Resenha A Lua Da Lingua
Exames: Resenha A Lua Da Lingua. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 8761 • 27/1/2015 • 565 Palavras (3 Páginas) • 761 Visualizações
O texto “A lua da língua” usa metáforas para descrever o comportamento que assume a
mesma, em resposta ao modo como a observamos. A metáfora adapta do dia em duas
fases. Sobre a primeira, afirma:
“Existe uma língua para ser usada de dia, debaixo da luz forte do sentido. Língua
suada, ensopada de precisão. Que nós fabricamos especialmente para levar ao escritório,
e usar na feira ou ao telefone, e jogar fora no bar, sabendo o estoque longe de se acabar.
Língua clara e chã, ocupada com as obrigações de expediente, onde trabalha sob a
pressão exata e dicionária, cumprimentando pessoas, conferindo o troco, desfazendo
enganos, sendo atenciosamente sem mais para o momento. É a língua que Cristina usou
para explicar quem quebrou o cabo da escova na pia do banheiro, num dia de sol em
Fortaleza. Ou a língua empregada pelas aeromoças nos avisos mecanicamente
fundamentais. Língua comum; mútua e funcionária. Língua diária; isto é, língua à luz
do dia.”
A língua estar presente na vida rotineira do individuo. A pessoa pensa muito para
poder falar bem para que os outros possam entender da melhor maneira possível. Ou
seja, durante o dia a língua tem um caráter funcional. A mesma não limita ao homem,
mas está à disposição dele e se encaixa nas diversas situações do dia. Por isso usa-se a
língua de acordo com as diferentes situações de interação humana (trabalho,
relacionamentos amorosos, compras, sala de aula).
A língua do entardecer/anoitecer apresenta um cenário mais depressivo:
“...Calar, a tarde não se cala, mas diz menos o que veio a dizer. Por isso, poucas
vezes se usa esta língua rouca do ciciar das cigarras...Pois quando a língua em si mesma
anoitece, o escuro espatifa o sentido. O sol, esfacelado, vira pó. E a linguagem se perde
dos trilhos de por onde ir. Tateia, titubeia e, com alguma sorte, tropeça, esbarrando em
regras, arrastando a mobília das normas, e deixando no carpete apenas as marcas de
onde um dia estiveram outros móveis. À noite sonha nossa língua.”
Nesse trecho língua é menos usual. “Regras e normas” tentam dizer como se
comportar, mas, já não é da interação humana. Perde seu sentido, sua função. Na noite,
a língua não é real, está no nível do sonho e sujeita à vontade do inconsciente. Cria-se
um
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