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A Atividade Individual Negociação e Gestão de Conflitos

Por:   •  1/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.065 Palavras (9 Páginas)  •  529 Visualizações

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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz de análise

Disciplina: Negociação e Administração de conflitos

Módulo: Atividade Individual

Aluno: Edgard Loureiro Silva

Turma: 0221-1_3

Tarefa: Realizar uma análise do filme “Coach Carter: Treino Para a Vida”, sob a perspectiva da Negociação e administração de conflitos.

Introdução

   

   Por essência, o Homo sapiens é uma espécie social. Nos primórdios, o comportamento social lhe dava proteção contra predadores e lhe permitia maiores chances de sobrevivência. Com a evolução da espécie humana e das tecnologias disponíveis, assim como explicito na pirâmide de hierarquia das necessidades humanas de Maslow, o ser humano passa a ser dependente de outras necessidades, que podemos resumir como a qualidade da sua interação com a sociedade que o cerca.

   De toda forma, somos dependentes do modo como vemos o nosso entorno e do modo como ambiente a nossa volta nos enxerga, das premissas mais básicas como segurança até as realizações pessoais. Todas essas características que nos influenciam e de certa forma nos definem, são relacionais e expressam o quanto “entender de pessoas” pode nos ajudar na construção da qualidade de vida que queremos ter.

   As negociações e os conflitos, são intrínsecos da nossa existência e o modo como podemos administrá-los faz grande diferença. Nesta temática, analisaremos o filme “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005), de Thomas Carter, e buscaremos expor e discutir a classificação das partes envolvidas (atores da negociação), a identificação das fontes de poder, ferramentas e táticas utilizadas, realizar uma avaliação das etapas da negociação, fazer uma breve descrição da comunicação verbal e não verbal, avaliar os aspectos positivos da negociação observada e sugestão de melhorias e estabelecer de um paralelo com minha realidade profissional.

Desenvolvimento – análise do processo de negociação representado no filme eleito

   A obra cinematográfica “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005), é um roteiro de Mark Schwahn e John Gatins, dirigida por Thomas Carter. O drama relata a história do treinador Carter, que ao aceitar retornar à escola que estudou no ensimo médio (Richmond) como treinador de basquete, mas o seu grande desafio era quebrar o paradigma social de Richmond e transformar os alunos jogadores em vencedores no contexto amplo da vida, lhes permitindo o acesso à universidade.

   Para que Carter alcançasse sues objetivos, foi necessário que os alunos jogadores, pais, professores, diretora e moradores da comunidade o apoiassem na causa, o que demosntrou não ser uma tarefa fácil. No entando, ao utilizar os processos e ferramentas de negociação e administração de conflitos, assim como apresentar inteligência emocional, e características interessantes a um bom negociador, Carter teve êxito e pode, não só ajudar seus alunos jogadores, mas também quebrar paradigmas sociais em Richmond e promover um futuro mais promissor à comunidade.

   O filme, além de ter todo o seu contexto baseado em constantes negociações e conflitos apresenta várias cenas e passagens que nos permitem avaliá-lo e discuti-lo sob a perspectiva técnica das negociações, para tal, e visando cumprir a atividade proposta, segue:

  • Classificação das partes envolvidas (atores da negociação):

   A trama do filme se dá em um impasse central e direto. O posicionamento e idéais do treinador Carter e a oposição dos seus alunos jogadores do time de basquete de Richmond. Sendo estes os principais “negociadores” e interessados. No entanto, existem inúmeras passagens onde conflitos secundários são realizados e permeiam negociações importantes para a evolução da temática central do filme.

   Neste contexto, podemos classificar os personagens de acordo com papel, sendo:

  • Diretora: Aliada ou patrocinadora, pois concedeu autonomia a Carter nas tomadas de decisão e o apoiou quando necessário frente as situações conflitosas;
  • Profesores: Oponentes, pois dificultaram o acompanhamento de Carter a respeito da situação acadêmica dos alunos jogadores e questionaram o seu poder e infuência a respeito da condução da sua estratégia;
  • Pais e parentes: Em grande parte da trama, foram adversários. Pois acreditavam que somente o bom resultado nas quadras bastava e não apoiaram o treinador Carter em suas decisões, mesmo estando previamente acordado.
  • Universidades: Foram coadjuvantes, pois permeavam grande parte dos conflitos, mas não se envolveram diretamente neles;
  • Filho do Carter: Este teve um papel interessante como observador, pois comprovou que Carter tinha um objetivo definido e o fato do seu filho fazer parte do time não alterou suas decisões, dando confiabilidade ao processo.

