A Criança No Esporte
Artigo: A Criança No Esporte. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: VaNKp • 10/8/2013 • 1.556 Palavras (7 Páginas) • 463 Visualizações
THIAGO FREIRE FERNANDES
Fonte: Fit Mail - Fit News
Data da Publicação: 10/02/2002
Código de referência: 207
http://www.sanny.com.br/si/site/jornal_materia?codigo=207
CRIANÇA NO ESPORTE
Vivemos em constante busca de uma auto-reflexão sobre quais os melhores métodos para tratar do desenvolvimento da criança em seu aspecto social e cognitivo.É por essas tentativas que às vezes erramos. Porém iremos discutir nessa pequena obra quais os anseios e dificuldades que essas crianças enfrentam no dia-a-dia.
Para que se encontre os caminhos necessários para o entendimento do tema é preciso buscar a importância do jogo e dos aspectos lúdicos inerentes à formação cidadã, elevando a discussão do esporte no desenvolvimento humano da infância. Desde o começo do século, o mundo passa a procurar novos horizontes para a compreensão do “saber esportivo”. E pensando nisso, que o esporte passou a ser encarado através de manifestações, constituídas por dimensões sociais.
Existe a conveniência em dividir o esporte em três situações, visto que existem diversas perspectivas propostas e numerosas situações onde podemos vislumbrar horizontes diversos no tratamento com ele:
a) O esporte-educação, devendo este ser ministrado por um conteúdo eminentemente social, agregando fontes de pesquisa e fundamentações pedagógicas. Segundo Tubino (1939, p.32):
“Na área de integração social, deverá ser assegurada uma participação autêntica, oferecendo aos educandos, as oportunidades de decisões na própria organização das atividades, acrescidas de uma possibilidade crescente de intervenções nas atividades esportivas extra-escolares, visando chegar à essa atuação na própria comunidade em que se situa o ambiente escolar. Na área de desenvolvimento psicomotor, deverão ser oferecidas as oportunidades de participação que atendam principalmente às necessidades de movimento, como também, situações de perigo crítico, auto avaliação, tudo isto, livre das discriminações de qualquer tipo. Por fim, na área das atividades físicas educativas, a orientação deve direcionar-se para as concretizações das aptidões em capacidades e na aquisição de níveis superiores nestas capacidades”.
É preciso entender que se procurará criar indivíduos sãos para o exercício pleno da sua cidadania, observando liberdade de participação, pensamento, bem-estar físico, mental e social.
b) No tocante ao esporte-participação, é marcante a presença do espírito lúdico, promovendo prazer e tendo como fim, levar a descontração e desenvolvimento pessoal. É a dimensão onde se caracteriza a verdadeira democratização social.
c) Ao analisarmos a terceira classificação das dimensões sociais (esporte-rendimento), vislumbramos uma espécie de caça ao tesouro. São pessoas usando a vontade da criança para criar indivíduos cada vez mais jovens, levando estes a se especializarem precocemente. E o futuro dessa criança será negro, permeado de incertezas, tudo porque na fase da brincadeira estavam sendo exploradas a servirem como cobaias de treinamento desportivo. Segundo Piccolo (1999, p.11):
“Ensinar a praticar esporte é preparar o aluno para executar determinadas habilidades por meio da descoberta do prazer de se exercitar. É mostrar diferentes maneiras de aprender um movimento. A ludicidade da proposta pode ser o caminho dessa conscientização”.
Não basta conhecer os gestos técnicos de cada esporte para que se possa dar uma aula. É preciso, além disso, ter conhecimento de técnicas pedagógicas, as etapas onde impor essas pedagogias, visto que o que permeia e enriquece um trabalho infantil é tentar, através do prazer, fazer com que o aluno encontre seu maior potencial.
Todo o educador que deseja transmitir os conhecimentos técnicos de um esporte, deve em primeiro lugar, se perguntar a quem ele poderá aplicar tais conhecimentos, quais os significados desses conhecimentos e quais as modalidades a serem ensinadas. Tudo isso é primordial para um trabalho politicamente correto. Além disso, o profissional deve aliar o aspecto educacional com o aspecto metodológico da atividade esportiva, devendo evitar a instalação de uma prática esportivizada, só com gestos repetitivos, porque isso favorece à saturação esportiva.
Devemos atuar como verdadeiros professores, pondo em prática todo um planejamento de conteúdos, podendo compatibilizá-los junto a projetos pedagógicos das instituições educacionais onde estaremos ligados.
Torna-se indispensável que os profissionais envolvidos na aplicação dos esportes para a juventude, tenham capacidade de renovar, de forma organizada, seus conteúdos sistematizados, considerando as faixas etárias de seus alunos e ampliando o universo de movimentos.
Para uma melhor compreensão de uma pedagogia bem elaborada, é necessária a reflexão de todos os assuntos aqui tratados. Cita Paes (2001, p.9):
“A prática do esporte na educação formal e não formal descontextualizado pode até mesmo torna-lo uma prática singular e de exclusão. No entanto, é preciso deixar claro que este problema não pode ser atribuído ao fenômeno esporte, mas sim, à incompreensão de compreendê-lo melhor”.
Um elemento indispensável para aplicação do esporte na infância é o jogo. Nele estão constituídas uma das principais bases de uma civilização. Segundo Huizinga (1993):
“O jogo é uma atividade voluntária. Começa e acaba quando se quer. Sujeito a ordens, deixa de ser jogo, podendo no máximo ser uma imitação forçada”.
O jogo não é caracterizado por reproduzir a vida real, pelo contrário, ele tem uma orientação própria. Ele é livre e não tem tempo determinado, por isso é cativante. Representa uma busca de alguma coisa. Podemos inferir, que para o esporte, a noção de jogo aplicado às crianças, criará um maior balizamento psíquico-social à formação da sua vida.
Outro componente indispensável para a formação da criança é o lúdico, ou seja, a brincadeira.
É no lúdico, onde a criança cria todo o poder criativo que em um futuro pode refletir-se em sua vida. Infelizmente a cultura infantil está sendo trocada por uma produção cultural imposta, que considera a criança como consumidora potencial. (Zilberman 1982, p.24-27).
Com o passar do tempo e a criação de uma indústria voltada para a mecanização do saber, as crianças, têm a tendência de pularem o seu desenvolvimento.
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