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Ética nas relações

Por:   •  19/11/2015  •  Dissertação  •  493 Palavras (2 Páginas)  •  133 Visualizações

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O filme demonstra que a violência sofrida pelo escravo no passado continua com o negro contemporâneo. Guardada as devidas proporções, apenas o cenário e o contexto em que ocorre essa violência mudaram. Em todas as passagens do filme o negro é inferiorizado em relação ao branco. Isso é comprovado nos vários feedback do filme, onde retrata o negro do passado e o negro do presente excluídos socialmente. O difícil é admitir que essa triste realidade pouco ou quase nada mudou. Aliás, esse filme é bem atual. Ele poderia ser exibido nos dias de hoje sem perder nenhum sentido, pois o negro ainda tem seu direito suprimido.

O negro sempre ocupou as posições de subordinação, seja trabalhando como escravo no passado ou em algumas profissões como, por exemplo, a de catador de lixo (gari). Até mesmo nas situações mais inusitadas, mostrada na passagem do filme em que o carro fica atolado, os negros são induzidos a empurrar o carro, enquanto os brancos só observam. No finalzinho dessa passagem, o branco com um sorriso sarcasmo finge empurrar o carro.

Outro ponto negativo nesse paralelo entre o negro do passado e o negro do presente é a personificação do negro como bandido. Isso acontece desde da cena em que o escravo roubou seu dono e vai se desenvolvendo durante todo filme, passando pelo seqüestro do empresário branco e terminando com o personagem Candinho de arma em punho atirando contra a personagem de Arminda. Não pode passar despercebido, ainda dentro da personificação do negro como bandido, outro momento do filme em que mendigos negros são colocados, de forma truculenta, na mala de uma viatura policial.

Existe um único momento do filme, esse deve ser ressaltado, é a passagem em que aparece uma mulher branca trabalhando como empregada doméstica. Apesar de aparecer como empregada doméstica, o tratamento dado a ela é diferenciado. A relação é mais do que uma ralação de patrão-empregada. A relação é afetuosa, sempre demonstrando carinho, respeito e preocupação com o outro; bem diferente da relação do patrão branco e sua empregada negra.

O personagem Candinho, sem perspectiva de um mundo melhor, sofrendo toda pressão da sociedade de consumo, termina enveredando pelo mundo do crime. Nesse momento é feito um paralelo da ação do capitão do mato com a ação de Candinho. Apesar de serem negros, mas necessitando de dinheiro para sustentar suas famílias, trabalham na captura de outros negros.

O filme todo trabalha em cima da ética social, tudo que acontece remete ao questionamento do que é correto. Ele deixe subentendido uma reflexão sobre a existência da ética diante de toda ambição, degradação de valores, ambição e falsidade retratada no filme. Em alguns momentos aparece a ética da conveniência, pois nem sempre as ações são corretas, mas como é conveniente para a parte interessada, termina sendo praticada.

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