos estes indivíduos morrem, e precisam ser julgados por seus atos, quando já condenados ao inferno, João Grilo sabido que só , decide apelar para a autoridade máxima “Nossa Sinhora”. É então que surge a grandiosa, toda misericordiosa, tomando as dores deles. Desta cena que surge o título “Auto da Compadecida”. (Opinião Própria)
3) Quais lições cada personagem do filme passa para o telespectador?
Durante o filme os personagens apenas mostram seu lado ruim, com traições, saques, ações em geral, até então nenhum dos personagens oferece lições ao telespectador, apenas cria um enredo para o “gran finale”.
É antes de sua morte que cada personagem passa a sua lição ao telespectador, seriam elas:
Padeiro: O padeiro quis passar ao telespectador que, o perdão é indispensável, mesmo que a situação não nos favoreça (no caso dele foi as traições de sua esposa).
Dorinha: Dorinha provou o contrario do que o telespectador pensava, ela não o traiu por vingança, e sim o traia para perde-lo aos poucos porque tinha medo de perde-lo de uma vez.
Padre e Bispo: Ambos passaram ao telespectador, que sempre devemos perdoar aqueles que nos tem ofendido.Muitas das vezes somos “magoados” por outras pessoas e as desejamos mau.Eles quiseram transmitir ao telespectador que devemos sempre perdoar as pessoas que nos ofendem.
Rosinha: Mostrou ao telespectador que devemos sempre lutar pelos nossos objetivos, no caso dela era se casar com Chico.
Chico: Mostrou ao telespectador que a amizade tem que ser sempre fiel (cena da cova do João Grilo), nesta cena também ele fez promessa para Nossa Senhora, pedindo a ela que devolvesse seu amigo de volta a vida.
João Grilo: Na cena em que ele esta no julgamento, ele mesmo com a insistência da santa, ele é honesto e fala que tem que ir pro inferno, pois, cometeu muitos pecados, que para ele eram imperdoáveis.
Severino:Mostra que a fé é muito importante para o ser humano, pois, ele tinha muita fé no seu padrinho “Padre Siço”.
4)Qual é o perfil de cada personagem?
JOÃO GRILO – protagonista, personagem pobre e franzino, que usa de sua infinita astúcia para garantir a sobrevivência. Já foi comparado a Macunaíma, o herói sem caráter. Tal comparação, no entanto, revela-se inadequada, já que João Grilo, ao contrário do personagem criado por Mário de Andrade, trabalha de forma dura, ajuda seu grande amigo Chicó e tem como justificativa de suas traquinagens ser assolado por uma pobreza absoluta. O mais acertado seria compará-lo ao personagem picaresco, encontrado no romance medieval Lazarilho de Tormes. Mas nem é preciso ir tão longe, pois Pedro Malazarte – cuja origem ibérica está em Pedro Urdemalas – é o personagem popular mais próximo de João Grilo.
CHICÓ – é o contador de causos, o mentiroso ingênuo que cria histórias apenas para satisfazer um desejo inventivo. Chicó se aproxima do narrador popular, e suas histórias revelam muito do prazer narrativo desinteressado da cultura popular. Chicó e João Grilo são como a dupla de palhaços entre os quais a esperteza é mal repartida — um sempre a tem de mais e o outro, de menos.
PADRE JOÃO – mau sacerdote local, preocupado apenas em angariar fundos para sua aposentadoria.
SACRISTÃO – outro exemplo de mau religioso.
BISPO – juntamente com o padre João e o sacristão, ajudará a compor o quadro de representação da Igreja corrompida.
ANTÔNIO MORAES – típico senhor de terras, truculento e poderoso, que se impõe pelo medo, pelo dinheiro e pela força.
PADEIRO – representante da burguesia interessada apenas em acumular capital, explora seus empregados e tem acordos com as autoridades da Igreja.
MULHER DO PADEIRO – esposa infiel e devassa, tem amor genuíno apenas por seus animais de estimação.
FRADE – bom sacerdote, serve, no enredo da peça, para salvaguardar a instituição Igreja das críticas do autor.
SEVERINO DO ARACAJU – cangaceiro violento e ignorante.
CANGACEIRO – ajudante de Severino, seu papel é apenas puxar o gatilho e executar outros personagens.
DEMÔNIO – ajudante do Diabo, parece disposto a condenar todos os personagens mortos no final do segundo ato.
O ENCOURADO (O DIABO) – segundo uma crença nordestina, o diabo utiliza roupas de couro e veste-se como um boiadeiro. Funciona como uma espécie de antagonista de João Grilo; como ele, também é astuto, mas acaba sendo derrotado pelo herói.
MANUEL (NOSSO SENHOR JESUS CRISTO) – personagem que simboliza o bem, porém um bem sem misericórdia. É representado por um ator negro, a fim de que isso produza um efeito de estranhamento no público.
A COMPADECIDA (NOSSA SENHORA) – heroína da peça, funciona como uma advogada de João Grilo e de seus conterrâneos, derrotando com seus argumentos cheios de misericórdia os planos do Encourado de levar todos ao inferno.
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