  • Identificação das fontes de poder, ferramentas e táticas;

   Para que possamos ter sucesso nas negociações, devemos ter clareza dos nossos objetivos e estruturar o entendimento das nossas fontes de poder, assim podemos nos posicionar com mais assertividade e obtermos o resultado satisfatório com menos objeção.

   Durante o desenrolar e evolução das negociações, o protagonista treinador Carter fez uso de váras fontes de poder, alocando-as estrategicamente:

  • Conhecimento: Carter utilizou esta ferramanta para realizar um bom acordo em sua contratação com o técnico anterior e a diretora, assim como para se apresentar ao time de Richmond. Ele possuía conhecimento técnico, bons resultados na vida e no esporte e conhecimento de causa por já ter estudado na instituição. Outra situação relevante é quando exalta as estatísticas de futuro para os alunos jogadores;
  • Legitimidade: O treinador utiliza o seu cargo para se impor e para se posicionar frente aos demais envolvidos, de modo legal. Mas para que possa exceder seu poder, busca o contrato assinado pelos pais e alunos jogadores, visando legitimar as outras situações que iriam ocorer, já demosntrando preparo;
  • Investimento: O técnico discursa aos alunos jogadores que se eles cumprirem o acordo ele fará todo investimento (não financeiro) possível para que tenham sucesso real na vida;
  • Recompensas: Todas as negociações produzem por natureza as recompensas. Este é o objetivo final que Carter exalta ao time a aos demais envolvidos e interessados, é o que sustentam as conceções solicitadas pelo treinador;
  • Coersão: Como o ambiente para o estabelecimento das premissas solicitadas pelo treinador Carter não foi amigável, houve necessidade de uso deste compartamento, mas em sua grande maioria, sua imposição coercitiva foi equilibrada e criou respeito;
  • Persuasão: A persuasão foi mais utilizada por Carter em situações estratégicas e muitas vezes ligadas ao emocional. Geralmente, em sequência da coersão. Demosntradas com embasamento e permitindo pequenas vitórias no sentido desejado por ele;

   Existiram também situações onde personagens coadjuvantes exerceram poder sobre o técnico Carter. Podemos citar:

  • Econômico: Pois a diretora se firmou do contrato de trabalho assinado por Carter e que ela estava o pagando para uma determinada função;
  • Legitimidade: Quando o filho de Carter o impôs um contrato para que se mudasse de escola e treinasse em seu time, dentre outras situações.

   Por definição, segundo Castro (2020) podemos entender que estratégias estão voltadas a resultados em longo prazo e táticas são ações direcionadas ao curto prazo. Neste contexto, Carter se sobressai em apresentar uma estratégia firme, com um objetivo definido e para que o alcançasse fez uso de algumas táticas de negociação, como a Tática do peixe-morto, que obrigou Cruz a realizar uma tarefa impossível num curto prazo. Foi utilizada a inspiração em momentos difíceis para o time, assim como a empatia e colaboração, dentre outras.

  • Avaliação das etapas da negociação;

   Segundo Castro (2020), o processo de negociação é definido por três fases, sendo elas planejamento, execução e controle.

   Em todo o filme, podemos definir claramente que Carter de preparou para aceitar a posição de treinador, inclusive com uma MACNA bem definida, que era abrir outra loja e expandir seus negócios. Seu planejamento pode ser exemplificado quando foi ao jogo do Richmond antes de aceitar a vaga, quando inicialmente apresentou os contratos aos alunos jogadores e aos pais, para “travar” as regras e definir as responsabilidades e quando tinha cada momento de treino embasado numa estratégia maior.

   Sua execução foi pautada em marcos com cada vitória e desenvolvimento de competências que apresentou inicalmente.

   E por final, o acompanhamento dos relatórios de desempenho acadêmico do time de alunos jogadores e com reuniões de alinhamento com os envolvidos definem o controle.

  Estes breves relatos concretizam a exímia condução do processo de negociação protagonizado na obra “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005).

