A EXPLORAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

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EXPLORAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

Diogo Cabral de Sousa 1

Marcus Bessa de Menezes 2

INTRODUÇÃO

O ensino de Matemática, há tempos, tem sido marcado pelo estigma de disciplina difícil e puramente abstrata. Para isso temos algumas explicações no processo histórico de construção e desenvolvimento do ensino da disciplina no nosso país, que está ligada ao estilo de ensino tradicional.

E isso vem de encontro com o que diz Souza e Martins (2014), ao destacar que o aprendizado, proveniente de ambientes escolares, por muito tempo tem sido caracterizado apenas pela simples memorização de conceitos ou teorias, de fórmulas e de enunciados.

No entanto, há algum tempo já vem sendo discutido propostas de inovação e busca por um ensino de uma Matemática menos abstrata, com contextualizações, dinamicidade e com novas metodologias. Dessa forma, propondo novas estratégias para um ensino eficaz e que propicie uma maior aprendizagem dos conteúdos matemáticos, uma vez que, atualmente, com temos diferentes quantidades de informações e recursos disponíveis.

Embora já se tenha outras propostas de metodologias que fogem do ensino tradicional, a proposta apresentada aqui é simples, de grande utilidade e utilizadas por grandes plataformas educacionais e cursinhos renomados espalhados por nosso país. O uso de Mapas Conceituais (MCs) se dá devido a facilidade de interpretação e o rico potencial para a exploração do mesmo.

Para Correia, Silva e Romano Junior (2010, p. 1), os Mapas Conceituais “são frequentemente utilizados para identificar os conhecimentos prévios dos alunos, para acompanhar o processo de mudança conceitual ao longo da instrução, para verificar a organização dos conceitos numa disciplina e para avaliar grades curriculares”. Definimos o Mapa Conceitual como uma técnica que permite a representação gráfica de um conhecimento ou informação, ou seja, uma ferramenta que organiza e representa o conhecimento, sendo formado por conceitos, proposições e frases ou termos de ligação.

Os MCs são representações gráficas de um determinado conteúdo, que de forma sucinta busca integrar e relacionar os conceitos envolvidos, isto é, um esquema gráfico de conceitos de um determinado saber. Eles foram criados em meados da década de 70 por Joseph Novak para pesquisas educacionais, e com o avançar das pesquisas foi percebido o seu rico potencial como uma técnica de ensino e aprendizagem, não só na área de educação, mas em diversos tipos de atividades. (SOUZA E MARTINS, 2014)

Por trás do mapeamento conceitual está a teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. A aprendizagem é dita significativa quando o indivíduo, ao se apropriar de um conhecimento, busca relacionar (de forma não arbitrária e não literal – substantiva) essa nova informação com conhecimentos prévios (subsunçores), de forma que essa nova informação adquire significado associando a estruturas cognitivas já preexistentes. Ou seja, a aprendizagem significativa se dá quando o aluno atribui significado a um novo conhecimento

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1 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, [e-mail];

2 Dr.; Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; Professor orientador, [e-mail].

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e, com isso, organiza e estrutura outros conhecimentos já adquiridos, logo podemos entender, que de acordo com essa teoria, o conhecimento está em constante reorganização. Na aprendizagem significativa, o conhecimento adquirido nunca é armazenado sem interação com outros conhecimentos existentes, ou seja, o novo conhecimento relaciona-se com outros já existentes na estrutura cognitiva do indivíduo, reestruturando e agregando novos significados a um determinado conhecimento. (MOREIRA, 2010)

Os MCs contribuem para o processo de ensino e aprendizagem devido a este recurso poder ser utilizado em diferentes formas nos ambientes educacionais,

[...] seja como instrumento avaliativo da aprendizagem no que se refere ao levantamento inicial do grau de organização do conhecimento dos alunos e indicador da progressividade da aprendizagem significativa; instrumento de análise do conteúdo curricular, de forma organizada e de fácil apresentação e como instrumento didático, identificando os subsunçores que o aluno possui e são fundamentais à aprendizagem, facilitando o estabelecimento de relações entre conceitos. (ROCHA E SPOHR, 2016, p. 28)

A importância do uso dos Mapas Conceituais no processo de ensino e aprendizagem, são destacados nos trabalhos de Moreira (2010), Correia, Silva e Romano Junior (2010), Souza e Martins (2014), Rocha e Spohr (2016), Silva, Valentino e Santos (2016). Aos quais apontam que o uso de MCs possibilitam: introduzir discussões sobre o conteúdo proposto; investigar conhecimentos prévios; favorecer a compreensão do conteúdo trabalhado, de forma a relacionar os conceitos envolvidos; mudar a dinâmica das aulas tradicionais expositivas, inclusive otimizando tempo de exploração do conteúdo; revisar conteúdos; avaliar o aprendizado e o desenvolvimento do ensino e/ou da construção de saberes; dentre outros aspectos.

Os MCs podem ser construídos com lápis e papel, mas com a chegada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) desenvolveu-se uma variedade de programas e aplicativos que possibilitam o mapeamento conceitual de forma mais rápida, dinâmica, além de contar com várias ferramentas e alternativas de exploração e de compartilhamento da construção (o mapa) realizada.

Reconhecendo o rico potencial dos Mapas Conceituais, propomos, através desse estudo, discutir o mapeamento conceitual como um recurso e/ou procedimento metodológico para o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula de Matemática.

METODOLOGIA

Esse trabalho é uma proposta de atividade que ainda está em andamento da construção da situação didática, e que será realizada em uma escola da rede pública de ensino. O objetivo dessa atividade é revisar os conteúdos que mais aparecem no Exame Nacional do Ensino Médio, através da construção de Mapas Conceituais dos próprios alunos, com o intuito de explorá-los atrelados a resolução de questões dessa avaliação. Com isso, otimizando o tempo para a exploração do conteúdo e propondo um novo método onde o aluno se torne sujeito ativo nesse processo de construção de saberes.