A Análise sobre as origens da vida social e de sua natureza são quase tão antigas quanto o próprio homem
Por: Mirelly Lima • 13/11/2017 • Projeto de pesquisa • 2.455 Palavras (10 Páginas) • 434 Visualizações
Introdução
A análise sobre as origens da vida social e de sua natureza são quase tão antigas quanto o próprio homem, mas a ciência que a estuda e que busca compreende-la só surge em meados do século XIX. É preciso compreender que este período é um momento em há mudanças na economia, política e no âmbito social, é um momento em que a sociedade começa a entrar na era da modernidade, onde ela revisa as suas bases bem como os seus pensamentos.
Antes de mais nada é necessário deixar claro que o momento então referido é marcado por uma instabilidade, esta que por sua vez é expressa em diversos setores – cultural, material e moral. É nesse cenário que surge a Sociologia, que de certa forma é uma maneira de tentar explicar o “caos” que a sociedade havia se tornado. É importante analisar, brevemente algumas das dimensões sócias e intelectuais deste percurso.
A sociedade nesse momento passa por um processo de industrialização – prenúncios do emergente modo de produção capitalista, que altera a base produtiva, agora a força de produção não são mais os braços dos camponeses, mas máquinas, acarretando mudanças no comércio e na forma de produzir, e isso traz rupturas radicais na ciência e na filosofia. As industrias começam a se multiplicar, o que gera um êxodo rural, muitas famílias perderam seu sustento decorrente das maquinas e migram para as cidades em busca de trabalho nas indústrias.
É nesse período e contexto que surge os pensadores, cujos pensamentos atemporais são usados para compreender e analisar a sociedade contemporânea: Karl Marx, Émile Durkheim e Karl Weber.
Karl Marx
Karl Heinrich Marx nasceu na Alemanha, na cidade de Trevas em 1818. Adquiriu o doutorado de filosofia pela Universidade de Berlim, em 1842 mudou-se para Paris onde conheceu Friedrich Engels, seu companheiro de ideias e trabalhos. Suas principais obras são: A ideologia alemã, Miséria da filosofia, A luta de classes na Alemanha, O capital. Suas obras, notoriamente, serviram de inspiração e base, e agiram diretamente na ação política.
Suas formulações teóricas foram feitas com base na vida social, sobretudo ele faz uma análise da sociedade capitalista bem como os meios de sua superação, suas ideias provocam deste o princípio imenso impacto entre o meio intelectual.
Sendo herdeiro de ideias iluministas Marx acreditava que a razão não era um simples instrumento de compreensão da realidade, mas um meio de construção de uma sociedade mais justa, a qual fosse capaz de possibilitar da realização de todo o potencial existente na humanidade.
Os pensamentos Marxistas são uma síntese de diferentes preocupações, eles não se limitam a pensar e atuar em somente um campo, mas busca compreender sobre filosofia, política e ciência de sua época. Não esquecendo que assim como Marx serviu de inspiração para outros autores ele teve influência em suas formulações, ele absorveu bastante das formulações filosóficas de Hegel, sendo assim sua percepção da história, está para ele não seguia um sentido linear, ascendente, como os evolucionistas propunham, a história segundo ele é um processo, no qual a sociedade passaria por diversas instâncias – no caso a dialética. Este foi um método do qual Marx usou para explicar os agentes sociais e a dinâmica dos acontecimentos.
E todo percurso teórico de Marx rendeu conceitos de extrema importância, não somente restrito ao meio filosófico, mas também social e político, uma vez que aborda questões inerentes a economia e a sociedade capitalista, tais conceitos que foram desenvolvidos por ele foram o da alienação, classes sócias, trabalho, mais-valia e modo de produção.
Para Marx o fundamento de alienação repousa em uma pratica da atividade humana – o trabalho. Ele exalta isso veemente em suas manifestações sobre alienação que ocorre na sociedade capitalista. Ele descreve que quando o homem se torna alienado é um momento em que os homens se perdem e ao seu trabalho para o capitalismo. Pois o trabalhador assalariado está em uma posição desigual de barganha ante o capitalismo (neste caso refere-se ao empregador). Assim este modo de produção consegue não somente dominar os meios e a forma de produção, mas também o próprio trabalhador. Mas Marx também afirmava que o trabalho é uma das mais expressões da natureza do homem, é inerente dele próprio, mas que quando ele perde o controle entra-se em um processo que conduz a sociedade a uma ordem social de alienados.
Como se sabe Marx morreu antes de concluir seus trabalhos, algumas obras públicas por seu companheiro Hegel parecem inacabadas, ou rascunhos de seus pensamentos, isso ocorre com o conceito de classes sociais, embora este seja um tema obrigatório para que suas interpretações acerca das desigualdades sociais, da exploração e do Estado sejam compreendidas. Neste tema ele estabelece uma posição de oposição ao modo de produção capitalista. Segundo ele a luta económica deveria transformar-se em uma luta política e numa revolução social que provocasse o afundamento do modo de produção capitalista e o desaparecimento das classes.
O homem, por natureza, é um ser produtivo, e, por isso, essencialmente ativo. Desse modo, o trabalho é uma peça-chave para sua dignidade, uma vez que se trata de uma potência humana. O sistema capitalista, de forma nociva, produz riqueza a partir da força de trabalho dos indivíduos, uma vez que esta busca somente seu lucro e somente isso – a mais-valia – conceito que trata da diferenciação entre o valor gerado pelo trabalho empregado pelo indivíduo e qual a remuneração que recebe do empregador capitalista. E isso consequentemente rebate na classe trabalhadora, gerando em uma luta de classes – que em suma refere-se a uma tensão imposta pela desigualdade de forças dos grupos sociais, que se dividem entre os proprietários – dos meios de produção – e o proletariado – os trabalhadores em si.
Segundo Marx, esse sistema seria abalado por crises, de tempos em tempos, que se caracterizariam tanto por serem estruturais, quanto por sua periodicidade. Após essas instabilidades viria a crise final, acumulando as demais crises, detonando o fim do modo de produção capitalista. Pois o grupo de proletários seria maior e, por isso, seus direitos podem prevalecer. Fariam protestos nas ruas, dando início a uma sociedade justa, equilibrada, acabando com a propriedade privada de todos os meios produtivos. Tudo isso culminaria em um desenvolvimento pleno do ser humano.
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