Trabalho Amar Verbo Intransitivo
Por: Rodrigo Dias • 24/8/2019 • Trabalho acadêmico • 2.279 Palavras (10 Páginas) • 256 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS- CAMPUS MACHADO
Ana Cecília
Bianca Santiago
Lyvia Abreu
Rodrigo Dias
Sara Conti
Amar, Verbo Intransitivo – Mário de Andrade
MACHADO-MG
2018
Biografia do autor
Mario Raul Moraes de Andrade, conhecido como Mário de Andrade, nasceu em 9 de outubro de 1893 em São Paulo. Seus pais eram Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa. Assim que terminou o Ensino Médio entrou para a Escola de Comércio Alves Penteado, porém teve um desentendimento com o professor de português e acabou abandonando o curso. Então, em 1911 entrou para o Conservatório de Música de São Paulo e se formou em piano.
Em 1917 seu pai faleceu, e para se sustentar, Mário de Andrade, passou a dar aula particular de piano. Nesse mesmo ano, começou uma amizade inseparável com Anita Mafaltti e Oswald de Andrade e lançou seu primeiro livro, chamado "Há uma gota de sangue em cada poema", onde critica as mortes consequentes da Primeira Guerra Mundial. Ele lançou o livro usando o nome de Mário Sobral.
Em 1921, entrou para a Sociedade de Cultura Artística e presenciou o banquete de Trianon lançado no Modernismo. Nesse mesmo ano, Mário de Andrade foi apresentado ao público através de um artigo publicado no “Jornal Commércio de São Paulo” chamado “Meu poeta futurista” escrito por Oswald de Andrade.
A primeira fase do Modernismo procurava deixar de copiar a Europa para encontrar uma linguagem nacional, fazendo assim com que o brasileiro desse mais valor à sua terra. Em 1922 Mário de Andrade organizou a Semana da Arte Moderna. Foi nomeado, no mesmo ano, professor catedrático do Conservatório de Música. Também publicou sua obra chamada “Pauliceia Desvairada”, considerada o início das obras modernistas. Ajudou a fundar a revista Klaxon, onde era divulgado o Modernismo. Viajou pelo Brasil para estudar e conhecer melhor a cultura de cada região, o que lhe ajudou a criar as obras "Macunaíma", "Clã do Jabuti" e "Ensaio sobre a Música Brasileira".
De 1934 a 1938, Mário de Andrade foi Diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Em 1938, acabou sendo afastado do cargo e foi para o Rio de Janeiro dar aula de Filosofia e História da Arte na Universidade.
Em 1940, voltou a São Paulo e se tornou funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico do Ministério da Educação. Em 25 de fevereiro de 1945, Mário de Andrade foi vítima de um ataque cardíaco e acabou falecendo em São Paulo.
Personagens
Principais:
Carlos Alberto – Redondo (Amadurece ao longo do livro)
Personagem principal, tem 15 anos, filho de Felisberto e D. Laura, é retratado como infantil, mas amadurece após conhecer e se envolver com Fräulen.
Elza (Fräulen) – Plano (Mantem o seu objetivo)
Foi contratada por Felisberto, se passou como governanta mas na verdade possuía outro objetivo. Mesmo que no fim temos a impressão de que ela havia se apaixonado por Carlos, ela se mostra feliz por ter cumprido o seu trabalho.
Secundários:
Felisberto Sousa Costa – Pai de Carlos, é ele quem contrata Elza para ajudá-lo a dar início a sua vida amorosa.
D. Laura – Mãe de Carlos, no começo não sabia sobre o objetivo de Fräulen, mas mesmo quando fica sabendo, acha que é uma boa decisão.
Maria Luísa – Irmã de Carlos, há uma pequena trama no livro quando ela fica doente e Fräulen passa a cuidar da garota com muito carinho.
Laurita – Outra irmã de Carlos, tem 8 anos.
Aldina – É a irmã mais nova de Carlos, tem 6 anos.
Tanaka – É a empregada da casa.
Foco Narrativo
Narrador - onisciente, pois mesmo não fazendo parte da história, conhece o íntimo das personagens e todo o enredo.
Página 3: “Alisou os cabelos, deu à gola da blusa, às pregas do casaco uma rijeza militar. Nenhuma faceirice por enquanto. No princípio tinha de ser simples. Simples e insexual. O amor nasce das excelências interiores. Espirituais, pensava. O desejo depois.
Quando pronta, esperou imaginando, encostada no lavatório. Ganhava mais oito contos... Se o estado da Alemanha melhorasse, mais um ou dois serviços e podia partir. E a casi-nha sossegada... Rendimento certo, casava... O vulto ideal, esculpido com o pensamento de anos, atravessou devagarinho a memória dela. Comprido magro... Apenas curvado pelo prolongamento dos estudos... Científicos. Muito alvo, quase transparente... E a man-cha irregular do sangue nas maçãs... Óculos sem aro...”
Página 12: “No filho da Alemanha tem dois seres: o alemão propriamente dito, homem-do-sonho; e o homem-da-vida, espécie prática do homem-do-mundo que Sócrates se di-zia.
O alemão propriamente dito é o cujo que sonha, trapalhão, obscuro, nostalgicamente filó-sofo, religioso, idealista incorrigível, muito sério, agarrado com a pátria, com a família, sin-cero e 120 quilos. Vestindo o tal, aparece outro sujeito, homem-da-vida, fortemente visível, esperto, hábil e europeiamente bonitão. Em princípio se pode dizer que é matéria sem forma, dútil H²O se amoldando a todas as quartinhas. Não tem nenhuma hipocrisia nisso, nem máscara. Se adapta o homem-da-vida, faz muito bem. Eu se pudesse fazia o mesmo, e você, leitor. Porém o homem-do-sonho permanece intacto. Nas horas silenciosas da contemplação, se escuta o suspiro dele, gemido espiritual um pouco doce por demais, que escapa dentre as molas flexíveis do homem-da-vida, que nem o queixume dum deus paciente encarcerado.”
Tempo
O tempo que se passa o livro é cronológico, pois o autor conta a história por meio de fatos decorrentes, porém ele não segue essa cronologia rigorosamente, e causa interrupções para falar com o leitor.
Página 31: “Fräulein esperou um segundo. Nada tinham para lhe falar aqueles dois. Cumprimentou e saiu. Subiu pro quarto. Fechou-se. Tirou o casaco. O pensamento forte imobilizou-a. Comprimiu o seio com a mão, ao mesmo tempo que amarfanhava-lhe a cara uma dor vigorosa, incompreendida assim! Mas foi um minuto apenas, dominou-se. Tinha que despir-se. Continuou se despindo. E Carlos?... Minuto apenas. Varreu o carinho. Prendeu com atenção os cabelos. Lavou o rosto. Se deitou. Um momento no escuro, os olhos inda pestanejaram pensativos. Não nada com isso: haviam de lhe pagar os oito contos. Mas agora tinha que dormir, dormiu.”
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