A COMUNICAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DO SISTEMA MONTESSORIANO PARA CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS
Por: MARLICY DE MACEDO • 19/6/2021 • Artigo • 1.624 Palavras (7 Páginas) • 219 Visualizações
A COMUNICAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DO SISTEMA MONTESSORIANO PARA CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS
Marlicy Barros de Macêdo
Resumo
O presente artigo tem por objetivo realizar uma reflexão sobre a prática do ensino da matemática a crianças portadoras de necessidades através do sistema e métodos utilizados e desenvolvidos pela médica-educadora Maria Montessori, sua importância voltada para a percepção das coisas a partir delas mesmas, com o intuito de estimular e desenvolver a incitação interior de forma natural no intelecto. Por ser uma disciplina de difícil compreensão, a matemática deve ser adaptada através de meios de comunicação alternativa, que ao serem utilizadas, facilitem o aprendizado os alunos com ou sem dificuldade de aprendizagem, com o objetivo de facilitar a interação, compreensão dos mesmos, seja com gestos, com objetos, computadores, jogos.
Palavras-chave: Sistema Montessoriano. Matemática. Portadores de Necessidades Especiais. Comunicação alternativa.
1. Introdução
A aprendizagem da matemática é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos e ambientais. No histórico da educação especial, buscamos compreender os fatos que influenciaram e marcaram as conquistas alcançadas, além de realizar uma reflexão sobre como a matemática pode ser ensinada para crianças portadoras de necessidades especiais através dos métodos desenvolvidos pela médica-educadora Maria Montessori.
Os métodos desenvolvidos pela Dra. Maria Montessori tem o objetivo de promover atividades motoras e sensoriais por intermédio de jogos e materiais pedagógicos que estimulem os sentidos da criança, sendo ela capaz de dominar e compreender determinado assunto, seja ela portadora ou não de necessidades especiais.
2. Maria de Montessori
Maria Montessori (1870 – 1952). Doutorou-se em medicina pela Universidade de Roma. Aos 25 anos de idade passou a dedicar-se às crianças portadoras de necessidades especiais, na clínica da universidade. Nesse período Eduoard Séguin[1] era muito conhecido pelas suas idéias relacionadas ao tratamento e à educação dos anormais, Montessori absorveu essas idéias para dar partida ao seu próprio trabalho e com alterou os rumos da educação tradicional, que dava maior privilégio à formação intelectual, dando sentido à educação. Criou a Casas de Crianças, instituições de educação e vida e não apenas lugares de instrução. Após varias pesquisas e estudos, ela se dedicou à formação de professores para a educação de portadores de necessidades especiais. Era muito observadora e descobria as falhas nas escolas normais, sendo assim, experimentou em crianças normais a metodologia utilizada na educação das crianças com dificuldade de aprendizagem.
3. O sistema montessoriano
O objetivo da Dra. Maria Montessori era recuperar crianças portadoras de necessidades especiais que eram excluídas da sociedade. Em 1907 fundou a Casa da Criança (creche num bairro pobre de Roma), onde começou a observar as crianças com atraso mental e com limitações.
O método Montessori iniciou-se em meios aos métodos tradicionais de ensino que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos da criança e durante o movimento chamado de Escolas Novas. Os procedimentos utilizados durante o movimento foram as novas técnicas utilizadas nos jardins de infância e nas primeiras series do ensino fundamental. Este método consiste na conciliação de aspectos corporais e espirituais - corpo, inteligência e vontade, onde a criança tem liberdade de escolher o material a ser utilizado, além de proporcionar a colaboração.
Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: atividade, individualidade e liberdade.
A importância do material criado por Montessori é voltado para a percepção das coisas a partir delas mesmas, com a função de estimular e desenvolver a incitação interior de forma natural no intelecto. Dessa forma, ela produziu vários materiais didáticos divididos em cinco grupos: exercícios para a vida cotidiana, material sensorial, material de linguagem, material de matemática, material de ciências. Que se estabelecem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons.
O mais famoso dos materiais criados por Maria Montessori é chamado "Material Dourado" que se firma nas regras do sistema de numeração, para o trabalho com múltiplos, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é formado por 10 placas, a placa por 10 barras e a barra por 10 cubinhos. Este material é de grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.
Este material provoca no aluno a concentração e o interesse, além de melhorar sua inteligência e imaginação criativa, além de estabilizar as relações de graduação e de proporções, e o principal ajuda a contar e a calcular.
4. Matemática
A matemática é considerada uma disciplina de difícil compreensão para a maior grande dos alunos, por ser muito complexa. Para alunos com deficiência mental esta realidade só aumenta, devido as dificuldades de se apropriarem dos elementos fundamentais para a apreensão de conceitos matemáticos como, por exemplo, a abstração e a generalização, principalmente para a resolução de problemas. Através da comunicação e de tecnológias assistivas o professor pode envolver e promover essa aprendizagem desses alunos.
Os problemas matemáticos envolvem diferentes aprendizagens. O aluno precisa compreender o enunciado – separando as idéias essenciais, das secundárias – estabelecer relações entre informações apresentadas, realizar uma ou mais operações, para depois, emitir a resposta. Para os alunos, em geral e, também para o aluno com deficiência mental, este trabalho é complexo e envolve conhecimentos concretos, conhecimentos abstratos, análise, e síntese. Por vezes, para alcançar esta aprendizagem, essa clientela carece de um ambiente organizado no qual o professor possa realizar um trabalho mais individualizado.
O Poder Público tem propiciado espaços, inseridos nas escolas municipais e estaduais, para o atendimento das crianças com necessidades educacionais especiais, dentre os quais se destacam as salas de recursos. Estes locais são destinados às crianças com deficiência mental e distúrbios de aprendizagem.
Os professores responsáveis por essas salas precisam ter formação específica em Educação Especial, além de espaços adaptados, materiais adaptados e trabalharem em conjunto com os professores que estão nas salas de aula regulares, objetivando minimizar as dificuldades dos alunos no aprendizado. Na sala de recurso o professor poderá, de forma mais sistemática e individualizada, mediar os conteúdos que os alunos com alguma deficiência não conseguiram se apropriar nas aulas regulares.
...