Relato Dso Livro So Um Minutinho

RELATO DE EXPERIÊNCIA PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

O presente relato da Prática Pedagógica da Alfabetização em escolas do campo em turmas multisseriadas da Escola Municipal Clemente Antonio de Melo no ano de 2014, na qual trabalho com a turma do 1º ao 3º ano, sendo esta composta por 05 alunos, sendo 02 do 1º ano, 02 do 2º ano e 01 do 3º ano. Alunos carinhosos, participativos, motivados e com muita vontade de aprender. São de famílias carentes, beneficiados pelo programa Bolsa Família e que dependem do transporte escolar para terem acesso à escola.

Nos primeiros dias de aula, realizei uma tarefa imprescindível: descobri o que cada aluno sabe sobre o sistema de escrita, a chamada sondagem inicial (ou diagnóstico da turma), o que me permitiu identificar quais hipóteses sobre a língua escrita as crianças tinham e com isso adequei o planejamento das aulas de acordo com as necessidades de aprendizagem, permitindo assim, uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os alunos. Além disso, foi um momento no qual as crianças tiveram a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor, sobre aquilo que escreveram, buscando assim, alcançar a finalidade da educação do campo que é oferecer uma educação escolar especifica associada a produção de vida, do conhecimento e da cultura do campo e desenvolver ações coletivas com a comunidade escolar numa perspectiva de qualificar o processo de ensino e aprendizagem.

Descrevi os alunos considerando as suas características. No início do ano letivo, os alunos do 1º ano escreviam o 1º nome, reconheciam as letras do alfabeto, estavam no processo inicial de aprendizagem, quanto ao 2º e 3º ano estes, se encontravam em processo de alfabetização, escreviam o nome completo, conhecia o alfabeto, apresentando dificuldade na escrita e produção de textos sendo que 01 deles apresentavam muitas dificuldades, lendo apenas as sílabas canônicas, nos demais objetivos em processo de formação conforme gráfico abaixo:

O planejamento era contextualizado a realidade local dos alunos e as aulas motivadoras, desta forma o desenvolvimento acontecia gradativamente e de forma satisfatória. No término do ano os alunos do 1º ano liam textos, produziam palavras, frases e pequenos textos com ajuda do professor,quanto aos alunos do 2º e 3º ano, houve um avanço em todas as habilidades propostas, principalmente na leitura e escrita, pois os mesmos escreviam textos, mesmo que sem coerência e coesão, mas compreenderam a estrutura do gênero. E o aluno que no início lia apenas sílabas canônicas, apresentou um avanço significativo, pois já conseguia fazer leitura escandida. Atribuo estes avanços a vontade dos alunos em aprender e a forma como procurei trabalhar. Pois, apesar de ouvir que trabalhar em turmas multisseriadas não é fácil, eu discordo, pois problemas de aprendizagem existem em qualquer espaço escolar. Cabe ao professor contextualizar os vários conteúdos a serem trabalhados partindo do conhecimento prévio. A metodologia utilizada tem que ser aquela que promove a aprendizagem da turma, a afetividade não deve faltar em nenhuma sala de aula, painel de debate entre alunos precisa acontecer na rotina escolar, aulas motivadoras sempre, avaliações devem levar o aluno a pensar nas respostas mostrando que aprendeu e formação, a gente é quem corre atrás errando ou acertando, o importante é buscar sempre fazer o melhor, pois todos pagam para ter uma educação de qualidade e por isso merecem tê-la. E tenho muito orgulho de perceber que fiz, faço e farei sempre a minha parte no sentido da mudança da realidade do ensino e da visão em relação às classes multisseriadas do lugar onde faço parte.

Desta forma, consegui fazer com que meus alunos alcançassem as habilidades estabelecidas para cada série, com um trabalho voltado para a realidade deles sem deixar de cumprir com o currículo e ensino focado na alfabetização e letramento, conforme gráfico abaixo:

Buscando a melhoria da aprendizagem, procuro sempre novas metodologias para garantia da aprendizagem do aluno, destaco neste relato aqui a experiência a partir do livro:

Livro: Só um minutinho

Autora Yuyi Morales.

Nessa história uma vovó bem ativa recebe a visita do Senhor Esqueleto, na verdade, a morte, que vem buscá-la. Mas ela é muito esperta e vai adiando o momento da partida, arrumando coisas para sua festa de aniversário e pedindo-lhe para esperar um minutinho. A festa foi linda e cheia de gostosuras. Quando acaba, ela beija seus netos um por um e vai avisar o Senhor Esqueleto que ela está pronta, mas encontra apenas um bilhete, dizendo que a festa foi tão boa que ele não vai perder a do próximo ano de jeito nenhum. Foi explorado, leitura e escrita, compreensão de imagens, família, cultura popular, contagem, entre outros.

No primeiro momento, foi explorado a capa do livro, onde os alunos tiveram a oportunidade de levantar hipóteses sobre o conteúdo do texto, como: nome da história, autora, gênero textual que o texto traz, editora que produziu o texto, tradução da história, do que trata a história. Em seguida, contei a história com entusiasmo e entonação para que a mesma pudesse ser bem compreendida e os alunos fizeram o reconto por meio de uma ilustração e em outro momento fizemos o reconto, onde puderam expressar os conhecimentos oralmente e ao mesmo tempo desenvolvendo a capacidade de ouvir. Seguiram as atividades de leitura em que possibilitou desenvolver diversas atividades de leitura individual, coletiva, objetivando desenvolver a fluência em leitura. Retomamos a capa para trabalhar o titulo do texto e questão do tempo, pois o titulo referia a uma marcação do tempo: minutinho. Realizamos atividades com relógio associado a leitura, onde cada aluno ao longo da semana marcava o tempo que gastava para realizar a leitura, objetivando diminuir o tempo ao realizar a leitura, atividade que objetivava desenvolver a fluência em leitura, uma vez que os alunos liam escandido, e deu resultado após o trabalho perceberam que para melhorar a leitura precisam ler o texto várias vezes e a técnica foi utilizado em outros momentos.

Dando continuidade o texto tratava de um conto de esperteza, realizamos atividades de interpretação para que os alunos compreendessem quais elementos linguísticas apresentavam esse gênero textual, atividade que garantiu aos alunos fazer inferências, foi solicitado fazer uma entrevista com os pais sobre contos de esperteza, momento em que trabalhamos características