A Educação Ambiental
Por: MONTANHANI • 10/4/2021 • Trabalho acadêmico • 989 Palavras (4 Páginas) • 132 Visualizações
Descrição da interatividade:
Em Mariana, distrito de Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 2016, aconteceu o maior acidente ambiental em termos de vazamento de rejeitos, cerca de 34 milhões de metros cúbicos. A tragédia ainda está sendo contabilizada, diante do prejuízo causado.
Leia o trecho a seguir, e após conhecer o aparato público referente à Educação Ambiental, comente e discuta com seus colegas as falhas em termos de políticas públicas que culminaram neste terrível acidente.
Diante da formação da sua base teórica ao longo do semestre, aponte os possíveis caminhos para que se consiga evitar outros desastres como esse.
Comente a resposta de um colega.
"O rompimento das barragens de rejeitos de mineração da Samarco, em Mariana (MG), é mais um entre muitos exemplos do desleixo e da falta de responsabilidade que congrega e une todos os setores direta e indiretamente envolvidos com a fiscalização e o licenciamento ambiental no Brasil. A destruição ainda está longe de conseguir ser devidamente contabilizada, pois o movimento da onda de rejeitos continua a se espalhar, sepultando em seu caminho rios, plantas, animais, cidades e pessoas. As próprias autoridades já decretaram a morte de
Bento Rodrigues, pois o distrito de Mariana não deverá ser uma localidade habitável tão cedo. Faltam ainda também descobrir os danos que serão causados na passagem dessa lama pelo estado do Espírito Santo. " (cartacapital.com.br)
Possíveis caminhos:
Os mares de lama que varreram o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e parte de Vila Feterco, em Brumadinho, deixaram centenas de mortos e já alteraram irreversivelmente ecossistemas e cursos hídricos. Os desastres ambientais com perdas humanas de valor incalculável (melhor falar em ecocídios) representam um alerta sobre a exaustão do modelo de exploração mineral do país. Após o rompimento da barragem de Bento Rodrigues, conversei com Bruno Milanez, pesquisador de avaliação dos impactos da cadeia minero-metalúrgica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). No bate-papo, questionei sobre o método de depósitos de rejeitos de minérios aplicados majoritariamente no Brasil, notadamente em Minas Gerais. Ele foi contundente: é imprescindível a adoção de um modelo menos exploratório e mais regulado. Há que se pensar em alternativas ao método de “alteamento para montante”, o mais barato e também mais inseguro.
Em 2016, o órgão ambiental estadual de Minas (Feam) havia identificado 27 barragens de mineração tidas como “não seguras”. A estrutura colapsada de Mariana foi curiosamente considerada segura pela auditoria. Tragicamente o mesmo ocorre agora, com a barragem de alteamento do Córrego do Feijão – o discurso é de incredulidade, dadas as garantias de que o rompimento seria extremamente improvável. O site da Feam informa que “a Barragem B1 da Vale possuía laudo de um auditor (contratado pela Vale) de 2018 garantindo sua estabilidade entregue à Agência Nacional de Mineração (AMN)”. Questões que colocam em xeque a confiabilidade dos sistemas de auditoria, todos eles. “A total falta de controle dessas barragens de rejeitos da mineração chama a atenção”, disse-me Milanez, há três anos.
Como os danos socioambientais de acidentes que envolvem rejeitos tóxicos são de difícil reparação, prevenir é o único caminho. Pelo mundo, há inclusive movimentos de resistência ao modelo de construção de novas barragens. Na Costa Rica e nas Filipinas, medidas extremas proibiram a mineração metálica a céu aberto em determinados territórios. É claro que são países com economias menos ancoradas na mineração – na Costa Rica, 0,1% do PIB, e nas Filipinas algo como 1% –, mas chama a atenção o papel da sociedade civil nos processos decisórios nas agendas de desenvolvimento. Desastres com fortes impactos geraram mudanças de paradigmas, como mostra a publicação “Diferentes Formas de Dizer Não – Experiências internacionais de resistência, restrição e proibição ao extrativismo mineral”, da Fase.
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