  • Descrição da comunicação verbal e não verbal;

   A comunicação é um fator imprescindível para que haja uma negociação que propicie resultados positivos para ambas as partes. Na obra dirigida por Thomas Carter, podemos exaltar que a comunicação verbal é mais significativa e o protagonista faz uso de várias ferramantas, como os prefixos de tratamento (quando se direciona aos alunos e pais como Sr. E Sra.), o tom e altura de voz e o modo formal como conduz as conversas (como em sua apresentação e embates junto aos alunos jogadores), entre outros. Mas também utiliza meios não verbais para passar a mensagem que deseja, como vestuário (o uso da gravata por todos os alunos jogadores em dias de jogo), postura e educação formal (durante todo o filme), gestos e até velocidade dos passos (em seu dia-a-dia). Sendo bastente produtiva a análise deste ponto de vista para estudantes da temática.

  • Avaliação dos aspectos positivos da negociação observada e sugestão de melhorias;

   Ressalta-se que o filme “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005) é um exemplo didático para estudiosos e entudiastas das negociações, além de uma excelente obra cinematográfica. Podemos citar que existe alguns pontos positivos e extremamente assertivos do ponto de vista das negociações, sendo eles:

  • Um bom planejamento de todo o processo de negociação e abordagem e um meio sólido e auditável de controle é fundamental;
  • Tenha sempre um MACNA em mente para situações de impasses;
  • Clareza do objetivo do treinador Carter e o foco no resultado de ganho mútuo;
  • O filme demosntra a importância da legitimidade nas solicitações de concessão;

   Como pontos de melhoria, acredito que uma reunião com os pais e parentes dos jogadores alunos, previamente a entrega dos contratos poderia ter mitigado o stresse causado quando o mesmo foi entregue aos alunos jogadores. Pois eram ambasados em recompensas interessantes a todos.

   Mesmo perdurando durante grande parte do filme, existem momentos em que a inteligência emocional não foi suficiente e poderia ser melhor explorada, como a discussão entre o treinador Carter e os pais dos alunos durante o trânsito em veículos. Mas em linhas gerais, julgo satisfatório e bastante hábil o uso das ferramentas de negociação utilizadas pelo protagonista do filme, o treinador Carter.

  • Estabelecimento de um paralelo com sua realidade profissional.

   Como atuo diretamente na área de vendas em grandes clientes e em mercados competitivos, inseridos no agronegócio, que tem por premissa uma única negociação por safra, entendo que cursar a disciplina de Negociações e Administração de conflitos foi impressionante. Assim como a contribuição para melhoria da minha inteligência emocional corriqueira.

   Visualizo que cumprir as etapas de vendas, principalmente de ciclos longos, em planejamento, execução e controle é fundamental. Assim como o uso do poder de posicionamento. Ter clareza destas opções, ancorados a um bom MACNA nos tras resultados mais positivos e menos traumáticos.

   Um último ponto de convergência que achei interessante, é que relacionar os nossos ganhos com pontos positivos ao adversário nas negociações trás benefícios mútuos, não só financeiro, e normalmente resulta em ganhos mais intensos e relacionamentos mais duradouros.

Considerações finais

   Concluo, portanto, que a obra “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005), é sem dúvida um excelente exemplo prático da utilização de estratégias, técnicas e táticas de negociações, assim como um caso interessante de adiminstração de conflitos.

   Analisá-lo sob a perspectiva desta disciplina me possibilitou organizar idéias e desenvolver competências, quanto a temática e tratá-las com inteligência emocional.

   Respeitar o processo e as fases da necociação iniciando com o planejamento e um MACNA aderente a situação atual, continuado na execução e controles auditáveis tras grande segurança para atitudes mais intensas e possibilidade de maiores ganhos.

   Ter um comportamento alinhado a expectativa ganha-ganha pode trazer mais benefícios que os objetivos de maneira simplória e na grande maioria das vezes resulta em resultados mais positivos. Possobilitando, aos seres humanos, até serem mais felizes e alcançarem a satisfação para as necessidades individuais de modo coletivo.

Obrigado pela oportunidade!

Referências bibliográficas

  • CASTRO, Marcela. Negociação e Administração de Conflitos. FGV, Rio de Janeiro, 2021;
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Humano, acessado em março de 2021;
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow, acessado em março de 2021;
  • https://www.agendor.com.br/blog/dicas-de-negociacao-em-vendas/, acessado em março de 2021;
  • “Coach Carter: Treino Para a Vida” (2005), de Mark Schwahn e John Gatins, dirigido por Thomas Carter.

        

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