Trabalho Infantil No Meio Rural

ÉTICA E EDUCAÇÃO

Soraia Schmidt

Profª. Rosemari Morastoni de Lima

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Licenciatura em Pedagogia (PED 0546) – Prática do Módulo III

28/06/13

RESUMO

O campo da ética não se confunde com os das leis, e tampouco com o da moral, suas regras até certo ponto são facultativas, não exigem uma submissão inquestionável, mas um engajamento autônomo, voluntário, pois tratam de questões onde o respeito pelo próximo deve prevalecer, onde a empatia e o se colocar no local do próximo é essencial, pois assim como avaliamos, também estamos sendo avaliados, ou seja, a seriedade com que o profissional da educação ou de qualquer área trata todas as questões que chegam a ele determinará a confiança que irá conquistar perante os indivíduos que compõe a comunidade num todo.

Palavras chave: Ética. Educação. Respeito.

1 INTRODUÇÃO

O objetivo da ética na educação com certeza é propor atividades que levem o aluno e o educador a pensar e repensar a sua conduta muitas vezes perante os colegas, e partir dos princípios da boa educação e dos valores que já trazem de sua convivência com a família e a sociedade. Dentro desse espírito supõe-se que os princípios básicos do ser humano como o respeito mútuo, a justiça, o diálogo e a solidariedade, estejam presentes no seu dia a dia, e não somente na escola e nos ambientes de trabalho para que todos percebam que a inclusão destes valores na sua vida realmente pode lhes proporcionar uma boa vida. Onde não podemos esquecer que a ética no agir profissional é seguir princípios, e a reflexão sobre eles para que se torne um indivíduo melhor. Em todos os setores da sociedade está se discutindo com mais ênfase o papel da ética nas dimensões da vida humana e isso a inclui como um dos temas transversais dos PCN referentes à educação.

2 ÉTICA E EDUCAÇÃO

Posiciona-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações em que nos encontramos, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos, tomarmos decisões coletivas que visem o bem estar de todos, acolhermos as diferenças culturais, as diferentes classes sociais, de crenças, de sexo ou qualquer outra característica individual ou social, é uma forma de estarmos contribuindo ativamente para a melhora do meio em que vivemos.

Ética é um termo muito abrangente que está incluída em todos os setores da sociedade, ela é necessária, fundamental para que se mantenha o respeito e a dignidade de cada cidadão e dentro da educação ela é de fundamental importância, por que a escola é, e deve ser um local onde os valores morais são pensados, refletidos e não somente impostos ou frutos do hábito, é neste local de convívio entre diferentes seres humanos que se desenvolve a arte do diálogo, do respeito e da boa convivência.

A ética na educação está intimamente ligada a ideia de cidadania, aos direitos e deveres dos cidadãos num todo perante a comunidade e a sociedade em que vivemos:

“[...] todos os seres humanos apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento universal de que em razão dessa radical igualdade, ninguém-nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação pode afirmar-se superior aos demais.”(COMPARATO, 1999, p.32 apud SIEGEL, 2012, p. 77).

Considerado uma das maiores personalidades no campo da educação brasileira, Paulo Freire insistiu na fundamentação da ética em suas obras, dando ênfase a questão da libertação da opressão, da ética da vida, e a reciprocidade, pois estamos a cada momento vivenciando situações e momento diferentes.

A proposta pedagógica é de uma educação libertadora, conscientizadora, que traz para ambas as partes a procura do aprendizado, a transformação para uma sociedade mais justa, com um respeito as diferenças culturais na sociedade principalmente entre as classes mais necessitadas, ensinar exige respeito para com os conhecimentos que os educandos já possuem:

Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou mais amplamente, a escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educando, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construído na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. (FREIRE, 1996, p.30 apud SIEGEL, 2012, p. 83).

A escola não deve somente ensinar os conteúdos preestabelecidos, mas deve também ensinar a pensar de maneira correta, estabelecer um processo de formação de consciência crítica, onde os educandos se tornem pessoas capazes de pensar por si próprias, formadores de sua opinião e de sua história.

A educação deve favorecer a formação de uma consciência crítica, indiferente do espaço social que o educando ocupar porque é através dela que as mudanças poderão ser iniciadas onde houver necessidade, é um processo que se constrói ao longo do tempo em cada comunidade, uma das características para o desenvolvimento dessa consciência é a curiosidade e cabe ao professor despertar e estimular continuamente os seus alunos. A consciência crítica e a curiosidade são elementos fundamentais para a formação de um comportamento honesto, justo, coerente e consequentemente ético.

A atitude do educador na prática educativa deve seguir o caminho da formação ética, tem de ser, em si um caminho de rigorosa decência e pureza, onde as inúmeras dificuldades que surgem durante o caminho não os desviem de seu propósito, porque quando somos capazes de comparar, intervir, romper com costumes que não nos agregam nada de positivo, tornamo-nos capazes de aplicar em uma sala de aula atitudes que promovam mudanças benéficas para todos.

No campo educativo a ética se caracteriza principalmente na mudança de uma consciência ingênua que aceita tudo para uma consciência critica capaz de julgar e questionar a realidade social, para